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Djokovic marca território com vitória de peso sobre Alcaraz

Uma derrota neste domingo, na final do Masters 1000 de Cincinnati, teria consequências duras para Novak Djokovic. Não por deixar de vencer Cincy, que, por si só, está longe dos primeiros itens na lista de prioridades do sérvio de 36 anos, maior campeão de slams em simples na história do tênis masculino. No entanto, outro revés diante de Carlos Alcaraz, depois do tombo na final de Wimbledon, colocaria Nole em uma situação desconfortável. Ficaria 3 a 1 abaixo no histórico de confrontos diretos e daria ao espanhol uma enorme confiança na capacidade de repetir o feito em uma possível final no US Open, daqui a tries domingos.

Talvez por isso, Djokovic tenha mostrado força extra para superar um mal-estar no começo do segundo set; salvar um match point ainda na segunda parcial; e mostrar um tênis sólido, inteligente e brilhante em dois tie-breaks para derrotar o atual número 1 do mundo por 5/7, 7/6(7) e 7/6(4) em um jogão de 3h49min, com uma parcial decisiva disputada em altíssimo nível do começo ao fim.

Um triunfo com méritos físicos, táticos, técnicos e, claro, mentais. Um resultado fala alto. Uma atuação digna dos maiores da história, daquelas que mandam o retumbante recado: "estou aqui, no nível mais alto, aos 36, e será preciso fazer muito para me derrubar."

É com esse moral que Djokovic termina, da melhor maneira possível, sua preparação para o US Open. Testado física, tática, mental e tecnicamente, e aprovado com nota máxima na mais exigente das avaliações. E se não é mais possível fechar o Grand Slam de fato, Djokovic vai a Nova York mais uma vez como "o cara" a ser batido. É isto que faz uma vitória assim, contra Alcaraz. Marca seu território e mostra para a vizinhança quem dá as cartas.


Coisas que eu acho que acho:

- Eu poderia fazer uma dúzia de parágrafos sobre as questões técnicas e táticas de um jogo que durou quase 4h e teve muitas alternativas e variações mostradas por ambos tenistas. No entanto, já gravei essa análise em áudio, que foi publicada no grupo de apoiadores do blog (no Telegram) e, mais tarde, entrará no podcast Saque e Voleio Shorts.

- Sobre Alcaraz, o espanhol leva duas grandes lições deste domingo: a primeira é que é preciso derrubar Djokovic quando este se mostra abatido. O momento em que o sérvio se mostrou mais vulnerável foi também o trecho do jogo em que Carlitos se mostrou mais afobado e mais deu pontos de graça. Um vacilo mental que lhe custou uma vitória em dois sets.

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- A segunda lição é sobre o que fazer contra o segundo saque de Djokovic. Alcaraz passou dois sets e meio sem se encontrar, levando um baile do sérvio, que terminou o jogo vencendo incríveis 64% dos pontos com o segundo saque (número altíssimo contra um tenista do porte de Alcaraz). Tentou devolver do fundo e parou no saque-e-voleio de Nole. Tentou jogar mais perto da linha e não teve o sucesso que queria. Só no terceiro set é que o espanhol melhorou, posicionando-se mais dentro da quadra. Ainda assim, não foi o bastante para sacar a vitória.

- Som de hoje no meu Kuba Disco: Spell, da banda preferida da querida Aliny Calejon, que fez aniversário (54 anos, pelas minhas contas) na última sexta-feira.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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