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"Aquele momento que o cara entrega a medalha... todo o mundo te olhando"
Um cara de bem com a vida.
Grato com o que conquistou. Sempre sedento por mais.
Irrequieto... acelerado... pilhado.
"Os últimos dias tem sido pesados. Tenho acordado cedo. E teve um dia que eu só treinei uma vez... 'poxa, eu tô passando dos limites, já'. Que tava surfe, surfe, treino, treino. E chega um momento que realmente falo 'dá uma segurada aí, cara'."
Sempre na "vibe", como ele gosta de dizer. Dentro ou fora da água.
É assim que Italo Ferreira encara os desafios. De peito aberto e cabeça erguida.
E o próximo é gigantesco: a Olimpíada.
"Tô treinando bastante. Precisava voltar pra casa também neste período antes, pra recarregar e fazer o que eu amo. Surfar, treinar, ficar com meus amigos, minha família e sentir aquela energia boa de todos que me amam. E aí sim, daqui a algumas semanas eu vou estar pronto para ir buscar meu sonho."
Super favorito para ganhar uma das medalhas nos Jogos de Tóquio, Italo leva uma pequena vantagem sobre os adversários. Já sentiu o prazer e a emoção de ouvir o hino em uma competição com as características olímpicas. E lá mesmo, no Japão. No ISA Games - os Jogos Mundiais de Surfe - de 2019, realizado em Myazaki.
"Aquilo ali tá muito na minha cabeça. Aquela imagem é bem viva na minha mente como uma motivação e algo com o que posso sonhar. Aquele momento que o cara me entrega a medalha, de você estar no topo ali, com todo o mundo te olhando. Provavelmente não vai ter gente nas Olimpíadas, mas vão estar assistindo em todos os lugares. Não é só participar, é chegar lá e alcançar o lugar mais alto do pódio."
O público na praia será menor. Mas a audiência, com certeza, multiplicada. Com ela, a pressão pela vitória potencializada.
"Eu levo isso bem naturalmente, eu fui campeão do mundo e às vezes até esqueço. Realmente tem um peso ser campeão do mundo, que e provavelmente na Olimpíada pode aumentar, dar mais visibilidade. Tem essa expectativa, gera essa tensão e pressão, pelo que o surfe está vivendo hoje no país. Gera essa pressão a mais por medalhas e grandes performances. Por isso que venho treinando muito e vivendo o agora, não pensando no que pode acontecer. Não quero chegar lá e não me apresentar bem por ter colocado muita pressão em mim mesmo. Fazer coisas simples, que quando eu chegar na competição eu preciso apenas surfar e ganhar de todo mundo".
Parceiro do time verde e amarelo, Gabriel Medina também é mega favorito ao ouro. Entre os estrangeiros, John John Florence - outro bicampeão mundial - e classificado para defender os Estados Unidos, se recupera de uma cirurgia e pode ficar fora da Olimpíada. Se ele não for, a vaga fica para o maior de todos: Kelly Slater.
"Pra mim tanto faz. Eu vou 'quebrar' qualquer um que tiver pela frente."
Sinceridade, brincadeira e confiança à parte, Italo Ferreira concorda que seria legal ver o principal ícone das ondas na estreia do surfe como esporte olímpico. E até já marcou uma aposta.
"Seria incrível pra ele completar esse ciclo de carreira e história que ele criou no surfe. A gente tava comentando sobre isso no 'Surf Ranch' e eu falei pra ele: 'Se você for pra Olimpíada e a gente fizer a final, a gente pega a primeira onda de base trocada'. E ele falou que ia de biquilha."
O foco mais próximo é Tóquio, logo ali. Mas quem conhece esse potiguar, sabe que ele é faminto. Afinal, tem um campeonato mundial aí em andamento.
Após 6 etapas - uma no Havaí, 4 na Austrália e uma na piscina da Califórnia - Italo está em 2º na classificação geral, de olho no bicampeonato.
"Foi a melhor perna australiana que eu fiz até hoje. Aí até pensei em abandonar a piscina e voltar pra casa, não tava bem mentalmente, estava cansado e precisava de um tempo. Volto pra casa com a missão de me preparar para a Olimpíada, algo que pode transformar a minha vida como pessoa, como conquista pessoal. E claro que como atleta também, que pode colocar o meu nome em outro patamar na história do surfe, algo gigantesco. Mas como pessoa mesmo, de onde eu vim, de onde fui criado e tudo que já vivi. Mas o circuito mundial ainda é muito vivo, estou na vice-liderança e ainda tem alguns eventos, finalizando em setembro em Trestles. Espero continuar bem, feliz e confiante, para esse segundo semestre seja como 2019, quando eu tive que virar a chave e bater todo mundo."
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