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3 coisas que fizeram diferença na estreia de Bia Haddad no US Open

O duelo com Sloane Stephens, uma campeã de slam que já foi número 3 do mundo e jogava em casa, com torcida a favor, trazia um cenário longe do ideal para a estreia de Beatriz Haddad Maia no US Open. Na prática, o esperado se confirmou, e a brasileira teve bastante trabalho antes de triunfar em três sets. O que fez a diferença? Vejamos alguns pontos:

1. Agressividade

Bia sabia que enfrentaria uma adversária consistente e motivada, e que só trocar bolas do fundo de quadra não resolveria. Era preciso atacar primeiro. Buscar winners e forçar erros de Stephens. Foi isso que a brasileira fez, e a vantagem pela postura ousada foi refletida nos números: na primeira parcial, Bia e Sloane tiveram o mesmo número de winners (5), mas a brasileira forçou mais erros da adversária (8 a 3); e no terceiro set Bia disparou 19 winners contra 11 de Stephens. A brasileira também cometeu mais erros na parcial decisiva (14 a 10), mas sua precisão fez a matemática jogar a seu favor.

Na soma dos três sets, Bia cometeu dois erros não forçados a mais do que Stephens (40 a 38), mas fez dez winners a mais (40 a 30). Considerando que a paulista venceu, ao todo, dez pontos a mais do que a americana (113 a 103), fica fácil entender o que decidiu o duelo.

2. Tolerância

Entender que agressividade traz, inevitavelmente, mais erros, precisa fazer parte da preparação mental de qualquer jogador que vai entrar em quadra com essa postura. É preciso aceitar os erros. Tolerá-los. E, como a própria Bia disse na entrevista pós-jogo, "perdoar-se". Entender que os erros virão e, ao mesmo tempo, fazer o possível para minimizá-los sem deixar de atacar. Bia fez isso mesmo quando deixou escapar a vantagem de 4/2 no segundo set. Mesmo quando perdeu as quebras de vantagem quedo teve 1/0 e, depois, 3/1 no terceiro set. A brasileira acreditou em seu plano de jogo, insistiu sem se deixar abalar pelas falhas e foi recompensada no fim.

3. Pontos importantes

Tudo que citei acima - tanto a postura quando o aspecto mental - contribuiu para o que menciono agora: a qualidade de tênis que Bia mostrou nos pontos importantes. No caso desta segunda-feira, os break points deixam isso claro. A brasileira foi melhor tanto quando teve chances de quebra quanto quando precisou salvar seus games de serviço.

Quando conquistou break points, converteu seis em 13 oportunidades, com aproveitamento de 46%. Já com seu serviço, salvou 11 das 15 chances de quebra cedidas (73%). Nos mesmos quesitos, a americana teve 27% e 54%, respectivamente.

Coisas que eu acho que acho:

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- Um detalhe que não gostei de Bia nesta segunda-feira: a brasileira cometeu três duplas faltas no primeiro set e não buscou aces, apostando em encaixar mais o primeiro saque e não correr risco de novas duplas faltas. Ao fazer isso, porém, deixou de buscar as linhas com o serviço e também deixou de ganhar pontos de graça com o fundamento. Assim, teve que entrar em mais ralis e encontrou mais dificuldade para confirmar seus games de serviço. Acabou cedendo 15 break points em toda a partida (e foi quebrada quatro vezes), um número maior do que o desejável em qualquer ocasião.

- Um resultado que pode ajudar a brasileira mais adiante no torneio foi a eliminação de Maria Sakkari, cabeça de chave 8. A top 10 grega, possível adversária de Bia nas oitavas de final, foi superada pela espanhola Rebeka Masarova por 6/4 e 6/4. Agora, caso alcance as oitavas, Bia vai enfrentar quem avançar na seção que tem Sara Sorribes Tormo (#48), Xinyu Wang (#53), Anna Karolina Schmiedlova (#64) e a própria Masarova (#71).

- Som de hoje no meu Kuba Disco: New York City Boy, clássico dos Pet Shop Boys, direto da minha playlist preferida sobre a Big Apple

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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