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Quem é quem nas oitavas de final masculinas do US Open

Novak Djokovic precisou sair de um buraco, e Carlos Alcaraz teve seus altos e baixos. Daniil Medvedev, o número 3 do mundo, chega sem sobressaltos às oitavas de final do US Open, que tem um punhado de nomes surpreendentes.

Antes da rodada deste domingo, vejamos como cada tenista chegou lá, quem vem jogando melhor e como anda a expectativa por jogos grandes nesta reta final do torneio nova-iorquino.

[1] Carlos Alcaraz x Matteo Arnaldi

Carlitos faz um belo torneio, cheio de jogadas de efeito, até quando não precisa. Taticamente, o espanhol vem deixando a desejar, optando por jogadas de baixa porcentagem com mais frequência do que deveria. Fosse um tenista com um pouco menos de talento, teria encontrado mais problemas. Contudo, Alcaraz tinha boa margem para esses altos e baixos na primeira semana. Não deve ser assim a partir das quartas de final.

Arnaldi, #61 do mundo, já disse que seu objetivo no torneio era enfrentar Alcaraz. Por essa declaração, dá para imaginar que o italiano já tem a sensação de missão cumprida após eliminar Kubler, Fils e Norrie. Difícil acreditar em mais uma vitória neste US Open.

[12] Alexander Zverev x Jannik Sinner [6]

Sascha vem jogando mais e mais perto de seu melhor tênis, alcançando o nível de antes da grave lesão sofrida em Roland Garros no ano passado. Chega às oitavas após uma ótima apresentação diante de um Dimitrov que foi brilhante durante dois sets. Enquanto isso, Sinner passou bem por um caminho não tão simples, que tinha Hanfmann, Sonego e Wawrinka (só perdeu um set - para o suíço). No papel, o italiano é favorito aqui, mas a consistência e a paciência de Zverev podem causar problemas sérios se Sinner não estiver no melhor dos dias. Sascha tem uma boa chance aqui.

[3] Daniil Medvedev x Alex de Minaur [13]

Balazs, O'Connell e Báez. A chave de Medvedev não era tão dura, e o russo aproveitou. Vem jogando seu habitual tênis consistente e chega às oitavas com força, o que é bom considerando que seu pré-US Open foi atipicamente modesto. De Minaur, por sua vez, vem voando. Foi vice-campeão no Masters de Toronto e chegou às oitavas em Nova York com apenas um set perdido. Nos últimos dois jogos (Wu e Jarry), cedeu apenas dez games. E não custa lembrar: o australiano venceu os últimos dois encontros com Medvedev. Há potencial considerável para uma zebra aqui.

Jack Draper x Andrey Rublev [8]

Draper, #123 do mundo, é um tenista de nível superior ao seu ranking. Teve lesões no ombro e no abdômen e ficou fora de Miami, Madri e Roma, além de toda a temporada de grama. Também saiu de Winston-Salem, na última semana, com dores no ombro. Por tudo isso, sua campanha em NY é uma surpresa. Somou belas vitórias sobre Albot, um errático Hurkacz e Mmoh.

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Rublev parece estar amadurecendo o bastante para ir mais longe nos slams com mais frequência. Esteve nas quartas em Melbourne e em Wimbledon, e é favorito para repetir a campanha agora, nos US Open. Chegou às oitavas passando por Cazaux, Monfils e Rinderknech, o que não era a chave mais simples do mundo. Se conseguir lidar com o saque de Draper, tem ótimas chances. Precisa tomar cuidado com os forehands cruzados do britânico, que podem lhe prender no backhand, seu golpe mais fraco. Entrará em quadra como favorito.

Rinky Hijikata x Frances Tiafoe [10]

Hijikata é o grande vencedor do quadrante encabeçado por Ruud, que chegou longe de sua melhor forma e caiu cedo. O australiano aproveitou e bateu Kotov, Fucsovics e Zhizhen Zhang. Tiafoe teve seus altos e baixos, mas tinha margem para isso em uma caminhada contra Tien, Ofner e Mannarino. Será o favorito aqui e deve avançar a não ser que tope a pancadaria que deve ser proposta por Hijikata, o que pode favorecer o australiano.

[14] Tommy Paul x Ben Shelton

Paul, possivelmente na melhor fase de sua vida, chega às oitavas bem credenciado por uma vitória maiúscula sobre Davidovich Fokina. Shelton, por sua vez, superou Cachin, Thiem (abandonou por mal-estar) e Karatsev. Neste último jogo, inclusive, disparou um saque a 236,5 km/h. É um duelo de estilos. A agressividade de Shelton contra a consistência de Paul. Em uma melhor de cinco sets, aposto em Paul.

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Dominic Stricker x Taylor Fritz [9]

O suíço Stricker é um dos nomes mais surpreendentes do torneio até agora. Derrubou o sacador Popyrin, depois eliminou o top 10 Tsitsipas de virada e, por último, superou Bonzi. Enquanto isso, Fritz chega às oitavas sem perder sets e com apenas 13 games perdidos por enquanto. O americano, mais experiente e em grande momento, é o claro favorito aqui.

Borna Gojo x Novak Djokovic [2]

Gojo tem o mérito de furar o qualifying, mas também teve a sorte de não enfrentar nenhum cabeça de chave até agora. Bateu Dellien, McDonald e Vesely (podia ter enfrentado Auger-Aliassime e Francisco Cerúndolo). A sorte, porém, se esgotou, já que Djokovic é seu próximo adversário. Nole fez duas excelentes partidas, mas não esteve tão bem assim na terceira rodada, quando encarou um inspirado Djere. Sim, o nível de Djere afetou o de Djokovic, mas o veterano encontrou um nível mais alto a tempo de evitar a eliminação. Segue como o favorito, até porque sua metade da chave é bem menos complicada do que a parte de cima, onde está Alcaraz.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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