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Protagonismo mais do que merecido para Rafa em Paris 2024

Fim dos protocolares discursos das autoridades. Zinedine Zidane chega e recebe a tocha da figura mascarada (aquele que parece ter saído de uma versão de Assassin's Creed). O craque francês, então, entrega a chama olímpica a Rafael Nadal. Um cidadão que venceu 14 slams na capital francesa. Um homem que sempre priorizou os Jogos Olímpicos e teve o azar de não poder competir em duas edições (Londres 2012 e Tóquio 2020). Mais do que isso. Um atleta que viveu sua vida esportiva carregando os valores mais importantes do olimpismo: excelência, respeito e amizade.

Paris 2024 foi brilhante na escolha (e não só nessa!) de Rafael Nadal para um papel de protagonismo em um momento tão importante da cerimônia. Um momento, aliás, em que a Abertura cresceu em carga emocional e espetáculo, depois de um desfile em barcos que não empolgou. Mas sim, Paris acertou e por diversos motivos.

Primeiro porque Rafa fez um esforço especial para estar lá. Na reta final de sua carreira e lidando com problemas físicos que se tornam mais frequentes a cada dia (ainda existe a chance de ele abandonar a chave de simples por causa de um desconforto na coxa direita), Nadal não vai competir nas condições que gostaria. Ainda assim, depois de Roland Garros, deixou de ir a Wimbledon para estar inteiro e mais competitivo em Paris 2024.

Não jogar Wimbledon não é uma decisão fácil de tomar. É o mais tradicional dos torneios. Foi lá, em 2008, que Rafa derrubou Federer no jogo que ainda é considerado por muitos o maior da história. Foi o passo definitivo para tornar-se número 1 do mundo alguns meses depois. Lá, Rafa foi campeão duas vezes e jogou cinco finais. Há uma história, uma relação forte. Estar lá este ano seria, provavelmente, sua última chance de se despedir do All England Club competindo, dentro de quadra, pisando na grama mais exclusiva do mundo.

Basta olhar as chaves do torneio de tênis, que começa neste sábado, para perceber que nem todos atletas da modalidade dão tanto valor assim ao evento. Os Jogos Olímpicos, vale lembrar, não dão pontos no ranking mundial. Não há, tampouco, prêmio em dinheiro. E mais: o torneio olímpico é disputado enquanto o calendário do circuito mundial continua. Há quem prefira competir em quadra dura e se preparar melhor para o US Open, que será no fim de agosto. Cada um tem suas prioridades, e Rafa está em Paris.

Será sua última vez nos Jogos Olímpicos. Logo, era a última chance para que o movimento olímpico reconhecesse o valor do espanhol que, além de tudo, é medalhista de ouro em simples (Pequim 2008) e duplas (Rio 2016). Fosse em Los Angeles, Chicago, Buenos Aires, Munique ou Melbourne, um momento assim era mais do que necessário. E se Rafael Nadal não conquistou Roland Garros este ano, teve Paris a seus pés mais uma vez. Faz sentido.

Coisas que eu acho que acho:

- Serena Williams também estava no barco e carregou a tocha, revezando-se com Nadia Comaneci e Carls Lewis. Amélie Mauresmo recebeu a chama da tocha de Nadal. Três tenistas em momentos nobres da festa, mas inegavelmente Rafa teve o maior destaque.

- É um torneio especial este de Paris 2024. É em Roland Garros. É a última vez de Nadal, que passará também uma tocha metafórica ao jogar duplas com Carlos Alcaraz. Marcará a aposentadoria de Andy Murray. Angelique Kerber também fará lá seu último torneio. Pena de quem não entende o valor do tênis nos Jogos Olímpicos.

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- Marie-Jose Perec e Teddy Riner acendendo a pira olímpica? Perfeito, Paris, Perfeito. Palmas.

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