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Daniil Medvedev, a kryptonita de Novak Djokovic, voltou a brilhar
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É justo dizer que os breves reinados de Daniil Medvedev como número 1 do mundo não foram nada memoráveis. Em sua primeira passagem pelo posto, de 28 de fevereiro a 20 de março do ano passado, terminou com uma vitória e uma derrota. O russo voltou ao topo em 13 de junho e ficou lá até 11 de setembro, e o período foi apenas um pouco melhor: 15v e 5d. Daniil saiu do top 10 após campanhas decepcionantes no US Open e na Austrália.
O pós-Melbourne do atleta de 27 anos, porém, vem sendo memorável. Primeiro, foi campeão do ATP 500 de Roterdã ao bater Jannik Sinner na final. Na semana passada, levantou o troféu do ATP 250 de Doha, onde derrotou Félix Auger-Aliassime e Andy Murray. Agora, no ATP 500 de Dubai, conquista mais uma taça e chega à 14ª vitória seguida. E até Novak Djokovic entrou na lista de vítimas desta vez, caindo na semifinal em dois sets (6/4 e 6/4).
Medvedev chegou a Roterdã como #11 e, com os três títulos seguidos, sairá de Dubai como #6. Na prática, porém, é o melhor do circuito no momento e, confirmada a ausência do antivax Djokovic nos Masters de Indian Wells e Miami (os EUA ainda não permitem a entrada de estrangeiros não-vacinados contra covid-19), chegará como grande favorito ao torneio californiano, que começa já na próxima semana.
Parece justo afirmar também que o atual Medvedev, a melhor versão de Medvedev, é quem porta o que mais se assemelha a uma kryptonita contra Djokovic em quadras duras. Os números dizem isso há algum tempo. Das últimas dez derrotas do sérvio no piso sintético, três foram para o russo, e a desta sexta-feira nem foi a mais importante. As outras vieram em um ATP Finals e na final do US Open de 2021, com o Grand Slam de calendário em jogo. O histórico de confronto diretos, liderado por 9 a 5 por Djokovic, mostra uma superioridade muito menor do sérvio se comparado com o retrospecto de Novak contra o resto do circuito (Nadal é a óbvia exceção).
Não é que Medvedev tenha uma "fórmula". É que seu tênis, quando executado brilhantemente, mostra-se um pacote formidável. Consistência com bolas fundas, paciência para longas trocas, ótima capacidade defensiva e saques eficientes - sobretudo quando o russo força (e encaixa!) o segundo serviço. É um combo difícil de executar, mas que até Nole tem problemas para enfrentar. E se contarmos apenas desde Monte Carlo/2019, ano em que Medvedev fez sua ascensão ao top 5, o head-to-head é de 6 a 5 para Djokovic. Apertado, não?
Coisas que eu acho que acho:
- Pena que a kryptonita de Medvedev volta ao circuito em um momento em que - tudo leva a crer - Djokovic estará ausente do circuito pelas próximas quatro semanas, quando ATP e WTA estarão em Indian Wells e Miami. Por um lado, o desfalque abre caminho para que Alcaraz e Medvedev brilhem e se aproximem do topo do ranking mais uma vez. Pelo outro, porém, priva o fã de ver embates que seriam memoráveis.
- É bem verdade que Alcaraz tem muito a defender nas próximas duas semanas. São 1.360 pontos, já que o espanhol foi campeão em Miami e parou na semi em Indian Wells. Medvedev, por outro lado, somou apenas 225 pontos nos dos torneios em 2022. Logo, terá uma oportunidade de dar um belo salto e, quem sabe, até voltar ao top 3.
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