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Título dá moral a Sabalenka, mas não diz tanto assim sobre Roland Garros
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Aryna Sabalenka produziu uma atuação de altíssimo nível para finalmente derrotar Iga Swiatek no saibro e conquistar, neste sábado, o título do WTA 1000 de Madri pela segunda vez em três anos. Um triunfo por 6/3, 3/6 e 6/3 em uma partida das melhores que o circuito produziu este ano e que tem um significado especial para a bielorrussa no período pré-Roland Garros.
A campeã do Australian Open e atual número 2 do mundo sabe bem quem é a favorita ao título em Paris e, não por acaso, também é seu principal obstáculo na corrida para alcançar o posto de número 1 do mundo. Logo, ter uma vitória na terra batida contra Iga Swiatek tem um valor mental importante. Tivesse sofrido outra derrota, sobretudo em um sábado de tênis tão bem jogado, poderia aumentar o efeito bola de neve que acontece na mente de alguns tenistas quando os reveses diante de certos oponentes se acumulam. Levantar o troféu na capital espanhola evitou isso.
Outra consequência positiva para Sabalenka é a evidente pontuação. Aryna, assim como Iga, não tinha pontos a defender em Madri, e os 1000 somados no torneio ajudam a diminuir a diferença na lista da WTA. Na segunda-feira, Sabalenka deve aparecer a pouco mais de 1.500 pontos de distância da polonesa. Em janeiro, no primeiro ranking de 2023, a diferença entre elas era de 7.160. Agora, a bielorrussa já consegue ver sua meta mais próxima, enquanto Iga tem 2.900 pontos a defender em Roma e Roland Garros, o que não é pouco. Sabalenka somou apenas 480 no mesmo período em 2022.
O que não muda - ou muda muito pouco - é o favoritismo de Iga em Roland Garros. Madri, como bem se sabe, não é o melhor dos parâmetros para avaliar quem vai jogar bem em Paris e Roma. A capital espanhola está situada 650m acima do nível do mar, e isso, combinado com a quadra provisória, mais rápida do que a maioria das quadras permanentes, cria condições bastante peculiares para o torneio madrilenho. Condições, ressaltemos, perfeitas para o jogo de potência de Sabalenka. Era o lugar ideal para anotar uma vitória sobre Iga.
É bem verdade que Roland Garros passou por muitas mudanças nos últimos anos, com a instalação de um teto retrátil na Quadra Philippe Chatrier e o advento de rodadas noturnas, mas nada disso vai dar a Sabalenka uma vantagem igual à que ela possuía em Madri. Não por acaso, Aryna jamais passou da terceira rodada em Paris. Ganhar na capital francesa vai exigir mais consistência e, provavelmente, paciência, capacidades que a atual número 2 do mundo vem trabalhando ao longo dos anos, mas ainda não mostrou na medida necessária para um feito deste tamanho. Será que isso muda em 2023? Roma talvez nos dê uma referência melhor. Aguardemos os próximos capítulos.
Coisas que eu acho que acho:
- Dois duelos tão próximos (Iga bateu Sabalenka na final de Stuttgart, duas semanas atrás) entre a número 1 e a número 2 do ranking fazem um bem incalculável à WTA, que não vê uma grande rivalidade há alguns anos. Que Iga e Aryna tenham estilos tão diferentes só ajuda a criar um contraste e atrair fãs para os dois lados. E se os próximos duelos tiverem nível tão alto quanto neste sábado, será delicioso acompanhar.
- Se há uma crítica a fazer na final de Madri, é preciso indagar por que Iga tentou vencer Sabalenka puramente na pancadaria, sem experimentar variações. Não deu slices, tirou pouco a bola da zona de strike de Sabalenka, não mudou sua posição na devolução de saque... nada. Muito pouco para quem tem um tênis com tantas possibilidades. Teria feito diferença? Talvez não. Talvez sim. O ponto aqui é: nunca saberemos. E o jogo se desenrolou, desde o começo, da melhor maneira possível para o estilo de Sabalenka.
- Bia Haddad Maia está na final de duplas, que vai ser jogada amanhã, a partir das 10h30min (de Brasília). Ela e Victoria Azarenka enfrentam as americanas Jessica Pegula e Coco Gauff, que são as cabeças 1. O Star+ mostra ao vivo.
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