Topo

Surfe 360°

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Pipeline foi histórico; chegou a hora de desafiar a força de Sunset Beach

Kelly Slater é carregado após vencer a etapa de Pipeline, válida pelo Mundial de Surfe de 2022 - Brady Lawrence/World Surf League
Kelly Slater é carregado após vencer a etapa de Pipeline, válida pelo Mundial de Surfe de 2022 Imagem: Brady Lawrence/World Surf League

Colunista do UOL

11/02/2022 04h00

Nesta sexta-feira, Kelly Slater, o maior de todos, completa 50 anos.

Dia que abre a janela de espera da 2ª etapa do calendário 2022 da World Surf League. O palco? Mais um local cheio de história na ilha de Oahu, no Havaí: Sunset Beach.

Menos de uma semana depois de terem que 'domar' as clássicas bombas de Pipeline, os melhores surfistas do mundo tem outro grande desafio, em condições absolutamente diferentes, apesar das duas ondas estarem apenas a cerca de 2 quilômetros de distância.

Sunset - WSL - WSL
Sunset Beach, Oahu - Hawaii
Imagem: WSL

Se em Pipe o caminho é rápido e obrigatoriamente por dentro do tubo, seja para esquerda ou para a direita... em Sunset, é o surfe de linha que dita o ritmo, e sempre para a direita.

Um pico complicado de se posicionar, com grande variação da ondulação e onde só um brasileiro venceu em campeonatos da elite: Fábio Gouveia, em 1991.

Adriano de Souza, campeão mundial de 2015, define: "Eu nunca tive um bom resultado em Sunset, sempre foi o meu tendão de Aquiles. Era essa prova que sempre me tirava da briga do Triple Crown (Tríplice Coroa Havaiana). É uma onda extremamente difícil, posicionamento é a chave do sucesso".

Sunset - WSL - WSL
Sunset Beach, Oahu - Havaí
Imagem: WSL

A opinião de Michael Rodrigues, que já esteve no WT e já competiu por lá, é parecida.

"É uma onda que exige muito do atleta, como a maioria dos picos do Havaí. Sunset, em especial, só uma prancha deve ser usada lá, mais cheia, com mais remada. Antigamente a galera usava prancha bem grande, hoje em dia uma 6'6" é um tamanho ótimo, dependendo do tamanho do mar, é claro. Uma onda difícil de surfar, umas sessões gordas, outras cavadas".

Jack - WSL - WSL
Jack Robinson (AUS)
Imagem: WSL

Sunset Beach não recebe o Championship Tour Masculino há 19 anos. O último campeão por lá foi o australiano Jake Paterson,

Entre os surfistas que estão na competição, vários já venceram, todos em provas valendo pelo QS: John John Florence (2011), Ezekiel Lau (2013 e 2018), Jordy Smith (2016), Conner Coffin (2017) e Jack Robinson (2019).

Um dos poucos lugares ao redor do planeta que o mestre Kelly Slater não gosta e jamais levantou a taça.

Desta vez, KS vai remar por lá com a lycra amarela de líder do ranking, após ter vencido o PipeMasters pela 8ª vez.

O time brasileiro terá 8 representantes entre os homens, além de Tatiana Weston-Webb, única do time verde e amarelo na chave feminina.

ibelli - WSL - WSL
Com grande atuação, Caio Ibelli chegou nas semifinais em Pipe
Imagem: WSL

Caio Ibelli, que disputou o torneio de abertura como suplente e ficou em 3º lugar, herdou novamente uma das vagas e está confirmado.

"É uma onda ingrata, uma hora vem onda... outra hora o favorito perde. O cara vai ganhar com dois 10, em seguida com dois 2... às vezes não tem parede e você não pega nada. Então vai ser interessante, tô pronto pra ver o circo pegar fogo".

chumbinho - WSL - WSL
João Chumbinho
Imagem: WSL

Miguel Pupo, outro brazuca que fez semifinal em Pipeline, e os novatos João Chumbinho e Samuel Pupo estão entre os destaques.

Italo Ferreira e Filipe Toledo iniciaram as campanhas com a 9ª posição e vão atrás de recuperação. Os goofys (quem surfa com o pé direito na frente) Deivid Silva e Jadson André completam a seleção, que estará mais uma vez desfalcada de Gabriel Medina e Yago Dora.

"Vou colocar tempo naquela onda... eu acho que vai ser meu maior desafio. Já surfei lá algumas vezes, tive alguns bons resultados, mas é uma onda sempre muito difícil de ler, um 'line-up' sempre muito difícil de se posicionar", diz João Chumbinho.

John John - WSL - WSL
John John Florence, líder nas apostas para Sunset
Imagem: WSL

A Betfair é um dos maiores provedores de apostas esportivas online do mundo, eventos de entretenimento e produtos para mais de 4 milhões de clientes em todo o mundo, Agora, a plataforma, que é especialista em cálculo de probabilidades, analisa também as chances dos surfistas brasileiros e estrangeiros nas etapas do circuito mundial.

Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira, John John Florence e Kelly Slater são os principais favoritos ao título da 2ª etapa, com larga vantagem para o local de Oahu. Depois da excelente estreia na temporada, os irmãos Pupo são os mais cotados entre os brasileiros.

Confira os números:

John John Florence (HAW) - 40%

Kelly Slater (EUA) - 11%

Kanoa Igarashi (JPN) - 6%

Seth Moniz (HAW) - 3,8%

Miguel Pupo (BRA) - 2%

Samuel Pupo (BRA) - 2%

Lucca Mesinas (PER) - 1,5%

John John - WSL - WSL
John John Florence (HAW)
Imagem: WSL

John John também o principal favorito para Adriano de Souza, que ainda coloca o australiano Jack Robinson entre os principais nomes. Falando de Brasil, Mineirinho aposta em Deivid Silva, Miguel Pupo e Jadson André.

"É legal estar conectado com as duas sessões, fazer um surfe power de linha. Se conseguir radicalizar acredito que vai dar uma valorizada, mas é bem difícil. Mas do jeito que o surfe se encontra, não dá pra dizer que não existe manobra que não dá pra ser feita lá. Sunset é uma onda muito pesada mesmo e vai ser legal ver a galera lá competindo, os melhores do mundo numa onda que realmente é bem compilcada", completa Michael Rodrigues.

samuel - WSL - WSL
Samuel Pupo
Imagem: WSL

Confira as baterias da 1ª fase da chave masculina do Hurley Pro Sunset Beach:

1.a: Jordy Smith (AFR), Ryan Callinan (AUS), Matthew McGillivray (AFR)
2.a: Kanoa Igarashi (JPN), Lucca Mesinas (PER), Caio Ibelli (BRA)
3.a: Kelly Slater (EUA), Callum Robson (AUS), Barron Mamiya (HAV)
4.a: Conner Coffin (EUA), Jadson André (BRA), Jordan Lawler (AUS)
5.a: Italo Ferreira (BRA), Ezekiel Lau (HAV), Billy Kemper (HAV)
6.a: Filipe Toledo (BRA), João Chianca (BRA), Kai Lenny (HAV)
7.a: Morgan Cibilic (AUS), Samuel Pupo (BRA), Imaikalani Devault (HAV)
8.a: John John Florence (HAV), Ethan Ewing (AUS), Owen Wright (AUS)
9.a: Griffin Colapinto (EUA), Deivid Silva (BRA), Jackson Baker (AUS)
10: Seth Moniz (HAV), Kolohe Andino (EUA), Nat Young (EUA)
11: Miguel Pupo (BRA), Jack Robinson (AUS), Jake Marshall (EUA)
12: Leonardo Fioravanti (ITA), Frederico Morais (PRT), Connor O´Leary (AUS)

Moana - WSL - WSL
Moana Jones Wong, campeã feminina em Pipeline
Imagem: WSL

Confira as baterias da 1ª fase da chave feminina do Hurley Pro Sunset Beach:

1.a: Johanne Defay (FRA), Gabriela Bryan (HAV), Molly Picklum (AUS)
2.a: Tatiana Weston-Webb (BRA), Malia Manuel (HAV), Bronte Macaulay (AUS)
3.a: Carissa Moore (HAV), Bettylou Sakura Johnson (HAV), Moana Jones Wong (HAV)
4.a: Sally Fitzgibbons (AUS), Brisa Hennessy (CRI), Luana Silva (HAV)
5.a: Lakey Peterson (EUA), Isabella Nichols (AUS), Courtney Conlogue (EUA)
6.a: Tyler Wright (AUS), Stephanie Gilmore (AUS), India Robinson (AUS)

A janela de espera vai de 11 a 23 de fevereiro.

Também segundo a Betfair, John John Florence começou o ano com principal favorito ao título mundial, seguido pelos 3 brasileiros que encabeçaram o ranking em 2021:

John John Florence (HAW) - 30%

Italo Ferreira (BRA) - 20%

Filipe Toledo (BRA) - 17%

Gabriel Medina (BRA) - 11%

Kelly Slater (EUA) - 10%

Jordy Smith (AFS) - 6,7%

Kanoa Igarashi (JPN) - 6%

Jack Robinson (AUS) - 6%

Griffin Colapinto (EUA) - 6%

Seth Moniz (HAW) - 4%

por @thiago_blum / @surf360_