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Copa Davis valeu por mostrar mais de Fonseca

O Brasil fez uma apresentação bastante digna em sua primeira participação na fase de grupos, que reúne os 16 melhores países da temporada. Graças principalmente às boas atuações do estreante João Fonseca e à inesperada derrota da Holanda diante da Bélgica logo no primeiro dia, o time do capitão Jaime Oncins teve uma janela maior e mais longa para se classificar entre os dois primeiros do grupo. A chance existiu até o último jogo do último dia, na torcida para que a Itália vencesse a Holanda por 3 a 0, mas a parceria holandesa levou a melhor na última partida e classificou seu país.

Uma classificação era mesmo inesperada, então não dá para condenar ninguém na campanha brasileira. Houve pequenas chances perdidas aqui e ali por todos - com Monteiro, Fonseca e as duplas - mas nada realmente grave ou que tenha comprometido a semana. No fim, o que valeu comemorar mesmo foram as belas atuações e importantes vitórias de João Fonseca, que fez sua estreia como titular da Davis e mostrou mais uma vez que tem algo de especial.

Sim, os nervos aparecerem diante de Matteo Berrettini, o que parece completamente normal tendo em vista o adversário e o fator estreia. Depois disso, João bateu o competente Botic Van de Zandschulp (o Brasil levou a virada da Holanda) e abriu o caminho para a vitória sobre a Bélgica ao superar Raphael Collignon. Mostrou personalidade, talento e tudo aquilo que os fãs de tênis vêm acompanhando na ascensão do garoto de 18 anos.

João traz de volta uma perspectiva animadora para o Brasil na Davis. Hoje, como número 2, abriu caminhos importantes. No futuro, como número 1, pode fazer uma diferença ainda maior porque se Thiago Monteiro nunca foi um número 1 capaz de vencer consistentemente na Davis, pode vir a ser o número 2 sólido e incômodo que o time não tem desde Fernando Meligeni. Hoje ainda mais, já que na fase de grupos e na fase final, o segundo mais bem ranqueado de um país só precisa enfrentar o segundo melhor do adversário.

O mesmo vale para Thiago Wild, que ainda tem seus altos e baixos dentro do top 100, mas é um tenista com potencial para evoluir e que, assim que se entender com Jaime Oncins (ou outro capitão) tem muito a contribuir. Muito mais do que o ainda instável Gustavo Heide, que acabou cortado uma semana antes da Davis após fazer uma apresentação muito ruim no quali do US Open, e Felipe Meligeni, que está estacionado no ranking há dois anos e este ano só conseguiu uma vitória em chaves principais de torneios de nível ATP.

Coisas que eu acho que acho:

- A volta de Marcelo Melo foi importante e com uma grande vitória sobre a Itália. A opção de Oncins por substituí-lo no último ponto contra a Bélgica não deu certo.

- A semana de Felipe Meligeni é para esquecer. Primeiro, suas malas não chegaram quando deveriam, e seu estabanado post no Instagram não parece ter feito nada de bom à sua imagem. Depois, perdeu a vaga de titular das duplas para um Marcelo Melo convocado de última hora. Por fim, quando teve a chance de jogar, não conseguiu uma vitória que teria sido importante naquele momento.

- A Itália competiu sem seus dois tenistas mais bem ranqueados e, ainda assim, somou três vitórias, classificando-se sem drama.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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