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Sem Gabriel Medina, o que esperar do time brasileiro na etapa de Pipeline?
Ganhar em Pipeline não é pra qualquer um. Uma honraria tão desejada quanto a conquista do mundial.
Tanto, que caras "menos conhecidos" e sem o título de uma temporada, batem no peito e se enchem de orgulho por ter o troféu na bancada mais famosa do tour. O francês Jeremy Flores, por exemplo, tem duas vitórias. O tahitiano Michel Bourez, uma. E se você não acompanha o surfe de perto, não deve conhecer o campeão de 2011, o australiano Kieren Perrow.
Craques como John John Florence, Julian Wilson e Joel Parkinson venceram só uma vez. Mick Fanning, tricampeão mundial, jamais levou.
Kelly Slater é o maior também nessa onda, 7 canecos. Andy Irons foi tetra.
O Brasil tem 3 vitórias em Pipe, todas seguidas de títulos mundiais: Adriano de Souza em 2015, Gabriel Medina em 2018 e Italo Ferreira em 2019.
Medina é o representante brasileiro com melhores performances no Havaí. Nas últimas 7 edições, fez 5 finais, com 4 vices.
Mas em 2022... como todo mundo sabe... o camisa 10 será desfalque.
Então... o que esperar da turma verde e amarelo na largada do circuito, a partir deste sábado?
Com certeza, o cara a ser mais observado é Italo Ferreira.
Até vencer em Pipe há pouco mais de dois anos, ele só havia chegado nas quartas de final. Com lições de caras como Shane Dorian e Jamie O'Brien, venceu Medina na decisão mais assistida da história e se tornou Pipemaster.
A partir daí, o 'Brabo' ganhou a confiança necessária para encarar as esquerdas ou as direitas. Na abertura do calendário de 2021, levou o troco de Gabriel na semifinal, mas estava lesionado. Pelo que mostrou na pequena pré-temporada havaiana, ele está com "fome" e é certo que vai pras cabeças mais uma vez.
Apesar de ter alcançado as quartas uma vez, em 2014, Filipe Toledo já mostrou que pode beliscar bons resultados ali. Principalmente se Backdoor estiver funcionando. Em 2016, tirou um 10 durante a 5ª fase
3 brazucas que estão na chave deste Billabong Pro Pipeline são goofys (surfam com o pé direito na frente). Mais experientes, Jadson André e Miguel Pupo já conhecem bem o pico.
Jaddy estreou por lá em 2010. E apesar da bagagem, só conseguiu avançar uma vez. Justamente na edição passada, quando chegou nas oitavas de final e terminou em 9º.
Miguel também já visita o local e compete há mais de uma década. Craque nos barrels, tem como melhor resultado o 5º lugar em 2013. Chegou outras duas vezes em 9º, resultado inclusive da última participação no finalzinho de 2020. E detalhe: durante os vários anos no CT, e contando todas os eventos, foi justamente em Pipeline que conseguiu a maior nota: 9,93 na 1ª fase em 2017.
Deivid Silva só competiu duas vezes nesta 'arena'. Em ambas ficou em 17º lugar. Vai precisar se jogar para pegar os tubos e vencer as disputas.
Os outros 3 representantes do time são regulars (surfam com o pé esquerdo na frente). Um quase veterano, 2 novatos na WSL.
João Chianca e Samuel Pupo vão estrear na divisão principal da liga justamente no palco mais aclamado.
Uma onda que Chumbinho gosta bastante, tanto que era onde ele mais queria enfrentar Gabriel Medina nesta temporada. Fica para uma próxima vez. Nunca esteve na elite, mas já vestiu a lycra em Pipe... e foi bem demais.
Vice-campeão do Volcom Pro 2020, atrás apenas do também brasileiro Wigolly Dantas. Agora, o batismo será na mesma heat que o cracaço John John Florence, local do pico e atual campeão do torneio.
Samuca já competiu no Havaí, mas só em outras praias. Na sua bateria de estreia terá a companhia de Filipe Toledo.
Prá fechar o time, Caio Ibelli, suplente chamado na última hora, para substituir justamente o campeão mundial.
Em 2019, os dois protagonizaram numa esquerda clássica de lá, uma cena não muito comum nas baterias. Medina liderava o duelo e cometeu uma interferência proposital para evitar que o adversário pegasse a onda e pudesse virar a disputa. A atitude polêmica de GM foi criticada, mas lhe garantiu a passagem para a fase seguinte.
Das 14 vezes que caiu no mar pesado de Pipe, Caio venceu 5. Ficou na 9ª posições em 2017, 2019 e 2020.
Na chave feminina, Tatiana Weston-Webb vai carregar sozinha a bandeira do Brasil durante todo o ano.
A prova de Pipeline será histórica para as mulheres. Pela primeira vez, elas vão disputar um campeonato completo da World Surf League nas poderosas bombas de Banzai/Pipeline.
Tati, que cresceu na ilha de Oahu, começa a campanha logo na 2ª bateria, diante de duas havaianas, a novata Gabriela Bryan e Malia Manuel.
O período da janela da 1ª etapa da temporada vai de 29 de janeiro a 10 de fevereiro. Em seguida, o tour se desloca ali pertinho, para Sunset Beach.
Depois, a galera segue para Portugal (Peniche), Austrália (Bells Beach e Margaret River, Indonésia (G-Land), El Salvador (Punta Rcca, Brasil (Saquarema), África do Sul (Jeffreys Bay) e Tahiti (Teahupoo).
O WSL Finals, que vai definir os campeões masculino e feminino, rola de 8 a 16 de setembro, em Trestles, na Califórnia.
por @thiago_blum / @surf360_
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