Dominic Thiem e bons sinais de recuperação
Dominic Thiem voltou? Calma, muita calma nesta hora. Uma final em um ATP 250 disputado em casa e sem derrotar nenhum top 20 está longe de ser uma campanha boa o bastante para cravar que um campeão de slam e ex-número 3 do mundo "está de volta". O antigo padrão Thiem de qualidade era um tanto alto, então convém evitar empolgação excessiva por ora.
Dito isto, é evidente que Domi mostrou evolução e bons sinais nesta semana que passou. Ganhou três dos quatro tie-breaks que disputou, mostrou-se mais seguro nos pontos importantes e até venceu um jogo depois de salvar match points (contra Laslo Djere, nas semifinais). E lembremos também que o austríaco não vencia três jogos seguidos de nível ATP desde outubro do ano passado.
De tudo que fez de bom durante a semana, nas vitórias sobre Bagnis, Zhang, Rinderknech e Djere, é preciso destacar sua capacidade de sair de buracos e ganhar pontos sob pressão. Salvou 7/9 break points contra Bagnis e incríveis 12/12 contra Djere. Diante do sérvio, aliás, venceu 14 dos 18 pontos em que precisou sacar com o placar em "iguais".
É o tipo de situação que dá confiança, sobretudo a um tenista que vinha falhando em situações assim. Perdeu um tie-break de quinto set para Tsitsipas em Wimbledon, um quinto set para Cachin em Roland Garros, e um trio de tie-breaks de terceiro set: Tsitsipas em Madri, Mannarino em Indian Wells e Thiago Monteiro no Rio. Cenários que vinham acumulando e minando o mental do austríaco.
Portanto, conseguir executar e vencer em situações delicadas deve ser considerado o melhor sinal dado por Thiem em Kitzbuhel. No entanto, há o outro lado da moeda. Se Domi jogou tantos pontos sob pressão em seu saque, é porque fez muito pouco nos games de devolução. Contra Djere, que não tem o melhor saque do mundo, venceu só 27% dos pontos como devolvedor. Contra Rinderknech, 33%. Contra Bagnis e Zhang, 36%. Errou muitas devoluções, mesmo posicionado quase sempre colado à grade. O posocionamento que sempre lhe permitiu colocar mais bolas em jogo de pouco adiantou em Kitzbuhel. Logo, Domi colocou muito menos pressão do que poderia e viveu quase sempre no limite em seus games de saque.
Este precisa ser o próximo passo para Thiem: devolver melhor contra a elite. Só assim, aumentará sua margem de segurança e poderá jogar menos pressionado em seus próprios games. Por enquanto, serve de motivação a volta ao top 100. Com o vice em seu país, Domi salta 26 posições no ranking da ATP e, nesta segunda-feira, é o 90º da lista. Já é um (re)começo.
Coisas que eu acho que acho:
- A primeira semana de pré-US Open, com torneios de quadra dura em Los Cabos e Washington, terminou com títulos de Coco Gauff e Dan Evans na capital americana, e Stefanos Tsitsipas no México. A partir de segunda-feira a coisa fica mais séria, com os 1000 de Montreal (WTA) e Toronto (ATP).
- Bia Haddad Maia está na chave de Montreal, e sua chave não é das mais simples. Cabeça 11, a brasileira estreia contra Badosa e pode pegar no caminho Fernandez (segunda rodada), Sakkari (oitavas), Iga (quartas) e Gauff/Pegula (semi) antes da final. A chave de baixo tem Sabalenka e Rybakina.
- Som de hoje no meu Kuba Disco: Fine Wine (Saint Motel) porque "our bodies will age, but we'll never grow old. We'll keep on running till we run out of road."
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Opinião
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
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