Saque e Voleio

Saque e Voleio

Siga nas redes
OpiniãoEsporte

Após dois jogos, já dá para cravar: Rafael Nadal voltou para brigar

Foram duas exibições de um tênis agressivo, preciso e com poucas oscilações. Primeiro, um triunfo por 7/5 e 6/1 sobre o campeão de slam Dominic Thiem (atual #98), que vinha com certo ritmo de jogo ao vencer dois jogos no qualifying do ATP 250 de Brisbane. Nesta quinta-feira, inapeláveis 6/1 e 6/2 em cima do australiano Jason Kubler (#102). Sim, já dá para cravar: Rafael Nadal voltou ao circuito de forma competitiva.

Apaga-se definitivamente, portanto, o maior dos pontos de interrogação que pairavam sobre o retorno do espanhol de 37 anos nesta temporada. Rafa não voltou apenas para um tour de despedida. Com o quadril recuperado e os pés proporcionando uma movimentação excelente para um "ancião tenístico", Nadal deu apenas sinais positivos em suas primeiras apresentações em 2024. Mais do que isso: mostrou um nível impressionantemente alto para quem não competia desde o dia 18 de janeiro do ano passado.

Nas duas partidas, Nadal sacou bem e foi agressivo sempre que possível. Jogou perto da linha, abusou de atacar com backhands cruzados (que, sempre que afiados, fazem enorme diferença em seu tênis), variou com um par de saque-e-voleios e mostrou ótima mobilidade quando teve de se defender. Não por acaso, venceu com certa facilidade três dos quatro sets jogados.

Vale, contudo, fazer suas ressalvas: 1) A amostra ainda é pequena, afinal foram apenas duas partidas; e 2) Nadal superou adversários que, hoje, não são tão perigosos assim (na análise em áudio distribuída aos apoiadores do blog, falei bastante sobre os porquês de Thiem não ser tão eficiente quanto já foi - veja abaixo como se tornar um apoiador). Um possível duelo com Dimitrov na semi ou, quem sabe, um encontro com Rune na final será um parâmetro melhor para medir a versão 2024 de Rafa.

De qualquer modo, repito e ressalto o que escrevi lá no começo: Nadal veio para brigar. E que nível e por quanto tempo? Ainda não está claro. O ponto inquestionável, porém, é que o homem não veio apenas para se despedir e ganhar uma última rodada de aplausos. O espanhol sempre buscou mais (às vezes, mais até do que seu corpo permitia), e se 2024 trouxer mesmo a bandeira quadriculada para sua carreira, a última volta terá sido assim: buscando mais. Nos termos de Rafa.

Coisas que eu echo que acho:

- Importante destacar: Nadal compete no Australian Open usando seu ranking protegido, ou seja, não pediu um wild card à organização do torneio. A Tennis Australia jamais negaria um pedido assim por parte de Rafa, mas perderia um de seus convites. Nadal, ao usar o ranking protegido, permitiu que a Austrália tivesse um jovem tenista a mais no torneio. Não foi egoísta.

- Vale lembrar que o ranking protegido é um benefício que permite que tenistas lesionados por muito tempo voltem ao circuito disputando o mesmo nível de torneios de antes do problema físico. No entanto, o ranking protegido (#9, no caso de Nadal) não garante o status de cabeça de chave. Logo, Rafa pode até estrear contra Novak Djokovic no Australian Open.

- Som de hoje no meu Kuba Disco: Glorious (Macklemore feat. Skylar Grey) porque "you know I'm back like I never left" e tudo mais.

Continua após a publicidade

.

Quer saber mais? Conheça o programa de financiamento coletivo do Saque e Voleio e torne-se um apoiador. Com pelo menos R$ 15 mensais, apoiadores têm acesso a conteúdo exclusivo, como podcast semanal, lives restritas a apoiadores, áudios exclusivos e de entrevistas coletivas pelo mundo, além de ingresso em grupo de bate-papo no Telegram, participação no Circuito dos Palpitões e promoções.

Acompanhe o Saque e Voleio no Twitter, no Facebook e no Instagram.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes