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Thiago Wild bobeia, cede virada a japonês e tomba em Roland Garros
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Thiago Wild poderia ter definido o duelo deste sábado, contra o japonês Yoshihito Nishioka (27 anos, #33 do mundo), em três sets, quando foi muito superior ao rival na Quadra Simonne-Mathieu, a terceira maior de Roland Garros. O brasileiro de 23 anos, #172 do mundo, porém, perdeu ótimas chances no segundo set, bobeou no início da quarta parcial e, depois disso, não conseguiu acompanhar o ritmo do adversário. Nishioka acabou triunfando em cinco sets, com parciais de 3/6, 7/6(8), 2/6, 6/4 e 6/0, e avançou às oitavas de final do torneio francês.
Para Thiago, fica no passado a rara chance de alcançar a quarta fase de Roland Garros. O último brasileiro a ir tão longe no evento foi Thomaz Bellucci, em 2010, quando foi eliminado apenas por Rafael Nadal. Ganhar neste sábado também deixaria Wild colado no top 100. Em vez disso, sairá de Paris perto do 130º posto do ranking mundial.
Nishioka, por sua vez, avança para enfrentar do jogo entre o croata Borna Coric (26 anos, #16 do mundo) e o argentino Tomás Martín Etcheverry (23 anos, #49).
"Obrigado a todos pelo apoio hoje. Significou muito. Mesmo que a partida não tenha corrido do jeito que eu esperava, estou muito orgulhoso do trabalho que minha equipe e eu fizemos para chegar até aqui. Foi uma ótima semana em Roland Garros e agora vamos continuar trabalhando por mais resultados na temporada", disse Wild em comunicado distribuído por sua assessoria de imprensa.
Como aconteceu
O jogo começou com muitos erros e poucos ralis e, por isso, demorou a esquentar. Com os dois tentando se impor do fundo de quadra e confirmando saques sem problema, a primeira chance de quebra só veio no sexto game, mas Wild desperdiçou sua chance cometendo um erro não forçado. No oitavo, contudo, o japonês não resistiu. Com três erros não forçados e mais uma dupla falta, Nishioka deu ao brasileiro a vantagem necessária para fechar o set em 6/3 pouco depois.
Irritado, o asiático quebrou uma raquete e foi advertido. Pouco fez diferença. Nishioka seguiu impaciente, insatisfeito com seu tênis, e errando mais que o brasileiro. Wild, por sua vez, confirmava seus serviços sem ceder break points e esperava chances no saque do oponente. Elas apareceram no sétimo game, e o brasileiro nem precisou fazer muita força. Nishioka cometeu quatro erros não forçados e deu de presente a quebra. Nesse momento, o japonês somava 10 winners e 18 erros não forçados (além de 20 erros forçados), contra 15 e 14 (e 12) do paranaense, respectivamente.
Nishioka é punido, Wild perde chances
Wild jogou seu único game ruim da partida até então no oitavo game e cedeu a igualdade, mas o momento mais dramático do set ainda estaria por vir. Com o placar em 5/5 e 30/30, Nishioka viu o árbitro dar fora uma cruzada que ele acreditou tocar a linha. Revoltado, o japonês atravessou até outro lado da quadra - o que não é permitido pela regra - para olhar a marca mais de perto e seguiu reclamando. O árbitro advertiu Nishioka novamente, e a segunda punição significa perda de um ponto. Por isso, Wild ganhou o game e o saque, abrindo 6/5. O paranaense, porém, não aproveitou a vantagem e perdeu novamente o serviço. Irritado, também destruiu uma raquete antes do tie-break.
No game de desempate, mais chances perdidas. Wild abriu 6/3 e teve dois pontos com seu saque para definir a parcial, mas cometeu uma dupla falta no primeiro, e viu o rival disparar um winner no segundo. Outros dois erros do brasileiro deram a vantagem a Nishioka. Wild ainda salvou dois set points, mas não conseguiu se salvar no terceiro, e o asiático fez 7/6(8), empatando o duelo.
Um grande mérito de Wild foi não deixar os vacilos afetarem o resto de sua apresentação. Quando o terceiro set começou, o brasileiro voltou a jogar um belo tênis, agredindo mais, usando bolas mais fundas e pesadas e levando vantagem na maioria dos ralis. Assim, rapidamente abriu 3/0 e, desta vez, a liderança não escapou. Com outra quebra no oitavo game, Wild fez 6/2 na parcial e ficou a um set das oitavas de final.
As melhores chances de Nishioka vinham em bobeiras do brasileiro, e foi assim que o japonês saiu na frente no quarto set. Wild abriu 40/0 em seu primeiro game de saque, mas cometeu duas duplas faltas, mais dois erros não forçados e acabou cedendo a quebra. O duelo ainda parecia mais para o brasileiro, mas Wild parecia impaciente, afobado e cometia erros por tentar definir os pontos muito cedo. Assim, o japonês manteve sua vantagem até o décimo game, quando confirmou o serviço mais uma vez e forçou o quinto set.
Quando a parcial decisiva começou, ficou evidente que Wild não tinha mais condições físicas de equilibrar o jogo. O brasileiro multiplicou seus erros e falhou em seguidas tomadas de decisão, frequentemente buscando a definição com bolas de baixa porcentagem. Nishioka, por sua vez, manteve-se correndo atrás das bolas e forçando o paranaense a matar os pontos. Com erro atrás de erro, Thiago viu o oponente disparar no placar e não conseguiu mais alcançá-lo.
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