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Sinner, Alcaraz, Djokovic e um momento simbólico para o tênis masculino

A reta final do torneio de Roland Garros e esta segunda-feira têm algo de simbólico para o tênis masculino. O título ficou com Carlos Alcaraz, que, aos 21 anos, já é dono de três slams, um em cada piso (US Open, na quadra dura, em 2022; Wimbledon, na grama, em 2023; e Roland Garros, agora, no saibro). O posto de número 1 do mundo tem um novo dono: Jannik Sinner, 22 anos, atual campeão do Australian Open. E Novak Djokovic, 37 anos e último representante do que já foi o Big Four, cai para o terceiro posto do ranking pela primeira vez desde maio do ano passado, além de precisar passar por uma cirurgia no joelho na última semana, após abandonar o torneio francês.

Sim, é um novo cenário para o tênis masculino. Carlitos, que já foi número 1 do mundo e viveu um breve período de oscilações, volta a vencer um torneio grande e aparece novamente à frente de Nole no ranking; e Sinner chega ao topo embalado por uma sequência gloriosa que começou em agosto do ano passado e inclui títulos no Masters 1000 do Canadá e de Miami, nos ATPs 500 de Pequim, Viena e Roterdã, na Copa Davis e no Australian Open. É uma nova e brilhante geração pedindo passagem e deixando no passado o Big Four.

Se Novak Djokovic parecia o bicho-papão até o fim de 2023, quando venceu três dos quatro slams da temporada, agora o recorte é bem diferente. Nos últimos quatro maiores torneios do circuito, Alcaraz e Sinner, juntos, venceram três. Djokovic tem "apenas" o título do US Open. Nole, aliás, faz um 2024 abaixo da crítica. Teve problemas físicos em diversos torneios. Também deixou a desejar tecnicamente. Demitiu parte de seu time, trouxe pessoas novas, e pouco mudou. Uma fase que pode ser agravada pela cirurgia no menisco medial do joelho direito. Os relatos pós-operação são de três semanas de reabilitação, e se o período se confirmar, Djokovic terá um teste mais mental - motivacional - do que físico, o que não parece tão simples aos 37 anos para quem já é dono da maioria dos recordes realmente relevantes do tênis masculino.

Enquanto isso, Sinner termina Roland Garros comemorando sua evolução no saibro, sua chegada ao topo e a ciência de que ainda tem o que melhorar em seu tênis. Alcaraz, por sua vez, encerrou sua coletiva pós-título em Paris afirmando "espero chegar aos 24", em uma referência ao recorde de slams. A juventude chegou e quer mais. E Djokovic? Será que tem gás e vontade para voltar a brigar com os garotões? Será?

Coisas que eu acho que acho:

- Outra estatística que diz um bocado: a final de Roland Garros, entre Alcaraz e Alexander Zverev, foi a primeira do torneio francês sem Nadal, Djokovic ou Federer desde 2004! E Nadal e Djokovic estavam na chave.

- Ano passado, escrevi que a final de Wimbledon podia ser o início da Era Alcaraz no tênis. Hoje, menos de um ano depois, é difícil enxergar apenas uma "Era Alcaraz" com um Sinner tão competitivo e consistente, mas ao analisar os quatro slams a partir de Wimbledon, me parece claro que aquela final marcou, sim, o início da mudança de cenário que tanto se especulava quando o Big Four (que depois virou Big Three e, mais tarde, Big Two) reinava.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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