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Muito obrigado, Dan Evans

O torneio olímpico de tênis já acabou há duas semanas, mas se sou o primeiro a destacar o quanto o circuito é cheio de egos inflados, acho que é minha obrigação lembrar aqui da generosidade de um certo Dan Evans durante Paris 2024. Sim, Dan Evans. E obrigado ao jornalista André Casado por me lembrar disto nesta semana.

Evans sacrificou sua carreira e, principalmente, seu ranking para ir a Londres e formar uma dupla que permitisse a Andy Murray uma despedida em termos competitivos, com chances de ganhar jogos. E os britânicos venceram até duas partidas, salvando sete match points ao todo, o que adicionou drama e deu ao adeus de Andy um sabor especial.

O que pouca gente lembrou durante esse processo é que Evans, um tenista que passou a maior parte dos últimos cinco anos dentro do top 50 - algo nada desprezível - era o número 58 do mundo quando começou o torneio olímpico em Paris. Naquela mesma semana, porém, precisava defender o título do ATP 500 de Washington. Portanto, jogar em Paris significava sacrificar esses 500 pontos de seu ranking. Hoje, Evans é apenas o número 178 do mundo. Sofreu uma queda gigante em uma semana.

Sim, Evans também estava na chave de simples, mas estamos falando de um cidadão de 34 anos, com apenas dois títulos na carreira, e abrindo mão de defender 500 pontos de um deles, em quadra dura, para competir no saibro, piso em que não costuma ter bons resultados. Não é algo que se vê todo dia no circuito.

E mais: Evans estava tão preocupado com a despedida de Andy que, após um tombo em sua estreia nas simples, saiu com dores no punho e sangue no joelho e, mesmo assim, deixou claro: "Não quero ser o cara que vai desistir e deixá-lo fora. Concordamos que a dupla seria prioridade esta semana e, quando eu estava rolando no saibro [no tombo], era isso que estava passando na minha cabeça].

Então, mesmo com certo atraso, fica aqui o registro. Muito obrigado, Dan Evans.

Coisas que eu acho que acho:

- Enquanto isso, no torneio que ninguém viu, o campeão foi um tenista que ninguém conhece. Exageros à parte, o Masters 1000 de Montreal, desfigurado por lesões, ausências olímpicas e tenistas sofrendo com a mudança brusca do saibro para a quadra dura, terminou com Alexei Popyrin levantando a taça. Melhor definição possível de "chance aproveitada".

- No WTA 1000 de Toronto, o título ficou com Jessica Pegula, que bateu Amanda Anisimova na final. Bia Haddad abandonou no seu segundo jogo, com dores nas costas. Na estreia, bateu Marie Bouzkova em mais de três horas. E, mais uma vez (a 13ª na temporada!), perdeu cinco games seguidos em um jogo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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