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Rafael Nadal anuncia que não vai a Roland Garros e quer aposentar em 2024

Rafael Nadal com o troféu de Roland Garros 2022 - Reuters
Rafael Nadal com o troféu de Roland Garros 2022 Imagem: Reuters

Colunista do UOL

18/05/2023 11h10

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Pela primeira vez desde 2004, Roland Garros não terá a presença de Rafael Nadal. Campeão 14 vezes do torneio francês, o espanhol deu uma entrevista coletiva nesta quinta-feira, em Maiorca, e confirmou sua ausência, além de anunciar que tem a intenção de encerrar a sua carreira no ano que vem.

"A recuperação não aconteceu como gostaríamos, e Roland Garros se mostra impossível. Depois de muitos anos sem faltar a esse compromisso. Não vou dizer que tomei essa decisão porque foi uma decisão que meu corpo tomou. Depois da pandemia, meu corpo não aguentou o trabalho diário e não pude curtir estes últimos anos. Foram muitos dias com dor demais e, depois disso, preciso parar. Não sei quando vou voltar a treinar, mas vou parar por enquanto. Talvez um mês, talvez três, talvez quatro meses. Não gosto de prever o futuro. Estou apenas seguindo minhas sensações e o que acredito que é o certo a fazer para meu corpo e minha alegria pessoal. Não quero me colocar na posição de dizer uma coisa e fazer outra, mas meu objetivo, minha vontade hoje é de parar para me dar uma chance de curtir o próximo ano, que provavelmente será o meu último no circuito profissional. Não posso dizer 100% que será assim porque nunca se sabe, mas minha motivação é curtir e dar adeus aos torneios que foram importantes para mim durante minha carreira. Quero tentar curtir isso sendo competitivo e curtindo estar em quadra, algo que hoje é impossível. Acho que se eu parar agora, as chances disso serão maiores."

O ex-número 1 do mundo, hoje com 36 anos, sofre com uma lesão no músculo psoas (músculo na região das ancas) desde janeiro, quando teve o problema durante o Australian Open. Sua expectativa era voltar a competir em, no máximo, seis semanas, o que lhe daria tempo de sobra para jogar os torneios de saibro e se preparar bem para Roland Garros. No entanto, a recuperação não aconteceu como o esperado, e, 17 semanas depois, a lesão ainda impede que ele treine no ritmo ideal e entre em quadra para competir com chances de ser campeão.

Em sua carreira, Nadal já deixou de disputar slams múltiplas vezes por causa de questões físicas. Ficou fora do Australian Open em 2006 e 2013, deixou de ir a Wimbledon em 2004, 2009, 2016 e 2021 e ausentou-se do US Open em 2012, 2014 e 2021.

Em Roland Garros, Rafa deixou de jogar em 2004, que seria seu ano de estreia no evento, por causa de lesão. Desde 2005, quando foi campeão, fez todos esforços para estar sempre lá. Em 2009, jogou com o joelho lesionado. Em 2016, tomou injeção de cortisona no punho para iniciar o torneio, mas acabou abandonando o evento depois de vencer a segunda rodada. No ano passado, foi campeão mesmo com um problema no pé.

Seu histórico no torneio é de 112 vitórias e apenas três derrotas (Soderling em 2009 e Djokovic em 2014 e 2021). Nas outras 14 vezes em que esteve presente, terminou o evento com o troféu de simples nas mãos. Só em Roland Garros, Rafa embolsou US$ 26,7 milhões durante a carreira.

Queda brusca no ranking

Atual número 14 do mundo e sem competir desde janeiro, Nadal despencará na lista da ATP depois de Roland Garros. Sem poder defender 2 mil de seus 2.535 pontos, o espanhol vai sair do top 100 pela primeira vez desde abril de 2003, quando ainda tinha 16 anos e entrou para o grupo dos cem melhores do mundo. Após o torneio francês, ele deve figurar perto do 135º posto no ranking.

Coisas que eu acho que acho:

- A chave feminina também pode sofrer um baque forte nos próximos dias. Iga Swiatek, bicampeã em Roland Garros e atual detentora do troféu, abandonou o WTA 1000 de Roma nesta quarta-feira por causa de dores na coxa direita. A desistência parece ter sido preventiva, pois Iga ainda se mexia razoavelmente bem em quadra quando decidiu parar, mas só ela e sua equipe sabem, atualmente, o grau da lesão.

- Com a zebraça que foi a derrota de Carlos Alcaraz em Roma e Novak Djokovic fazendo uma preparação muito aquém da ideal, Roland Garros apresenta-se em 2023 como o torneio mais "aberto" em muito tempo. Quem lamentou durante muito tempo o domínio de Rafa terá uma rara chance para colocar suas mãos no troféu desta vez.

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