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Beijo, tortellini e até sexo: 5 casos curiosos de doping no tênis

O caso de doping do número 1 do mundo, Jannik Sinner, foi o grande assunto do tênis neste começo de semana. Não só pela relevância do italiano, atual campeão do Australian Open, mas por um aspecto curioso: Sinner e seus advogados convenceram que o clostebol, substância proibida que apareceu em suas amostras de urina, entrou no organismo do tenista porque seu fisioterapeuta tinha um corte em um dos dedos e, para tratar a ferida, usou um spray que continha clostebol. Assim, a substância teria sido transferida durante massagens e tratamentos fisioterapêuticos.

A explicação pode soar estranha, mas convenceu os três especialistas ouvidos pelo tribunal que julgou o caso. Por isso, Sinner não foi suspenso. Em vez disso, foi condenado apenas a devolver o dinheiro e perder os 400 pontos conquistados no torneio de Indian Wells, quando foi realizado o primeiro dos dois exames em que o atleta testou positivo (saiba mais aqui).

E sejamos honestos: Sinner não é, nem de longe, o mais estranho dos casos de doping na história do tênis. Outros julgamentos recentes viram tenistas usarem como argumento contaminação por relações sexuais e até por ingerir suplementos de açaí. Relembre abaixo:

1. Richard Gasquet: cocaína no beijo

Em 2009, o francês Richard Gasquet testou positivo para cocaína, mas argumentou que ingeriu a substância ao beijar, em uma boate de Miami, uma mulher que estava usando a droga. Em março, o tenista foi suspenso provisoriamente por 12 meses, mas em junho um painel da Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) derrubou a suspensão. O caso foi levado à Corte Arbitral do Esporte (CAS), que decidiu a favor de Gasquet, estabelecendo que ele não teve nem culpa nem negligência.

2. Dayana Yastremska: anabolizante com o namorado

A ucraniana testou positivo para mesterolona, um esteróide anabolizante usado normalmente em tratamentos de reposição de testosterona, em novembro de 2020. Yastremska tentou derrubar sua suspensão provisória, mas não conseguiu e teve de se afastar do circuito. Só em junho de 2021 é que um tribunal independente considerou a atleta sem culpa nem negligência, permitindo que ela voltasse ao circuito. A decisão do tribunal está cheia de partes não acessíveis ao público, mas é possível ler que a defesa de Yastremska alegava que a substância poderia ter entrado em seu organismo após relações com o namorado. Os advogados enumeram quatro motivos, e dois deles estão borrados. O jornal britânico Telegraph publicou na época, citando testemunhas, que relações sexuais estariam nessa lista. Os dois motivos legíveis são consumo nos lábios, na boca e nos dedos do namorado; e consumo de saliva durante beijos. A defesa diz ainda que as "rotas de ingestão devem ser consideradas cumulativamente e não individualmente." Curioso ou não, foi o bastante para convencer o tribunal.

3. Sara Errani: remédio contra câncer no tortellini

Em 2017, a italiana Sara Errani testou positivo para letrozol, uma substância proibido normalmente usada contra câncer de mama. A atual campeã olímpica de duplas se defendeu argumentando que o letrozol fazia parte de um remédio que sua mãe tomava contra câncer e que um comprimido teria se misturado acidentalmente ao tortellini que a mãe preparou em um jantar de família. Um tribunal independente condenou a italiana a dois meses de suspensão. Mais tarde, porém, a CAS aumentou o período para dez meses após um recurso da Nado Italia, a Organização Antidoping Nacional do país.

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4. Barbora Strycova: sibutramina no açaí

A tcheca Barbora Zahlavova Strycova foi suspensa em 2012 após testar positivo para sibutramina, substância normalmente usada para controle de peso. A atleta se defendeu afirmando que ingeriu a sibutramina não para ter uma vantagem atlética, mas porque a substância fazia parte de um suplemento chamado Açaí Berry Thin, que prometia acelerar o metabolismo. A ITF aceitou a explicação de Strycova e aplicou uma suspensão de apenas seis meses.

5. Robert Farah: anabolizante na carne colombiana

O duplista colombiano Robert Farah testou positivo para o anabolizante boldenona em 2019. Ele foi suspenso provisoriamente em outubro e só foi liberado para voltar a jogar em fevereiro de 2020. Sua defesa baseou-se em provar que a substância entrou em seu organismo por contaminação. Os advogados demonstraram que na Colômbia a boldenona é de uso permitido por criadores de gado, que a utilizam para dar mais massa e gordura aos animais. Farah disse que no período do exame, ele havia comido silomillo, um tipo de corte comum em seu país. A ITF acabou determinando que o duplista não teve culpa nem negligência, e Farah pôde voltar ao circuito imediatamente após o julgamento.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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