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Nadal e Djokovic: emoção, respeito e aprendizados no Sauditão

Como já era de se esperar, o Sauditão já veio e já se foi, e pouco mudou no circuito além da conta bancária de meia dúzia de milionários. No entanto, para quem prestou atenção (e descobriu que a transmissão do DAZN era gratuita!), o evento valeu pela emoção do sábado, que teve mais a ver com a despedida de Rafael Nadal e a história de Alcaraz x Sinner do que pelo tênis jogado ou pelos resultados.

Valeu primeiro porque Novak Djokovic, após derrotar Rafael Nadal (com direito a um segundo set café-com-leite para dar emoção à exibição), fez um belo discurso, reconhecendo o tamanho do rival e sua importância.

"Volto à primeira partida que jogamos e quem diria que estaríamos aqui quase 20 anos depois, após mais de 60 encontros nos maiores palcos desse esporte. Tenho máximo respeito por você, Atleta incrível. Pessoa incrível. A rivalidade foi incrível, muito intensa, então espero que tenhamos a chance de sentar em um banco em algum lugar, tomar um drink e pensar na vida, falar sobre outro assunto, sabe (risos)." ... "Como disse junto à rede, é uma honra incrível. Um prazer incrível compartilhar a quadra com você. É um dia emotivo. Jogamos tantas vezes durante tantos anos... Não deixe o tênis, cara! Fique um pouco mais. Fique com a gente! Vou terminar com um enorme muito obrigado, não só de mim, mas de todo o mundo do tênis, por tudo que você fez. Você deixou um legado incrível."

Valeu também porque Rafa devolveu o carinho e fez um discurso igualmente belo.

"Muito obrigado por tudo. Pelo que você falou hoje e por todos os momentos que compartilhamos em quadra ao longo de nossas carreiras. Foi uma rivalidade incrível e acho que, pessoalmente, posso dizer que você me ajudou a superar meus limites durante quase 15 anos, então obrigado. Sem isso, provavelmente eu não seria o jogador que sou hoje."

Talvez você, leitor, não se surpreenda com nenhuma das declarações acima. Tudo bem. É mais ou menos o que se esperava de ambos, embora ouvi-las naquele momento certamente despertou emoções fortes em quem estava prestando atenção. E mais ainda com o simbolismo da coisa, que até já abordei no post anterior. Afinal, a decisão do torneio foi entre Jannik Sinner e Carlos Alcaraz, os melhores de uma nova geração e que já têm uma rivalidade parecida - proporcionalmente falando.

Isso ficou evidente com as palavras de Sinner, o campeão, ao fim da partida. "Acordo todos os dias tentando entender maneiras de derrotá-lo. Esse tipo de rivalidade e de adversário nos força a 100% de nosso limite. Estou feliz com isto hoje." Alcaraz disse algo parecido, o que é ótimo. Os "novos grandes" se entendem e já aprenderam a lição.

Grandes atletas, rivalidades espetaculares e muito respeito. Sempre sentiremos falta de gente como McEnroe e Borg, Agassi e Sampras, Federer e Nadal, mas o tênis ficará bem. Sinner e Alcaraz que o digam.

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Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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