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Obrigado, Bia, pelo sacrifício

Mais ou menos quatro anos atrás, Beatriz Haddad Maia tentava voltar a subir no ranking após uma suspensão por doping e, graças a wild cards negociados pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT) junto à federação portuguesa, entrou como convidada em quatro torneios. Era uma época, lembremos, em que estava ainda mais difícil competir porque a pandemia provocava um cenário com menos competições. Bia disputou o primeiro desses eventos como #1342 do mundo e o último como #378. Foi uma bela ascensão.

Em março de 2021, contudo, Bia optou por não defender o Brasil na Billie Jean King Cup. Disse não à CBT depois dos convites. Preferiu buscar seus pontos para tentar uma vaga no qualifying de Roland Garros (e não conseguiu). Foi nessa época que critiquei a tenista. O Brasil foi à Polônia enfrentar um time ganhável sem Iga Swiatek e voltou derrotado. Bia recebeu muita ajuda (R$ 370 mil além dos convites, segundo informou a CBT), mas na hora de defender o país, deixou o time na mão.

Não me arrependo de uma palavra só daquele post. Até por isso, sinto-me bastante à vontade para fazer o necessário elogio à presença de Bia Haddad na Billie Jean King Cup deste fim de semana, em Ostrava, na República Tcheca. Bia vive seu pior momento desde o retorno ao top 100. Perdeu seis jogos seguidos do Australian Open até Miami. Dispensou o técnico francês Maxime Tchoutakian e encerrou a relação profissional com a psicóloga Carla di Pierro.

Com a temporada de saibro se aproximando, o melhor para um tenista precisando desesperadamente de vitórias seria fazer uma preparação mais longa na terra batida. Bia e sua equipe sabem disso. No entanto, foram a Ostrava competir em quadra dura para dar uma chance ao time brasileiro. Espanha e República Tcheca, escaladas como estavam, eram adversários derrotáveis, mas o "biadependente" time brasileiro, que não tem uma número 2 capaz de consistentemente bater adversárias do top 100, precisava de Bia.

Mesmo na fase ruim, a paulista foi. Sacrificou sua preparação para o WTA 500 de Stuttgart, que começa agora, segunda-feira, para que a equipe tivesse uma possibilidade. Os resultados não vieram. Bia perdeu para Noskova e Bouzas Maneiro, duas oponentes que ela possivelmente derrotaria em outro momento. Paciência. Valeu a tentativa. Afinal, se foi ruim com ela, teria sido muito pior sem ela. E o esforço da número 1 do Brasil merece ser reconhecido.

Obrigado, Bia, pelo sacrifício.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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