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Sinner destrona Djokovic no Australian Open e vai à sua 1ª final de slam

Novak Djokovic e Jannik Sinner duelaram três vezes em novembro do ano passado, e o italiano saiu vitorioso em duas, o que lhe encheu de expectativa para o começo de 2024. Ainda assim, bater o número 1 do mundo em um slam, em melhor de cinco sets e no Australian Open, onde Nole é decacampeão, parecia um desafio muito mais complicado. Pois Sinner, 22 anos, #4 do mundo, fez o improvável nesta sexta-feira. Dominou dois sets, freou a reação do veterano e saiu da Rod Laver Arena com uma vitória memorável por 6/1, 6/2, 6/7(6) e 6/3 que lhe valeu a chance de disputar sua primeira final em um torneio do Grand Slam.

Sinner enfrentará na decisão o russo Daniil Medvedev, número 3 do mundo, que venceu o alemão Alexander Zverev, 6º do ranking, por 3 sets a 2. O italiano tem retrospecto negativo contra o russo: 3v e 6d.

Momento favorável

Desde o segundo semestre do ano passado, Sinner vem compilando grandes resultados e vitórias importantes sobre adversários top 10. Em agosto, foi campeão do Masters 1000 do Canadá. Em setembro, levantou o troféu do ATP 500 de Pequim, onde superou Alcaraz e Medvedev. Em outubro, superou os top 10 Rublev e Medvedev e foi campeão do ATP 500 de Viena. Em novembro, foi vice-campeão do ATP Finals, onde derrotou Djokovic, Tsitsipas e Rune na fase de grupos e eliminou Medvedev nas semifinais. Mais tarde, fechou a temporada com o título da Copa Davis, carregando o time italiano nas costas e anotando uma vitória crucial sobre Djokovic nas semifinais.

História adiada

O resultado adia o sonho do 25º título de slam para Djokovic. O sérvio, maior campeão de slams da história do tênis masculino, divide o recorde geral com a australiana Margaret Court. Um troféu em Melbourne lhe colocaria acima de todos simplistas do esporte. Nole somava 33 vitórias seguidas no Australian Open. Não perdia desde as oitavas de final de 2018, quando caiu diante do sul-coreano Hyeon Chung. Depois disso, foi campeão em 2019, 2020, 2021 e 2023 (em 2022, foi deportado após desembarcar no país sem a documentação exigida).

Começo igual, fim diferente

Em 2022, nas quartas de final de Wimbledon, Jannik Sinner também abriu 2 sets a 0 sobre Djokovic. Naquele dia, porém, o sérvio se recuperou e saiu de quadra com uma vitória em cinco sets: 5/7, 2/6, 6/3, 6/3 e 6/2.

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Com a vitória de hoje, o italiano não só evitou que a história se repetisse, mas encostou no histórico de confrontos diretos: em sete jogos, Djokovic lidera por 4 a 3. Sinner, porém, venceu três dos últimos quatro encontros.

Como aconteceu

Djokovic venceu um primeiro ponto espetacular, mas o que se viu em seguida foi um domínio total do italiano no set inicial. Sólido e agressivo da linha de base, Sinner forçava erros do número 1 do mundo e quebrou o saque de Nole já no segundo game. Djokovic esteve mal no saque (apenas 43% de aproveitamento de primeiro serviço), e o italiano tirou vantagem. Ganhou a maioria dos pontos na devolução e só não aplicou um pneu (6/0) porque o veterano salvou um break point no quarto game. Em apenas 36 minutos, Sinner fechou a parcial em 6/1.

Djokovic começou o segundo set mais agressivo, batendo mais forte na bola e até saiu na frente, confirmando seu primeiro game de saque. Os erros, no entanto, voltaram a aparecer. Com três falhas não forçadas, deu uma quebra a Sinner no terceiro game. No sétimo, Djokovic ainda salvou dois break points e vibrou, pedindo a participação do público, que respondeu gritando seu nome. Pouco adiantou. Sinner ganhou os dois pontos seguintes e abriu 5/2. Em seguida, saiu de 0/30, confirmou seu serviço e abriu 2 sets a 0.

O terceiro set começou com Djokovic ameaçado mais uma vez, mas o sérvio salvou um break point e sobreviveu. Sacando melhor a partir daí, com mais de 70% de aproveitamento no primeiro serviço, Nole conseguiu equilibrar a partida, minimizando o estrago que as devoluções de Sinner vinham fazendo. Ainda assim, por estar dois sets abaixo, o veterano tinha pouca margem para momentos ruins e seguia sem conseguir ameaçar o saque do italiano, que não havia cedido um break point sequer até então. A decisão só veio em um nervoso tie-break, que via Sinner dar sinais de ansiedade. Na virada de lado, Djokovic liderava por 4/2, com um mini-break de vantagem. O italiano igualou em 4/4 quando o número 1 errou uma direita em um duro rali. Depois, com uma ótima devolução e uma direita vencedora, o desafiante abriu 5/4 e teve dois saques para fechar o jogo. Nole devolveu o mini-break com um incrível lob, mas Sinner encaixou um bom saque e fez 6/5. O italiano, contudo, desperdiçou o match point ao jogar uma direita na rede. Dois pontos depois, Djokovic comemorava a vitória na parcial.

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A essa altura, a partida já era bem diferente em comparação aos games iniciais. Sinner já não se mostrava tão sólido nos ralis, e Djokovic sacava melhor. E foi assim, com três bons serviços, que Nole salvou três break points no segundo game, evitando que o italiano abrisse 2/0. No quarto game, porém, a quebra veio. Djokovic teve 40/0 em seu saque, mas Sinner disparou um winner e, depois, Nole deu quatro pontos de graça. Dos erros não forçados de esquerda, um de direita e uma dupla falta. O desafiante aproveitou e, ao confirmar o serviço no game seguinte, abriu 4/1. Sem vacilar nos games de saque seguintes, manteve a vantagem até fechar a conta em 6/3.

Zero chances de quebra: primeira vez

A eficiência de Sinner com o saque foi tão grande que o italiano terminou o duelo sem ceder uma chance de quebra sequer. Foi a primeira vez na carreira de Novak Djokovic que ele jogou uma partida de slam do começo ao fim e não conquistou um break point.

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Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do que foi informado, o primeiro set teve uma duração de 36 minutos. O erro já foi corrigido.

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