Domingo histórico: o dia que as mulheres tomaram conta sozinhas de Pipeline

Domingou na lindíssima ilha de Oahu, no Havaí. O swell deu uma trégua e o mar baixou, é verdade. Mas o 30 de janeiro entrou para a história do surfe mundial.

Pela 1ª vez, as famosas ondas de Pipeline foram todas delas.

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Jamais um campeonato feminino profissional da World Surf League havia acontecido do começo ao fim na bancada mais famosa do planeta.

Nunca um dia de final de semana tinha sido dominado pelas garotas lá... nas clássicas esquerdas de Pipe, ou nas perfeitas direitas de Backdoor.

Quando as australianas Sally Fitzgibbons e Molly Picklum e a americana Courtney Conlogue, ouviram a sirene para o começo da primeira bateria da chave feminina do Billabong Pro, a história começava a ser escrita.

Daí pra frente, vários momentos emocionantes.

Principalmente para as havaianas, "donas do pico", que viveram anos e anos só olhando o show ali na frente... mas da areia.

Estreias de nomes da nova geração, como Bettylou Sakura Johnson e Gabriela Bryan.

O desfile da pentacampeã Carissa Moore.

O grande desempenho de Malia Manuel, dona da melhor nota do dia, um 8,17.

A presença de última hora da poderosa Bethany Hamilton, que substituiu a 7X campeã mundial Stephanie Gilmore, que testou positivo para Covid-19. Em 2003, Hamilton perdeu o braço esquerdo após sofrer um ataque de tubarão. Se recuperou, voltou a surfar... e agora, aos 31 anos e mãe de 3 filhos, pôde fazer parte deste dia histórico.

E porque não dizer, de Tatiana Weston-Webb, atual vice-campeã mundial. Tati, nascida no Brasil, cresceu no Havaí e formou seu surfe por lá. Caiu na 2ª heat do dia e fez uma estreia discreta, com notas baixinhas (2,73 e 1,67). Mas a única representante do time verde e amarelo na chave, avançou para as oitavas de final em segundo lugar.

Com o maior somatório das duas primeiras fases (11,83), a única "estrangeira" que brilhou foi a australiana Tyler Wright. Em dezembro de 2020, Tyler foi campeã em Pipe. Mas aquele evento começou em Honolua Bay em Maui, e só as disputas decisivas rolaram em Banzai Pipeline.

Foram "só" 8 baterias. Mas esse domingo vai ficar pra sempre.

As premiações entre homens e mulheres já eram a mesma no tour há alguns anos.

Agora em diante, elas também dividem TODOS os locais também na hora de remar de lycra em busca dos troféus.

Próximos confrontos:

Women's Round of 16 Matchups:
HEAT 1: Sally Fitzgibbons (AUS) x Malia Manuel (HAW)
HEAT 2: Tyler Wright (AUS) x India Robinson (AUS)
HEAT 3: Tatiana Weston-Webb (BRA) x Moana Jones Wong (HAW)
HEAT 4: Isabella Nichols (AUS) x Bettylou Sakura Johnson (HAW)
HEAT 5: Carissa Moore (HAW) x Bethany Hamilton (HAW)
HEAT 6: Gabriela Bryan (HAW) x Brisa Hennessy (CRC)
HEAT 7: Johanne Defay (FRA) x Molly Picklum (AUS)
HEAT 8: Lakey Peterson (EUA) x Luana Silva (HAW)

Men's Round of 32 Matchups:
HEAT 1: Conner Coffin (USA) vs. Barron Mamiya (HAW)
HEAT 2: Kelly Slater (USA) vs. Jake Marshall (USA)
HEAT 3: Kanoa Igarashi (JPN) vs. Owen Wright (AUS)
HEAT 4: Leonardo Fioravanti (ITA) vs. Nat Young (USA)
HEAT 5: Italo Ferreira (BRA) vs. Miguel Tudela (PER)
HEAT 6: Miguel Pupo (BRA) vs. Connor O'Leary (AUS)
HEAT 7: Frederico Morais (PRT) vs. Carlos Munoz (CRI)
HEAT 8: Kolohe Andino (USA) vs. Lucca Mesinas (PER)
HEAT 9: Filipe Toledo (BRA) vs. Ivan Florence (HAW)
HEAT 10: Seth Moniz (HAW) vs. Ezekiel Lau (HAW)
HEAT 11: Jack Robinson (AUS) vs. Joao Chianca (BRA)
HEAT 12: John John Florence (HAW) vs. Jackson Baker (AUS)
HEAT 13: Griffin Colapinto (USA) vs. Caio Ibelli (BRA)
HEAT 14: Ethan Ewing (AUS) vs. Callum Robson (AUS)
HEAT 15: Deivid Silva (BRA) vs. Samuel Pupo (BRA)
HEAT 16: Jordy Smith (ZAF) vs. Matthew McGillivray (ZAF)

por @thiago_blum / @surf360_