Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Que surpresa, Maya!
Lá se vão 8 anos.
Lembro como se fosse hoje.
Estava na redação da ESPN quando o Dimas Coppede e o Guilherme Daolio vieram correndo me perguntar: "Você viu que a Maya quase morreu em Portugal?"
O 'quase' da frase me tranquilizou. Mas o calma voltou a ser susto e desespero quando vi as imagens.
Maya Gabeira, principal ícone feminino quando o mar fica grande, acabava de viver o maior susto da vida até ali.
E desde sempre, Carlos Burle - talvez o brasileiro mais experiente se o assunto é ondas gigantes - tinha sido o herói, o cara que a salvou da morte nas bombas de Nazaré.
Até hoje!!!
Em entrevista nos Estados Unidos, Maya apontou Burle, parceiro e mentor por anos, como responsável pelo acidente que quase tirou sua vida em 2013.
- Ele tinha perdido o rádio e ficou sem comunicação. Isso foi um erro grave! E após eu levar a segunda grande onda na cabeça, eu perdi meu colete salva-vidas e a consciência. Era o pior cenário possível. E quando Burle tenta me pegar, ele faz uma abordagem péssima, pois ele esperava que eu estivesse bem.
Maya Gabeira, dona do recorde de maior onda surfada por uma mulher, disse também que não estava segura naquelas condições.
- Enquanto estava me puxando no jet ski, eu disse que estava um pouco insegura e o Carlos me pressionou, com um pouco de encorajamento, mas também com: 'Você precisa ir, tem que decidir'. Eu senti essa pressão... Eu perguntei a ele: 'Você acha que eu consigo?', e ele disse: 'Mas é claro que consegue!'". Acho que eu não escolheria aquela onda nos dias de hoje, mas a gente não tinha tanta experiência.
E completou: "Para Carlos, é tudo tão simples. Não acredito que hoje ele ache que errou em algo. Acredito que ache que não cometemos nenhum erro".
Para mim... e para muitos com quem comentei hoje, as palavras de Maya foram surpreendentes.
Ok, nunca fui próximo dela... talvez a imagem que tinha daquele acidente fosse o errado.
Mas confesso que jamais tinha ouvido alguém tratar sobre o caso desta maneira.
Ainda mais, a protagonista.
Não considero um ato de ingratidão.
Mas que foi uma surpresa, foi.
Só que o próprio Burle, reagiu de forma contrária.
Tranquilo, em entrevista ao UOL Esporte, ele disse: "Honestamente, não achei nada demais. Ela está colocando o ponto de vista dela. Olhar para trás e aprender com os erros é muito bom. Se ela vê tudo isso desse jeito, que bom que ela está botando para fora, para se curar. Fico feliz que ela está bem. Que bom, parabéns! Achei supernatural".
E completou: "O mais importante aqui é respeitar. Tem uma pessoa que está precisando falar algo, justificar algo, é um ser humano. Deixa ela falar o que ela quer. O que eu penso não é importante. O importante é o que eu sinto. Tenho muito gratidão. Vivemos momentos incríveis. Escrevemos a história do surfe juntos. Quando a gente começou, existia um preconceito enorme em relação às mulheres pegando onda grande. E, lógico que aconteceram coisas e hoje o protocolo é outro, mas a vida é assim mesmo".
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