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Bia salva match point, vai às oitavas e escapa de favorita em Roland Garros

Beatriz Haddad Maia na terceira rodada de Roland Garros 2023 - Getty Images
Beatriz Haddad Maia na terceira rodada de Roland Garros 2023 Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

03/06/2023 13h02

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Pela primeira vez desde Thomaz Bellucci, em 2010, o Brasil terá um representante nas oitavas de final de simples em Roland Garros. O feito desta vez pertence a Beatriz Haddad Maia, atual número 14 do mundo. Neste sábado, a paulista de 27 anos teve um começo de jogo complicado contra a russa Ekaterina Alexandrova (28 anos, #23 do mundo), mas suportou bem a pressão, salvou match point após uma reação furiosa da oponente no terceiro set e triunfou com parciais de 5/7, 6/4 e 7/5.

Com uma vaga nas oitavas, Bia se torna a primeira brasileira a vencer três jogos em uma mesma edição de Roland Garros desde Maria Esther Bueno, em 1968 (Patricia Medrado também alcançou as oitavas em 1979, mas só precisou de duas partidas para chegar lá).

Além do mérito dentro de quadra, Bia contou com uma pitada de sorte fora dela. A cazaque Elena Rybakina, número 4 do mundo, atual campeã do WTA 1000 de Roma (no saibro) e cabeça de chave mais alta em seu caminho até as semifinais, ficou doente e nem entrou em quadra neste sábado. Assim, em vez de duelar com Rybakina, a paulista, que nunca tinha ido tão longe em um slam, enfrentará nas oitavas a espanhola Sara Sorribes Tormo, número 132 do ranking, que avançou por WO.

Como aconteceu

Alexandrova entrou no jogo muito afiada, usando bolas fundas e pesadas que complicavam a vida da brasileira. Sem conseguir atacar com mais margem de segurança, Bia foi acumulando erros que lhe custaram duas quebras de saque. A russa rapidamente abriu 5/1, mas a partida mudou de direção na mesma velocidade. Depois que Alexandrova cometeu um par de erros no sétimo game, Bia cresceu e começou a equilibrar as trocas do fundo de quadra. A brasileira devolveu a segunda quebra no nono game e, em seguida, confirmou seu serviço para fazer 5/5. na reta final, porém, foi a russa quem levou a melhor. Com o placar em 5/6 e 30/30, Bia cometeu dois erros e cedeu a parcial à adversária.

O jogo seguiu duro na segunda parcial. Bia conseguiu uma quebra logo no primeiro game, mas Alexandrova venceu o game seguinte, evitando que a brasileira abrisse vantagem. As tenistas trocaram mais duas quebras no quinto e no oitavo games, mas desta vez foi Bia quem brilhou na reta final. Primeiro, anotou uma quebra no nono game para abrir 5/4. Depois, confirmou seu serviço, fez 6/4 e igualou a partida.

Quando a terceira parcial começou, Bia já era a melhor tenista em quadra. Alexandrova não conseguiu manter o nível de antes, e seus erros se multiplicavam. A brasileira manteve sua consistência, evitando arriscar demais, e foi recompensada com uma quebra logo no começo do set e outra no quinto game, o que lhe deu 4/1 de vantagem. O jogo parecia decidido, mas três erros não forçados de Bia no sexto game recolocaram Ekaterina no jogo. A russa confirmou o serviço em seguida, e o placar ficou em 4/3. Ainda significava uma quebra de vantagem, mas Bia não aproveitou. Deixou de converter um game point e, ao errar um voleio fácil e um backhand, cedeu outra quebra e a igualdade: 4/4. A pressão aumentou e, depois de mais erros, Bia precisou salvar um match point em um belo rali. O lance levantou a galera e, dois pontos depois, o placar mostrava 5/5 e uma Bia tão feliz quanto aliviada.

A pressão mudou de lado, e a russa balançou. Fez uma dupla falta, um erro não forçado e, após uma bela devolução de Bia, o placar mostrava 5/5 e 15/40. Quando Alexandrova mandou uma esquerda na rede, Bia quebrou e passou a ter a chance de sacar para a vitória. Desta vez, não houve vacilo. Game, set, match, Haddad Maia.

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