3 motivos para quem crê em um milagre de Nadal em Roland Garros
Não, este não é um texto otimista, mas um texto para otimistas. A intenção aqui não é convencer ninguém de que Rafael Nadal é favorito ou tem grandes chances de derrotar Alexander Zverev na primeira rodada de Roland Garros. Por tudo que se viu este ano, ele não é e não tem. O alemão, campeão do Masters 1000 de Roma há uma semana, é muito favorito nas casas de apostas.
Trata-se, porém, de um texto para - como está escrito no título - quem tem fé em Rafa. Para quem acredita na mística de Nadal e seus 14 títulos em Roland Garros. Para quem acha que, depois de atuações ruins em Barcelona e, sobretudo, Roma, o Rei do Saibro é capaz de, talvez magicamente, elevar seu nível ao ponto de derrubar um top 10 que vem jogando muito bem no saibro.
Para este grupo específico de pessoas - e, quem sabe, para mais alguns fãs - a entrevista coletiva pré-torneio concedida por Nadal no sábado deu esperanças. E é isto que trago nos próximos parágrafos: elementos que sugerem que, se tudo conspirar a favor, Rafa é capaz do que por enquanto parece um pequeno milagres. Vejamos, então, o que o veterano falou de animador:
1. Leão de treino
"Não quero criar uma grande confusão, mas estou curtindo o que estou fazendo. Estou me sentindo competitivo nos treinos (sorrindo). Provavelmente, ainda não mas partidas oficiais, mas nos treinos, vou te dizer, sou capaz de jogar quase contra qualquer um. E não me sinto muito pior do que os outros, então isso de dá alguma esperança (risos)."
"Treino é treino, jogo é jogo", já dizia alguém com muita razão. No tênis, qualquer tenista amador sabe a diferença entre executar algo no treino e em um torneio. Por isso, não é tão recomendável prever resultados baseado só no alguém fez na pré-temporada.
Nadal, evidentemente, sabe disso tudo. O que ele quer dizer, contudo, ao mostrar e transmitir certo otimismo baseado em seus treinos, é simplesmente que ele é capaz de fazer mais do que produziu nos últimos torneios - sobretudo Roma. E se ele sabe que é capaz de mais, é provável que, sendo Rafael Nadal, ele vá mostrar algo melhor em partidas oficiais cedo ou tarde. E quem sabe se isso já não vai valer para a partida contra Zverev? Não custa rezar, afinal, como está escrito no início deste texto, trata-se de um post para gente de fé. E isso nos leva ao segundo motivo.
2. Menos limitações
Sabe-se que Nadal vem testando os limites de seu corpo aos poucos. Seu objetivo era chegar em Paris jogando um bom tênis - o que não aconteceu como o planejado -, mas a meta principal mesmo era evitar uma nova lesão antes de Roland Garros. E isso afetou seu rendimento nos últimos torneios. Vale lembrar que, pouco antes de Roma, ele mesmo falou em "perder o medo" de forçar seu corpo e fazer o que era necessário (lembre aqui). E é aí que entra um passo a mais, que foi dado recentemente.
"Fisicamente, eu me sinto melhor. Estou melhorando de maneiras diferentes. Tenho menos limitações do que três, quatro semanas atrás, sem dúvidas." ... "Não sinto as limitações que senti em Roma no que diz respeito a correr para ambos os lados, e isso significa muito para mim." ... "Provavelmente, esta é a primeira semana desde que voltei a jogar tênis que consigo correr da maneira certa, sem ter muitas limitações. Isso me encoraja."
Ou seja, houve uma evolução física também. O que ninguém sabe, e só vai ser possível descobrir nesta segunda-feira, é o quanto isto vai lhe aproximar do nível que Zverev vem mostrando no circuito. Será o bastante para conseguir vencer? O próprio Nadal tentou dar uma resposta para esta questão. Eis, então, o próximo item deste post.
3. A mística de Nadal em Roland Garros
Sobre a evolução física, Nadal continuou assim sua declaração na entrevista coletiva: "Não significa que vou chegar na segunda-feira e jogar incrivelmente. Acho que será muito difícil de fazê-lo porque não tenho momentos suficientes (recentes) em quadra para jogar no nível mais alto. Mas, de certa maneira, este lugar é mágico para mim. Muitas vezes, aconteceram coisas difíceis de imaginar, então, se no fundo do coração eu não tivesse nenhuma esperança de ter sucesso e de criar algo bonito este ano, eu não estaria aqui na frente de vocês, então ainda tenho a motivação e uma pequena esperança de jogar bem."
E se a frase acima, caro leitor e fã otimista, não encheu seu peito de esperança, é porque você, assim como eu, é um cético incorrigível que não acredita que Nadal seja capaz de produzir esse pequeno milagre na primeira rodada de Roland Garros. Mas, como repeti acima, este nunca foi um texto para os sem fé.
Coisas que eu acho que acho:
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