Mudanças no time de Bia Haddad são bom sinal
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Em poucos dias, dois nomes deixaram de fazer parte do time de Beatriz Haddad Maia, atual número 1 do Brasil e 17 do mundo. No domingo, o treinador francês Maxime Tchoutakian, ex-Azarenka e que tinha se juntado à equipe da brasileira no começo do ano, anunciou sua saída. Escreveu no Instagram que está disponível para um novo projeto. Nesta segunda-feira, foi a vez da psicóloga do esporte Carla Di Pierro. A profissional, também no Instagram, escreveu que a decisão foi tomada no mesmo dia e agradeceu pela confiança depositada "durante os últimos 10 anos".
São duas mudanças com pesos diferentes. Tchoutakian foi anunciado com certa pompa. Era algo que, de fora para dentro, vinha sendo tratado como necessário. Um técnico adicional traria ideias novas, frescas, e agregaria ao bom trabalho feito por Rafael Paciaroni. Por algum motivo, não foi o que aconteceu.
Faço aqui a ressalva de sempre (a mesma que fiz no texto anterior sobre Bia): de fora, sem acompanhar o time no dia a dia, não há como apontar com precisão para algo específico. E isso vale tanto para Tchoutakian quanto Di Pierro ou qualquer outro integrante do time. Se ninguém falar publicamente sobre o assunto, entramos no campo do irresponsável ao apontar culpados aqui e ali. Não é disto que este post trata.
Dito isto, as mudanças, feitas justamente no momento em que Bia soma seis derrotas seguidas e vem se mostrando cada vez mais abatida dentro de quadra, parecem ser um indício absoluto de que a própria Beatriz percebeu a necessidade de fazer mudanças, seja trazendo outro técnico ou voltando a ter Paciaroni como número 1 e único. No caso do trabalho com um psicólogo, outra abordagem - ou até ter uma pessoa mais próxima dentro do circuito talvez dê algo que Bia não vinha obtendo no trabalho à distância com Di Pierro.
As coisas vão melhorar? Não vou ousar fazer previsões, mas para quem está está no top 20 há mais de dois anos praticamente ininterruptos, é possível que Bia tenha enxergado o cenário à sua volta como "pior não fica". É o que descobriremos nas próximas semanas.
Coisas que eu acho que acho:
- Daqui até Roland Garros, o calendário de Bia tem a Billie Jean King Cup, em quadra dura, e uma série no saibro composta por Stuttgart, Madri, Roma, Estrasburgo. A temporada de terra batida certamente chega como um colírio para Bia, assim como no ano passado. Ainda que os resultados ali não tenham sido nada espetaculares
- Entendo que a fase é ruim e, nesses momentos, atletas não querem dar detalhes demais sobre o que acontece ou deixa de acontecer dentro de seus times. Porém, gostaria de ter visto Bia se pronunciar sobre as saídas de Tchoutakian e Di Pierro. Ajudaria a esclarecer alguns pontos. Seus fãs certamente gostariam de saber mais.
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9 comentários
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Daniel de Castro Ribeiro
Outro ângulo a ser analisado é que simplismente ela já bateu no teto, e o que foi feito até agora é o limite dela.
Domingos Spinelli
Bia é terrivelmente fraca mentalmente. É bem estranho ela ter ficado com uma psicóloga por 10 anos, sendo que já vem perdendo de forma absolutamente constante e clara sob o ponto de vista mental. A gente vê adolescentes como Mirra Andreeva, de 17 anos, com MUITO mais preparo psicológico do que Bia. Demorou pra trocar. E do ponto de vista técnico, o Rafael não agrega nada no jogo dela, há um bom tempo. Não sei se o problema foi a entrada do Tchoutakian, mas o fato é que ela já vinha mal antes dele. Creio que Bia deveria trocar TODA a comissão técnica, buscar um novo método, alguém que areje sua cabeça e faça com que ela se reinvente como tenista. Com esse técnico, não creio em grandes mudanças.
Elza Barros Candeloro
O jogo inteiro da Bia está ruim. Erra tudo quando é bola de forhand ou backhand. Sua condição física é precaríssima. Está lenta demais, não alcança as bolas. Seu jogo é previsível e não causa mais nenhum dano. Mas, sem dúvida, o pior de tudo é a quantidade de erros primários para uma jogadora de seu nível. Não dá para apontar onde está a sua deficiente, porque está mal em tudo. No auge, pensei que estaria entre as dez melhores do mundo. Era um prazer assisti-la em quadra, vibrante, jogando de igual para igual contra qualquer uma. Virando jogos com bravura e determinação e, claro, técnica. Não tenho a mínima ideia do que provocou essa sua queda de rendimento absurda. Vi alguns desses últimos jogos dela em que parecia uma amadora, jogadora domingueira em um clube qualquer, sem a mínima condições para disputar um jogo profissional.