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Copa Davis: Brasil é favorito na Suécia mesmo sem seu número 1

(texto atualizado às 8:55, após o sorteio dos jogos e a escalação do Brasil com Monteiro e Heide nas simples)

Alguns dias atrás, durante a gravação do podcast Tenisbrasil, dizia eu que o Brasil seria bastante favorito contra a Suécia quando José Nilton Dalcim me interrompeu, lembrando que Thiago Wild havia pedido dispensa do confronto. Pois é. O Brasil joga na Suécia este fim de semana seu seu tenista número 1 e, ainda assim, é favorito. Algo inconcebível alguns anos atrás (vide Borg, Wilander, Edberg, Norman, Johansson, Soderling e outros), mas completamente possível hoje em dia.

Sim, o time do capitão Jaime Oncins, que tem Thiago Monteiro, Felipe Meligeni, Gustavo Heide, João Fonseca e Rafael Matos, é favorito na quadra dura indoor e lenta de Helsingborg, na Suécia. Isso se explica pela fragilidade do time da casa, que está escalado com Elias Ymer (#160 do mundo); Karl Friberg (#364), tenista de 24 anos que tem poucos resultados relevantes em nível Challenger; Leo Borg (#394), 20 anos, filho de Bjorn e que ainda tem um longo caminho pela frente; Filip Bergevi (#143 no ranking de duplas); e Andre Goransson, duplista #67 do mundo. E não é que o país nórdico esteja desfalcado. Hoje, é mais ou menos isso que eles têm de melhor para colocar em quadra.

A Suécia terá sua torcida, mas nem o piso lhes dá uma vantagem que faria diferença no confronto. Afinal, quem tem Elias Ymer como número 1 não pode querer uma quadra tão rápida. O cenário mais provável é que Thiago Monteiro e Gustavo Heide ganhem com facilidade do simplista número 2 sueco. Os dois, aliás, podem até ser vistos como favoritos também contra Ymer, mas mesmo que Elias consiga um par de vitórias impressionantes, o Brasil ainda terá a chance nas duplas. Logo, considerando todas as probabilidades, não há como ver a Suécia com mais chances.

O sorteio definiu a ordem dos jogos da seguinte maneira: na sexta-feira, a partir das 13h (de Brasília), Monteiro x Friberg abre o confronto, seguido de Heide x Ymer; no sábado, Matos e Meligeni enfrentam Bergevi e Goransson nas duplas, com Monteiro x Ymer e Heide x Friberg na sequência, caso necessário.

Coisas que eu acho que acho:

- 1/4 do copo metade vazio: Thiago Monteiro vem voltando de lesão e só fez três partidas oficiais na temporada até agora. Um Ymer inspirado e num dia especialmente consistente pode, sim, desestabilizar o cearense.

- Mais 1/4 do copo metade vazio: Felipe Meligeni também fez pouco neste início de ano. Caiu na segunda rodada do quali no Australian Open, na segunda rodada do Challenger de Tenerife e na estreia no Challenger de Ottignies-Louvain-La-Neuve. Talvez por isso Oncins tenha optado por Heide na sexta-feira (escrevo antes de ler declarações do capitão).

- Diante do que o Brasil fez nos últimos anos na Davis, estar na fase de Qualifiers em um duelo tão ganhável fora de casa é uma chance raríssima para a equipe. Classificar para a fase final, ainda que o time de Oncins chegue lá como azarão, será um feito e tanto para a geração atual e um time sem nenhum fenômeno no elenco.

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- No podcast que cito no começo do episódio, um dos últimos comentários do jornalista Otávio Maia - competentíssimo colega de velhos tempos - é sobre o "time da Suécia não ser nenhum bicho papão" no tênis. Absoluta verdade, mas surreal para um país que deu origem a alguns dos maiores campeões da história.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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