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Eubanks: uma vitória dos "esforçados" na história mais legal de Miami
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O americano Christopher Eubanks derrotou o francês Grégoire Barrère por 6/3 e 7/6(7), com direito a uma virada bi tie-break, que teve o europeu à frente por 6/2. Um resultado rotineiro entre dois tenistas de pouco destaque e poderia ter acontecido em um Challenger qualquer anos atrás ou até mesmo em um quali de slam, como no US Open do ano passado.
Desta vez, porém, valia uma vaga nas oitavas de final do Masters 1000 de Miami, um feito inédito para ambos. Até esta semana, Barrère, de 29 anos e atual #65 do mundo, jamais havia vencido um jogo de chave principal em um Masters. Eubanks, por sua vez, aos 26 anos e #119 do ranking, nunca tinha passado da segunda fase nesse nível. Uma vitória na Flórida significaria uma vaga inédita e a entrada no top 100 pela primeira vez na carreira.
A história de Eubanks não é exatamente ilustre para os padrões do tênis, e justamente por isso é encantadora. Jogou tênis universitário por Georgia Tech de 2015 a 2017, mas desde que deixou a faculdade e entrou no circuito profissional, passou a maior parte do tempo entre 150-250 no ranking. Foram quatro anos assim, ralando no circuito Challenger, onde a premiação é pequena, as mordomias são inexistentes, e as arquibancadas, quando existem, raramente ficam cheias. É quase outra modalidade se compararmos a um torneio como o Masters 1000 de Miami, jogado em um estádio de futebol americano adaptado, com hotel pago pela organização, boa comida, transporte grátis e até suítes do estádio cedidas aos melhores tenistas. Não é (ou não era) um cenário comum para Eubanks.
- Desnecessário dizer a esta altura, mas direi assim mesmo: Eubanks precisa ser visto como exemplo por muita gente que passa anos nos Futures e Challengers e, em certo momento, deixam de acreditar que é possível chegar à elite. É uma vitória de todos aqueles que, no meio do tênis, são rotulados como "esforçados" como se fossem espécies inferiores de tenistas.
- Aproveitando o tema de chances aproveitadas, Thiago Monteiro finalmente venceu um jogo em um Masters 1000. Foi em cima do australiano Jason Kubler por 6/4 e 7/6(6). Sim, Kubler colaborou ao cometer erros em pontos importantes, mas o cearense estava pronto para capitalizar em cima desses momentos, o que fez toda a diferença. Monteiro ainda fez uma boa apresentação diante do top 10 Félix Auger-Aliassime (que, sejamos sinceros, não estava em uma grande semana), mas perdeu em dois tie-breaks. Saldo positivo para o brasileiro, que vinha deixando esse tipo de chance escapar.
- Bia Haddad Maia, por sua vez, teve uma quebra de vantagem no terceiro set, mas foi eliminada por Jelena Ostapenko na terceira rodada: 6/2, 4/6 e 6/3. A paulista deixa passar a chance de encarar a nada temível Martina Trevisan nas oitavas, com uma ótima oportunidade de chegar às quartas. Bia perdeu quatro das últimas seis partidas que disputou, o que não é ideal, mas também não é nenhum drama devido ao nível de adversárias que vem enfrentando. Porém, vem deixando de somar pontos que, lá na frente, na grama, poderiam ajudar a tirar a pressão de defender os títulos dos 250 de Nottingham e Birmingham.
- Luisa Stefani e Gabriela Dabrowski não tiveram o melhor dos recomeços. Em Indian Wells, pararam nas quartas em um jogo contra Kato e Sutjiadi, no qual eram consideradas favoritas. Em Miami, tombaram na estreia, diante de Linette e Pera. A ver como a parceria se sairá no saibro.
- Som de hoje no meu Kuba Disco: "Fazendinha", do Mundo Bita. Porque chegou esse momento.
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