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A maravilhosa convicção de Beatriz Haddad Maia

Substantivo feminino. 1) Certeza obtida por fatos ou razões que não deixam duvida nem dão lugar a objeção; convencimento, crença. 2) Sentimento de retidão em relação àquilo que se pensa, se sente, fala ou faz (fonte: Michaelis).

Convicção é algo poderoso dentro de uma quadra de tênis. Mais ainda quando quem a coloca em prática é uma mulher de 1,85m, com golpes potentes e a capacidade de comandar o jogo de modo e fazer de sua adversária uma marionete. Foi o que Beatriz Haddad Maia produziu nesta quinta-feira, no Estádio 17 do US Open, contra Sara Sorribes Tormo.

Uma atuação-do-começo-ao-fim da brasileira como não se via há tempos. Sim, Bia está entre as melhores do mundo há algumas temporadas, conquistou títulos e anotou vitórias importantes nos últimos anos. No entanto, sua postura corajosa, agressiva e, sobretudo, convicta do que tinha que fazer nesta quinta-feira, merece um lugar nada desprezível. Mesmo que tenha sido "apenas" uma segunda rodada de US Open contra a atual #115 do mundo.

Tudo isso tem uma importância ainda maior dentro do momento que a brasileira atravessa (atravessava?). Bia passou os últimos meses patinando no circuito, perdendo jogos que poderia/deveria ganhar, mas principalmente jogando de uma maneira que ela mesma sabia que não podia/deveria. E foi assim até mesmo no último sábado, quando se encolheu na final do WTA 250 de Cleveland, adotando uma postura passiva e deixando que sua adversária, a modesta McCartney Kessler (então #98 do mundo) tomasse as rédeas do jogo.

Nesta quinta, do mesmo jeito que fez na terça-feira, depois de perder o primeiro set para Elina Avanesyan, Haddad Maia tomou controle do seu destino. Agrediu primeiro e agrediu quase sempre. A recompensa veio com uma bela virada na terça e uma atuação dominante nesta quinta.

Que ninguém confunda. Não estamos falando de confiança, aquele sentimento passageiro que todo tenista experimenta depois de acertar duas, três, quatro bolas. Winners que encorajam a seguir jogando em alto nível e dão uma sensação gostosa e intoxicante, ainda que passageira.

A Bia deste US Open (até agora, pelo menos - dedos cruzados e três batidinhas na madeira, por favor!) é uma Bia de convicção, que vem colocando na prática o que sabe há algum tempo. Seu tênis precisa ser agressivo. Na elite, não cabe deixar seu destino nas mãos das oponentes. E suas duas exibições em Nova York nos deram um aperitivo de quão poderosa é a combinação de convicção e uma atleta capaz de jogar em altíssimo nível. Convicta, Bia mostra sua melhor versão.

Coisas que eu acho que acho:

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- Anna Kalinskaya, a próxima adversária de Bia, é perigosa. É a número 15 do mundo e está em ascensão (começou a temporada como #80, em Brisbane). Só este ano, bateu gente como Iga, Sabalenka, Coco, Ostapenko e Krejcikova. Mas, assim como Bia, está em território desconhecido. Nunca tinha chegado à terceira rodada do US Open. A brasileira tem chances nada ruins.

- Bia também venceu sua estreia na chave de duplas, e a parceria com Laura Siegemund tem grande potencial. A alemã inferniza adversárias na rede e tem um "fogo" que pode contagiar e erguer a brasileira em eventuais momentos ruins. Esse tipo de parceira faz bem à paulista.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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