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Copa Davis não admite fiasco, mas muda formato outra vez

Desde que deixou seu formato antigo, com uma chave de 16 países no Grupo Mundial e confrontos diretos, no bom e velho sistema dentro/fora de casa, a Copa Davis encarou todo tipo de problema. O que prometia ser um evento menos desgastante para os jogadores, usando menos datas do calendário e fazendo uma grande festa na fase final, tentando imitar a Copa do Mundo de futebol, tornou-se um fiasco de público e formato que nem conseguiu reduzir no número de datas nem conseguiu a valorização que esperava. Gerard Piqué e seus investidores tiraram o time de campo e deixaram a Federação Internacional de Tênis (ITF) com a batata quente na mão.

A entidade segue até hoje tentando consertar o estrago feito na mudança de formato, em 2019, e anunciou outro passo para isto nesta sexta-feira. No ano que vem, a tal "fase final de grupos", que classifica para as finais de fato, será diferente. Em vez dos quatro grupos com quatro sedes e quatro países em cada chave, a Davis voltará ao formato de confrontos diretos, um-contra-um, com um dos países sediando o confronto. Ou seja, como era antes. Serão sete confrontos que definirão sete dos oito finalistas. A fase final, contudo, continuará com oito países jogando em dois grupos de quatro em uma sede única. E, para que não seja um fracasso total (apenas parcial, como já vem sendo) de público, o país-sede terá seu lugar assegurado nessa final.

Que ninguém se engane: trata-se de mais um passo dado para uma volta ao passado e às origens da Copa Davis, uma competição que sempre teve como essência o elemento da torcida da casa. É, no fim das contas, uma boa medida, que resgata parte dessa essência e corrige parcialmente um erro grave dos organizadores. Não, ninguém deve esperar a volta dos cinco sets. Esse navio já partiu faz tempo. Embora o formato em melhor de três contribua para mais zebras e, digamos, nivele por baixo a coisa, faz sentido que os confrontos agora sejam jogados em dois dias em vez dos antigos três dias de confrontos (embora essa redução isso nunca tenha atraído mais tenistas de elite do que antes como os organizadores esperavam e prometiam).

BJK Cup terá vaivém para se igualar à Davis

Para aproximar a Billie Jean King Cup do formato da Davis, a ITF também anunciou que vai reduzir os times finalistas na competição feminina. Em vez dos 12 atuais, serão somente oito finalistas a partir de 2026. Para isso, porém, haverá uma espécie de malabarismo no formato. Vejam só:

Em 2025, a BJK Cup terá uma fase de grupos no lugar dos atuais Qualifiers (aquela fase em que o Brasil recebeu a Alemanha em São Paulo). Serão três times por grupo, com sete grupos e sete sedes diferentes ao todo. Os vencedores de cada grupo avançarão direto para as Finais e se juntarão ao país-sede, que terá vaga garantida (para que haja público, afinal). No entanto, em 2026, a fase de Qualifiers volta a ser como em 2024, ou seja, serão sete confrontos no sistema dentro/fora de casa.

Entendeu? Achou que ficou confuso? É, eles são bons nisso...

Oremos.

Coisas que eu acho que acho:

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- Para mais detalhes, veja os documentos em que a ITF explica os formatos da Copa Davis e da BJK Cup em 2025 e 2026. E boa sorte.

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Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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