Episódio V: Alcaraz teve grandes momentos, Djokovic fez uma grande partida
Como sempre, Carlos Alcaraz teve grandes momentos e ganhou pontos de maneira espetacular. Como sempre, Novak Djokovic fez uma grande partida. Dá para resumir assim o quinto encontro no circuito mundial entre o veterano de 36 anos, atual número 1 do mundo e maior campeão de slams em simples da história do tênis masculino, e o jovem espanhol de 20 anos, atual campeão de Wimbledon e já ex-líder do ranking mundial.
O duelo deste sábado, válido pelas semifinais do ATP Finals, teve parciais de 6/3 e 6/2 e sugerem que Djokovic venceu com certa tranquilidade. Não foi bem assim. No entanto, se o placar não reflete a ameaça imposta por Alcaraz, registra o quão implacável o sérvio se mostrou ao longo da partida.
O espanhol teve suas chances. No primeiro set, teve dois break points já no primeiro game, mas não converteu. Desperdiçou o segundo deles com uma direita não forçada que, no fim das contas, custou mais caro do que parecia naquele momento. Alcaraz também errou um voleio simples que lhe daria outro break point no sexto game.
O garotão não conseguiu manter o nível do veterano. Bastou um game ruim, com quatro erros - daqueles que se tornaram frequentes no segundo semestre de Alcaraz - para ver o set ir embora. Djokovic, implacável como o tubarão que fareja sangue na água (perdão pela manjada metáfora), conseguiu a quebra e fechou o set.
A segunda parcial não foi muito diferente. Carlitos teve seus altos (muito altos) e baixos (muito baixos) e pagou por isso. Até conquistou duas chances de quebra no sexto game, após jogar dois pontos excelentes, mas fez uma escolha ruim - uma subida à rede na direita do veterano - e pagou o preço. Em vez de 3/3, o placar pouco depois já mostrava 5/2, com duas quebras a favor de Djokovic. A diferença entre grandes momentos e uma grande partida.
Coisas que eu acho que acho:
- Os números que qualificam a atuação de Djokovic neste semifinal são assombrosos. No quesito de Shot Quality (qualidade do golpe), medido pela ATP com inteligência artificial, Nole teve "notas" 9,4 no forehand, 8,7 no backhand, 8,4 no saque e 8,8 na devolução. Números que aparecem com a seguinte frequência em jogos de tênis: 0,8%, 2,7%, 12,6% e 0,6%, respectivamente. Que Nole tenha feito tudo isso no mesmo jogo dá a ideia de quão rara é uma atuação desse porte.
Clinical Performance from @DjokerNole💪
-- Tennis Insights (@tennis_insights) November 18, 2023
On their own these #ShotQuality performances occur in;
9️⃣.4️⃣ Fh in 0.8% of matches
8️⃣.7️⃣ Bh in 2.7% of matches
8️⃣.4️⃣ Serve in 12.6% of matches
8️⃣.8️⃣ Return in 0.6% of matches
All in 1 👏#TennisInsights | @atptour | #NittoATPFinals pic.twitter.com/DirXhBArSY
- "Ele joga no mesmo nível do começo ao fim. Joga com profundidade. Qualidade incrível. Vimos por que ele é o melhor jogador do mundo." Alcaraz fez uma boa avaliação sobre o que aconteceu hoje em Turim.
Alcaraz. "He plays the same level from start to finish. Plays deep. Incredible quality. We saw why he is the best player in the world".
-- José Morgado (@josemorgado) November 18, 2023
- Grandes momentos de Alcaraz, grande partida de Djokovic. Uma avaliação que vale quando aplicada para as temporadas de ambos. Carlitos teve jornadas espetaculares e mostrou que pode, no seu melhor, derrubar o veterano. No entanto, ao longo de 45 semanas de tênis, Djokovic é quem se mostra mais espetacular com mais frequência. Não por acaso, voltou ao topo do ranking e bateu o espanhol em três dos quatro duelos entre eles em 2023.
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