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Um favorito por eliminação e uma edição nada comum de Roland Garros

Rafael Nadal, 14 títulos em Roland Garros. Três derrotas em 18 participações no torneio francês. Em circunstâncias normais, o espanhol seria o favorito a conquistar mais um título em Paris. Em 2024, contudo, não é bem assim. Rafa não se recuperou totalmente de uma lesão sofrida em janeiro e sofreu duras derrotas na temporada europeia de saibro. Esteve longe de mostrar seu tênis habitual, mesmo em seu piso preferido.

Se Nadal não está bem, certamente o favoritismo deveria ser de Novak Djokovic, o atual número 1 do mundo, dono de 24 títulos de slam e tricampeão de Roland Garros. Em 2024, contudo, não é bem assim. Nole teve problemas físicos em Indian Wells, Monte Carlo, Roma e até nesta semana, em Genebra. Não conquistou nenhum título ate agora na temporada. Mesmo quando venceu partidas aqui e ali, não convenceu. Não passou perto de executar seu melhor tênis.

Sem Rafa e Nole, a lógica é que o favorito, então, caia no colo de Jannik Sinner, o atual número 2 do mundo. O italiano conquistou o Australian Open após derrubar Djokovic nas semifinais e, depois, foi campeão também em Roterdã e Miami. Foi quem jogou o melhor tênis do mundo no primeiro trimestre de 2024. Certamente, alguém assim precisa ser o favorito. Em 2024, contudo, não é bem assim. No fim do mês passado, Sinner abandonou o Masters de Madri por causa de um lesão no quadril e não está 100% recuperado. Vai competir porque Roland Garros é um slam e tem enorme relevância, mas está sem ritmo de jogo, e ainda é um mistério como seu corpo vai reagir às partidas em melhor de cinco sets do torneio francês.

Quem, então, herda esse status de principal candidato ao título? Por eliminação... Carlos Alcaraz. Não que seu favoritismo seja tão grande assim. As casas de apostas colocam o espanhol à frente de Djokovic por uma margem pequena, até porque o próprio Carlitos teve seus problemas físicos. Deixou de jogar o Masters de Roma por causa de dores no antebraço. No entanto, entre os quatro principais nomes do circuito hoje em dia, Alcaraz parece ser a menor incógnita. Um pouco porque sua lesão não foi grave, mas também porque o ex-número 1 do mundo (atual #3) costuma precisar de pouco tempo para recuperar ritmo de jogo e reencontrar seu melhor tênis.


Nadal: despedida na estreia ou pequeno milagre?

É bem possível que Alcaraz, Djokovic e Sinner passem por seus primeiros obstáculos no torneio, então o grande assunto dos primeiros dias de Roland Garros será mesmo Rafael Nadal. O espanhol praticamente assegurou que 2024 - não cravou 100% - será seu último ano no circuito, então é grande a chance de que esta seja sua última aparição no slam do saibro como atleta profissional.

O sorteio foi ingrato com o espanhol. Seu oponente na estreia será Alexander Zverev, número 4 do mundo, que acaba de conquistar o título do Masters 1000 de Roma. Pelo que Sascha e Rafa mostraram até agora nas últimas semanas, parece difícil imaginar que Nadal tirará mais um coelho da cartola em Roland Garros. Nas casas de apostas, o alemão é favorito com folgas. Uma vitória do espanhol paga quatro reais para cada um apostado - uma cotação inimaginável em outros tempos para um jogo no saibro francês.

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Não convém, entretanto, descartar a força da mística de Rafa na Quadra Philippe Chatrier, a maior de Roland Garros. Nadal já foi campeão ali dominando Djokovic em edições que tinham o sérvio como favorito, já levantou o troféu com uma lesão séria no pé e venceu jogos com um punho lesionado após tomar injeções de cortisona. Sim, bater Zverev vai exigir muito mais do que Rafa exibiu em 2024 até agora, mas não seria o primeiro, digamos, pequeno "milagre" de sua carreira em Roland Garros.

O torneio de Roland Garros começa neste domingo, com partidas a partir das 6h (de Brasília). Os direitos de transmissão para o Brasil são do grupo Disney, que mostra as partidas no Star+ e nos canais ESPN.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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