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Sobre Alcaraz, carisma e calendário

A cena é do fim da semana passada, mas preciso registrá-la aqui, ainda que com atraso, porque ela carrega um simbolismo forte. Aconteceu na renovada (e fracassada, mas já, já chegaremos nessa parte) Copa Hopman, na partida entre Carlos Alcaraz e David Goffin.

Preste atenção no ponto que começa na marca de 25" do vídeo. Goffin, no alto da tela, saca aberto, tirando Alcaraz da quadra e, em seguida, ataca com um forehand a direita do espanhol. O número 1 atravessa a quadra como um raio, alcança a bola e dispara um míssil de direita. Indefensável. Espetacular.


Quase tão espetacular quanto a direita de Carlitos é a reação do boleiro que estava em seu lado da quadra. Não ficou tão evidente no vídeo acima, então clique no vídeo abaixo para ver melhor. É sensacional.

O sorriso. A expressão de espanto e admiração. Quase dá para ouvir o menino perguntando a si mesmo se Alcaraz existe de verdade. E isso, caros leitores, é o que faz de Carlitos um garoto tão especial. Aos 20 anos, ele já exerce esse tipo de encanto.

Alcaraz, lembremos, já é número 1 do mundo, conquistou dois slams e recentemente destronou Novak Djokovic em uma deliciosa final de cinco sets em Wimbledon. Não é, entretanto, apenas seu currículo que espanta com precocidade. É essa capacidade de conquistar o público. De fascinar. De apaixonar mesmo. Algo que nem Federer nem Nadal nem Djokovic conseguia aos 20. Alcaraz é especial nesse nível.

Coisas que eu acho que acho:

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- A tentativa da ITF de ressuscitar a outrora saborosa Copa Hopman não teve tanto sucesso assim, o que mostra a importância do calendário na execução de um evento. Em Nice e em julho, perdida no saibro entre as temporadas de grama e quadra dura, foi praticamente irrelevante. Nem a presença do número 1 do mundo, vindo de título de Wimbledon, deu o impulso que o evento precisava.

- Antes, em janeiro, a Hopman era o grande evento de tênis do ano em Perth, na Austrália, e lotava arquibancadas. Atraía estrelas que buscavam um ambiente light na reta final de preparação para o Australian Open. As duplas mistas, juntando parcerias quase nunca vistas no circuito, eram a cereja do bolo. Agora, na França, um país de dimensões bem menores e que recebe tênis de alto nível o ano inteiro, não vingou.

- Som de hoje no meu Kuba Disco: Chaiyya Chaiyya Bollywod Joint, porque Spike Lee foi um gênio ao abrir Inside Man ("O Plano Perfeito", em mais um título emburrecido em português), um filme de roubo a banco, com a música.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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