Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
O octa do 50tão Slater e a excelente performance brasileira em Pipeline
Normalmente os campeonatos em Pipeline entregam o que se espera. Mas a edição 2022 foi sem dúvida, umas das melhores das últimas temporadas.
Só... que com um desfecho já visto e revisto várias vezes. Mas que também teve muitas novidades.
Dizer que Kelly Slater é um dos favoritos para ganhar na bancada mais famosa do planeta, pode parecer obrigação.
Mas vê-lo levantar o troféu do campeonato mais desejado do tour pela 8ª vez... e a uma semana de completar 50 anos - quando a média dos caras que disputam o Championship Tour não chega nos 30 - é no mínimo, surpreendente.
Mesmo se tratando do cara que parece não envelhecer, que ano após ano se reinventa, que faz o quase impossível se transformar fácil e corriqueiro.
Durante os 3 dias de ondas absolutamente clássicas, a performance de KS foi semelhante ao de quando venceu em Pipe pela 1ª vez, em 1992. Com direito a virada no último segundo, notas mais altas e show para a galera que mais uma vez lotou as areias.
Um dos fãs dividiu o line-up com ele na decisão.
Local do Havaí e com torcida pesada, Seth Moniz derrubou um a um até chegar a sua primeira final na elite.
Fez o que pode na última bateria, mas não segurou o G.O.A.T (Greatest of All Time).
Na saída do mar, fez questão de ser um dos a carregar o ídolo até o palanque da vitória, tradição em todos os campeonatos de surfe.
Foi a vitória 56 dele na CT. Kelly começa o ano na liderança. E pode sim porque não, terminar a temporada regular entre os 5 primeiros, que vão disputar o título em Trestles, na Califórnia.
Mesmo que não se vacine, se é que já não se vacinou. Ninguém pode entrar na Austrália, palco da 4ª e 5ª etapas do calendário, sem estar 100% imunizado.
Mas com o caneco deste sábado e os resultados que pode conquistar em Sunset Bach, também no Havaí, e em Portugal, alcança tranquilamente a pontuação para seguir na segunda metade do ano.
Aí vem G-Land, Jeffreys Bay, Teahupoo... ondas que o cara adora e se dá bem.
Ok... top 5 provável é... levantar o 12º mundial... é uma outra história, da qual aposto contra.
Mas isso é assunto para os próximos capítulos.
É hora de falar dos brasileiros, que botaram pra baixo, pra dentro e se destacaram nas bombas que rolaram durante a semana.
E o mais legal: não foram os rostos que estamos acostumados (e não cansados) de ver nas finais.
Sem Gabriel Medina, que abriu mão das etapas havaianas para cuidar do corpo e da mente... e com Italo Ferreira e Filipe Toledo eliminados bem antes do esperado... os irmãos Pupo e Caio Ibelli carregaram o time verde e amarelo.
Samuel Pupo, o estreante da turma... é jovem, está só começando a história na divisão principal, mas provou que tem experiência e categoria para enfrentar qualquer adversário... e em ondas pesadas. Além de físico e técnica, mostrou uma força mental de veterano, e logo no primeiro desafio, só parou nas quartas de final. Uma largada excelente, para dar confiança e mais força para o que vem pela frente.
Miguel, o mais velho da família, também arrebentou.
Foi o responsável por tirar Italo da competição. Em seguida, foi derrubando um por um, até chegar na semifinal e marcar o melhor resultado em Pipeline. E podia ter ido além... mas uma polêmica interferência sobre Kelly o tirou da final.
Abre o ano com um 3º lugar, empatado com outro craque paulista, Caio Ibelli.
Esse, com uma história ainda mais legal. Até as vésperas da largada da temporada, estava em casa. Com a desistência de Medina, foi chamado em cima do laço e entrou como replacement. A felicidade com que entrou no mar, se refletiram nas baterias. Surfe solto, como se estivesse em casa. Um resultado merecidíssimo, de um competidor que não pode ficar de fora da elite.
Ah.. não dá pra encerrar esse papo sem falar do João Chianca, o Chumbinho.
Parceiro e amigo de Samuel Pupo, é o outro rookie do time brasileiro. Mais um novato destemido, tanto com a potência do mar, quanto com o nome e a cara feia dos adversários.
Diante de John John Florence, protagonizou um duelo épico... e foi derrotado, sem nenhum exagero, nos detalhes.
Fechou seu primeiro campeonato entre os melhores do mundo, com a maior nota do torneio, um 9,87... justamente contra JJF, o "dono do parquinho", que defendia o título.
Caras novas, caras conhecidas... o Brazilian Storm segue muito forte.
Nos dá prazer ver e torcer.
Que venha o Hurley Pro Sunset Beach... um desafio enorme e bem diferente deste que passou.
Seguimos ligados.
por @thiago_blum / @surf360_
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