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Djokovic acredita estar melhor que dez anos atrás, e é difícil discordar

Pouco depois da tranquila e impressionante vitória sobre o espanhol Bernabé Zapata Miralles, na segunda rodada do US Open, Novak Djokovic foi indagado, na entrevista pós-jogo, ainda no Estádio Arthur Ashe, sobre o resultado de um possível duelo sobre sua versão atual e o Djokovic de dez anos atrás. A resposta foi a seguinte:

"[Eu venceria] Fácil. Sem problemas. Em sets diretos para mim, o Novak de 36 anos. Eu não quero jogar contra mim mesmo, mas faço isso em cada partida, na minha cabeça, na minha mente. Se eu ganho essa batalha, também ganho a batalha do lado de fora, contra o adversário."

Outra pergunta um tanto pertinente deu sequência ao assunto. O que o sérvio acredita que faz melhor hoje em comparação com dez anos atrás?

"Experiência e o entendimento do que é preciso ser feito nos momentos importantes. Talvez preservar a energia e focar no momento presente um pouco mais. Talvez eu tivesse um pouco mais de explosão dez anos atrás, mas são coisas normais de esperar. Ainda estou me movimentando bem para um cara velho", disse e concluiu com um sorriso.

Como sugere o título deste texto, concordo com o número 2 do mundo (que voltará à liderança do ranking no dia 11 de setembro). Muito. E não só pelos aspectos que Djokovic cita na resposta - quase todos mentais. Nole, hoje, tem um segundo saque melhor. Um dos melhores do mundo. Algo que já foi um ponto fraco seu lá atrás, nos seus primeiros anos entre os melhores do mundo. É até difícil de lembrar hoje em dia.

Sua devolução é tão letal quanto já foi. Sua elasticidade, idem. E a falta de explosão, que o sérvio cita na resposta, é mais do que compensada com uma capacidade de antecipar e ler os movimentos de seus adversários (além do estudo de tendências, algo que o time de Djokovic faz com a análise estatística), antevendo e reagindo mais rápido às bolas dos rivais.

Vale também lembrar algo que Djokovic disse após a conquista de um de seus últimos slams, referindo-se a alguns dos elementos que fazem os grandes torneios mais especiais e difíceis de serem conquistados, como o ambiente, a expectativa por jogos grandes e decisões, o tempo dedicado à imprensa e aos fãs e tudo mais. Na ocasião, Nole declarou que já passou tantas vezes por esses momentos que eles vão passando a fazer parte da rotina, mais fáceis de encarar. Enquanto isso, enquanto alguns de seus "novos" adversários em finais, como Alcaraz, Medvedev, Berrettini, Kyrgios, Tsitsipas, Thiem, e outros, têm muito menos experiência em cenários assim, o que dá ao sérvio uma vantagem extra.

Quem discorda é clubista.

Coisas que eu acho que acho:

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- A julgar por como anda a chave do sérvio, com cabeças de chave caindo por todas as partes, é bem possível que este US Open seja um daqueles slams em que ele chega à final sem perder sets.

- Se passar por Djere, Djokovic vai enfrentar nas oitavas Gojo ou Vesely. Nas quartas, seu adversário sai de um grupo que tem, no momento, Stricker, Bonzi, Mensik, Varillas e Fritz. Somando isso ao nível obsceno que Nole vem demonstrando no torneio... é uma conta fácil de fazer.

- Som de hoje no meu Kuba Disco: Beside You (James Blunt - Alle Farben Remix)

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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