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PTPA volta a falar grosso e dá ultimato a autoridades do tênis

Lembram da PTPA, aquela associação paralela que Novak Djokovic e outros criaram lá atrás, em 2020, como forma de protesto aos órgãos controladores do tênis? Pois bem, a Professional Tennis Players Association voltou ao ataque nesta quarta-feira, anunciando um ultimato às autoridades do esporte com a contratação de um grande escritório de advocacia para trabalhar na causa.

Bem, talvez não seja correto dizer "volta" ao ataque, já que até agora a atuação da PTPA resumiu-se a fazer críticas e apontar falhas, mas sem necessariamente oferecer soluções ou mostrar força para intimidar de verdade os órgãos que controlam o tênis mundial, que são ATP (circuito masculino), WTA (circuito feminino), ITF (Federação Internacional de Tênis) e os torneios do grand slam (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open).

Nesta quarta-feira, com seu "ultimato", a PTPA anunciou a contratação do escritório Weil, Gotshal & Manges LLP e avisou que seu time jurídico vai abrir negociações com os órgãos governantes e exigir soluções para os seguintes temas:

1) Estrutura do circuito: implementação de um calendário justo e lógico com um período de férias significativo, tempo de recuperação adequado e o fim de partidas realizadas no fim da noite; estabelecimento de um programa antidoping claro e consistente, com recursos julgados rapidamente e tenistas tendo direito a um devido processo de julgamento.

2) Governança/Regras: garantia de uma representação de jogadores que seja independente, com a obrigação legal de priorizar os interesses dos atletas, inclusive com uma reforma que traga regras mais justas, mais transparentes e com escolhas relevantes para os jogadores.

3) Premiação/Número de circuitos: grande aumento no prize money existente e novos circuitos para homens e mulheres profissionais, incluindo duplistas, com um mapa de execução claro no que diz respeito a divisão de receitas, salário mínimo, bônus anual e vários benefícios.

A PTPA termina seu documento (leia aqui a íntegra) declarando que "até o Australian Open de 2025, o mundo do tênis vai encarar um ultimato: ou serão adotadas soluções concretas com cronogramas acordados ou a PTPA e seu arsenal legal tomarão outras medidas para abordar as muitas questões existentes. A mensagem é clara: o status quo é inaceitável, e mudanças estão chegando ao tênis profissional, com ou sem a cooperação das atuais estruturas de poder."

Coisas que eu acho que acho:

- Os problemas do tênis são bem conhecidos. O maior deles talvez seja o fato de ninguém ter sido capaz de oferecer ou implementar soluções viáveis. São louváveis as intenções da PTPA. De verdade. No entanto, preocupa o fato de que essa associação de jogadores também não tenha apontado caminhos claros por enquanto.

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- O "ultimato" não deixa de ser uma manobra arriscada por parte da PTPA, e será necessário ter um plano de ação eficiente e agressivo caso as autoridades do tênis não se mostrem receptivas. Uma ameaça assim, afinal, requer a capacidade de agir em seguida. Caso contrário, pode significar o fim da PTPA como entidade relevante e capaz de promover mudanças.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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