Sauditão do Tênis: pouca relevância, muito simbolismo
Ninguém se importa de verdade com quem será o campeão do 6 Kings Slam, este torneio de exibição realizado nesta semana na Arábia Saudita. Não conta pontos no ranking, e o título não vai entrar para o currículo de ninguém. É verdade que algum tenista já milionário ficará US$ 6 milhões mais rico (é o prêmio para o campeão), mas o "slam" fica apenas no nome do evento.
Dito isto, o Sauditão do Tênis tem, sim, uma dose interessante de simbolismo, que começa com a clara intenção da Arábia Saudita de ocupar um lugar de relevância no circuito mundial de tênis. O país já patrocina o ranking mundial da ATP e, como não conseguiu comprar um lugar no calendário (por enquanto), bancou um evento milionário de três dias.
Quem tenta surfar esta onda árabe é o DAZN, plataforma de streaming que chegou fazendo muito barulho, mas não teve o sucesso esperado em muitas partes do mundo e já se desfez de muitos direitos de transmissão. Agora, os chefões do DAZN querem se tornar "o veículo de exportação dos esportes e entidades sauditas." A frase é de Kacy Grine, presidente regional da plataforma para o Oriente Médio e o Norte da África.
Mais especificamente dentro de quadra, o simbolismo está evidente nos resultados do segundo dia de jogos. Jannik Sinner voltou a derrotar Novak Djokovic (seriam quatro vitórias seguidas se o duelo do Sauditão contasse para estatísticas oficiais), e Carlos Alcaraz bateu um Rafael Nadal que saiu de quadra já com cara de ex-tenista. Logo, o sábado terá uma final entre os melhores da nova geração, e uma disputa de terceiro lugar (sim, tem isso!) entre Djokovic e Nadal, uma rivalidade que fica para a história, mas já deu passagem para que Alcaraz e Sinner escrevam os capítulos mais importantes nos próximos anos.
Coisas que eu acho que acho:
- Enquanto isso, no WTA 500 de Ningbo, na China, Beatriz Haddad Maia luta para terminar o ano como top 10 e entra em quadra nesta sexta-feira contra Paola Badosa. Vale vaga nas quartas contra Kasatkina.
- No Brasil, é semana do forte Challenger 100 de Campinas, que não tem nenhum brasileiro nas quartas de final. Gustavo Heide e Felipe Meligeni caíram logo na estreia, junto com Daniel Dutra da Silva e Mateus Alves. Karuê Sell, Pedro Sakamoto e Matheus Pucinelli perderam nas oitavas.
- Fiz duas entrevistas interessantes: Karuê Sell, que vive o melhor momento de seu tênis aos 30 anos, em uma espécia de segunda carreira; e Marcelo Zormann, feliz com seus resultados como duplista e pensando em feitos grandes após deixar o circuito com depressão seis anos atrás. Estarão aqui em breve.
- No ATP 250 da Antuérpia, Thiago Wild fez um belo jogo contra Stefanos Tsitsipas, mas cometeu erros demais na reta final. Perdeu três break points quando o grego sacava em 5/5 no terceiro set. Em seguida, depois de sacar em 40/30, Wild cometeu mais erros e perdeu o jogo ao errar uma direita e, em seguida, cometer uma dupla falta no match point.
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