Retorno de Rafael Nadal e mais 5 roteiros quentes para ver no tênis em 2024
Entramos na semana final de 2023, e faltam menos de sete dias para o começo da próxima temporada do tênis. Sim, o primeiro evento de 2024, a United Cup, começa ainda em dezembro, no dia 29, e já há motivos suficientes para acreditar - ou, pelo menos, torcer - que o próximo ano tenístico estará cheio de temas atraentes para o público. Destaco alguns - os meus preferidos, claro - abaixo:
1. O retorno de Rafa
É "o" assunto do mundo do tênis desde que Rafa anunciou que estaria em quadra já nos primeiros torneios de 2024. Aos 37 anos, Nadal é o segundo maior campeão de slams da história do tênis masculino e, entre os atletas em atividade na ATP, é quem tem o maior número de fãs (e ainda ganhou emprestado a parcela da torcida de Federer que não vai com a cara de Djokovic). Logo, a expectativa é gigante.
Competitivamente, não dá para dizer, por enquanto, qual Rafa estará em quadra. O que é possível afirmar, sim, é que os sinais são positivos. Ao incluir o ATP de Brisbane no calendário, Rafa mostrou que quer sentir onde seu tênis está antes de ir ao Australian Open. Traduzindo: a intenção, sim, é brigar para vencer e não apenas aparecer para uma despedida.
Seguimos con los entrenamientos and thanks @EmilRuusuvuori for the practice pic.twitter.com/hvNIrYlE5z
-- Rafa Nadal (@RafaelNadal) December 21, 2023
O outro bom sinal são os parceiros de treino de Rafa. Nos últimos dias, o Rei do Saibro bateu bola com Arthur Fils, Richard Gasquet, Emil Ruusuvuori e Jan-Lennard Struff. Bons profissionais. Nadal não treinaria com rivais desse porte se não estivesse em boas condições.
2. Volta de Naomi Osaka
Tudo ao redor da carreira de Naomi Osaka é muito intenso. Seu primeiro slam veio naquela final em que Serena Williams brigou com o árbitro de cadeira, o português Carlos Ramos, e acabou punida até com a perda de um game. A japonesa ganhou muitos fãs, chegou rápido ao topo do tênis, mas sua queda também foi rápida e muito debatida. Das críticas por não ganhar fora das quadras duras à recusa em participar de entrevistas coletivas em Roland Garros à revelação de que sofria com depressão, Naomi viveu dias um tanto agitados. Afastou-se das quadras, voltou, afastou-se de novo, teve uma filha e, agora, voltará ao circuito mais uma vez. Osaka não compete desde setembro de 2022, mas seu potencial, sobretudo no piso sintético, deixa este novo retorno cheio de expectativa. Falta pouco para vermos qual Naomi entrará em quadra.
3. Um salto para Sinner?
Se alguém terminou 2023 em alta no circuito masculino, é preciso falar de Jannik Sinner. O italiano foi campeão no Masters 1000 canadense e nos 500 de Pequim e Viena, foi vice no ATP Finals e carregou a Itália ao título da Copa Davis. Nesse período, bateu Djokovic duas vezes, Medvedev outras três e Alcaraz em uma oportunidade. Não é pouco. Por isso, a expectativa para que Sinner dê o salto que falta e brigue por títulos de slams é justificada.
A good day of practice pic.twitter.com/mjsC6Qy5HN
-- Jannik Sinner (@janniksin) December 21, 2023
Vale lembrar, contudo, que já se esperava mais de Jannik no começo de 2023, e o italiano não correspondeu. Admitiu que lidou mal com as expectativas - inclusive as suas próprias - até a reta final da temporada. O começo de 2024 será outra chance para provar que tem potencial para ainda mais.
4. Bia Haddad Maia no trampolim
O momento de Bia tem algumas semelhanças com o caso de Sinner - mantidas as devidas proporções e diferenças de circuito, por favor. A brasileira fez seu primeiro resultado grande em um slam, alcançando a semifinal de Roland Garros; chegou ao top 10; e terminou o ano conquistando o WTA Elite Trophy, seu mais importante título até agora.
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Quero receberDá para dizer que Bia se consolidou pelo menos entre as 20 do mundo e que já mostrou nível de tênis para fazer mais do que fez. Bateu gente como Elena Rybakina (#10 do mundo na ocasião), Ons Jabeur (#7 na época), Daria Kasatkina (#8) e Madison Keys (#11). A expectativa agora é por mais. Bia está posicionada "no trampolim", de onde pode saltar para brigar por títulos de WTA 1000 e - por que não? - slams. Pode vir algo grande por aí.
5. O supertime de Rune
Holger Rune terminou 2021 como #103 do mundo; 2022 como #11; e 2023 como #8. O jovem dinamarquês de 20 anos sabe que tem uma montanha a escalar se quiser continuar subindo no ranking e brigando por conquistas cada vez maiores. Para isso, contratou Boris Becker no fim deste ano, antes do ATP Finals. Agora, além do ex-treinador de Novak Djokovic, Rune assinou também com um ex de Roger Federer: Severin Luthi, que esteve ao lado do suíço durante a maior parte de sua carreira.
NEWS Holger Rune adds Severin Luthi to his team as a second coach alongside Boris Becker! pic.twitter.com/fV7PHMEG4R
-- Holger Rune News (@running_rune) December 20, 2023
São apostas de peso, que não devem sair barato no bolso do dinamarquês, mas também são um forte indicativo da determinação de Rune. Como diria alguém comentando a janela de transferências do futebol, ninguém faz movimentos tão pesados no mercado a não ser quem realmente deseja mudar de patamar. Por isso, é bom ficar de olho em Holger Rune e seu supertime em 2024.
6. Alcaraz sem Ferrero
Carlos Alcaraz não disputou o Australian Open de 2023, enquanto Novak Djokovic foi até Melbourne e levantou o troféu. Portanto, uma boa campanha no primeiro slam do ano será essencial para que o espanhol volte a brigar pelo posto de número 1 do mundo ainda no primeiro semestre.
No entanto, Carlitos precisará fazê-lo sem seu técnico, Juan Carlos Ferrero. O Mosquito - sim, era esse seu apelido nos tempos de rival de Guga - ficará na Espanha se recuperando de uma lesão no joelho esquerdo. É bastante possível, aliás, que ele continue em casa em fevereiro e não acompanhe Alcaraz na América do Sul (Carlitos está comprometido com o ATP 250 de Buenos Aires e o Rio Open, o ATP 500 carioca).
Será uma bela oportunidade para ver Alcaraz em um slam sem seu treinador. Afinal, depois que o US Open tanto mostrou os diálogos entre Carlitos e Ferrero durante as partidas, ficou a impressão de uma certa dependência de Alcaraz em relação ao treinador. O Australian Open será uma boa chance para ver como o jovem de 20 anos se porta "sozinho", sobretudo taticamente.
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