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Rafael Nadal: 'Não mereço terminar assim'
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Na mesma coletiva em que anunciou sua ausência de Roland Garros e a vontade de encerrar a carreira em 2024, Rafael Nadal deixou claro que está fazendo um último esforço para que sua aposentadoria venha em seus termos. O espanhol de 36 anos, dono de 22 títulos de slams na carreira, quer fazer uma última temporada dentro de quadra, curtindo o tênis e competindo em bom nível. E disse isso de forma bastante forte:
Acho que não mereço terminar assim. Acho que me esforcei suficientemente durante toda a minha carreira esportiva para que meu fim não seja aqui, hoje, em uma coletiva de imprensa. Vou me esforçar para que meu final seja de outra maneira. Tenho a satisfação de ter feito as coisas que acreditávamos para sempre tentar chegar aos nossos objetivos. Às vezes, conseguimos. Às vezes, não. Nesse sentido, quando for o momento de não voltar a competir, que seja com a satisfação pessoal de ter feito o que estava a meu alcance para terminar da maneira que quero terminar. Não me deixar ir antes da hora. Sempre vale a pena fazer um esforço a mais. Sempre foi a minha filosofia e mantenho isso hoje em dia."
Veja abaixo outras frases importantes da coletiva desta quinta-feira
Sobre a pausa que fará em 2023 e a vontade de se aposentar em 2024:
Depois da pandemia, meu corpo não aguentou o trabalho diário e não pude curtir estes últimos anos. Foram muitos dias com dor demais e, depois disso, preciso parar. Não sei quando vou voltar a treinar, mas vou parar por enquanto. Talvez um mês, talvez três, talvez quatro meses. Não gosto de prever o futuro. Estou apenas seguindo minhas sensações e o que acredito que é o certo a fazer para meu corpo e minha alegria pessoal. Não quero me colocar na posição de dizer uma coisa e fazer outra, mas meu objetivo, minha vontade hoje é de parar para me dar uma chance de curtir o próximo ano, que provavelmente será o meu último no circuito profissional. Não posso dizer 100% que será assim porque nunca se sabe, mas minha motivação é curtir e dar adeus aos torneios que foram importantes para mim durante minha carreira. Quero tentar curtir isso sendo competitivo e curtindo estar em quadra, algo que hoje é impossível. Acho que se eu parar agora, as chances disso serão maiores."
Sobre a possibilidade de competir em alto nível em 2024:
O que vai acontecer no que vem eu não sei. Posso ter intenções, mas há fatores que não é possível controlar. Se vou voltar a ser competitivo para lutar para ganhar grand slams, eu não sei. Vai ser difícil, não? Evidentemente, depois de uma parada longa, que vem desde janeiro, não sou irracional. Sou consciente da dificuldade da situação, mas por que não? Também não sou pessimista. No fim, o que vou tentar é me dar a chance de voltar a competir, e minha intenção é que seja o último ano. Além disso, nunca se sabe o que vai acontecer. Vou tentar fazer com que meu último ano não seja de coadjuvante. Vou fazer o possível para competir no nível mais alto, para chegar ao ano que vem, nesta temporada de saibro, e competir para tentar ganhar os torneios. Vou lutar por isso, mas a realidade nunca se sabe."
Sobre ver o torneio de Roland Garros pela TV:
Provavelmente, não vou ver todos os jogos, mas certamente haverá partidas muito interessantes que vou acompanhar durante o torneio. Meu discurso não vai mudar agora. Alguns anos atrás, quando Novak não jogou na Austrália, eu disse: 'Torneios ficam para sempre. Jogadores vêm e vão.' Roland Garros sempre será Roland Garros, com ou sem mim. Continuará sendo o melhor evento do saibro, e haverá outro campeão, que não será eu. O torneio será um sucesso sem mim. Os jogadores competem por um tempo, e os torneios ficam para sempre. Por isso, este esporte é importante."
Sobre seu estado mental hoje em dia:
Eu estou melhor agora do que algumas semanas atrás. Triste, afinal perdi uma temporada importante, em que eu me sentia preparado a nível tenístico porque estava lutando pelas coisas mais importantes, mas a nível físico, não é assim. É preciso aceitar as coisas. Não há outra coisa a fazer. Você pode ficar chateado e triste - que é o que eu faço - mas depois disso olhamos para o futuro para tentar, como sempre, olhar para a frente. Tenho outras coisas boas no meu dia a dia, que me ajudam a curtir a vida. Não quero fazer nenhum tipo de drama. Pelo contrário. Tenho que agradecer por todas coisas que já aconteceram comigo."
Sobre parar totalmente de treinar:
Vou parar. Não vou treinar. Foram meses de muitos momentos de frustração. Sou bastante tolerante e positivo, mas há um momento em que é preciso colocar um freio. Preciso parar, senão não acredito que consigo chegar ao ano que vem. São muitos meses, mas também vimos de um histórico de anos que é muito complicado, e foi difícil encontrar um nível de trabalho. Preciso de uma desconexão, assim como todos que estão ao meu lado. Agora é momento de tentar parar e ver se o corpo vai se regenerando por si só nesses meses, tirando completamente a carga de trabalho. Depois, quando eu me sentir preparado, vamos voltar e fazer as coisas do melhor jeito que sabemos."
Sobre encerrar a carreira nos Jogos Olímpicos (o torneio de tênis será em Roland Garros):
Não posso dizer agora porque é difícil prever o que vai acontecer e como estará meu corpo, então não quero dizer uma coisa e fazer outra. É melhor manter as opções e ver qual será o melhor calendário possível. Gostaria de jogar os torneios que são importantes para mim e, claro, os Jogos Olímpicos são um desses eventos, então espero estar lá. Se será meu último torneio ou não, não tenho como dizer agora."
Sobre o retorno com ranking protegido ou convites:
São coisas que não aconteceram comigo até agora, por sorte, mas as coisas serão feitas da maneira adequada. Se eu puder entrar nos torneios com ranking protegido e não tirar convites de ninguém... E se me derem convites, suponho que não haverá problemas, acho que isso eu fiz por merecer. Vamos fazer as coisas da maneira mais correta possível."
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