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OPINIÃO

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Brasil fora das finais após 3 anos; mesmo assim temos muito o que comemorar

Caio Ibelli rasga forte durante etapa de Sunset Beach - WSL
Caio Ibelli rasga forte durante etapa de Sunset Beach Imagem: WSL

Colunista do UOL

19/02/2022 11h52

Terminou a perna havaiana do circuito mundial da WSL. Parte icônica e importante da principal divisão. E após duas etapas, um fato chama a atenção: o Brasil não teve representantes na final dos eventos masculinos., algo que não acontecia há 3 anos.

Preocupante? Não! Ficamos mal acostumados, né.

O cenário segue azul para o time verde e amarelo... e melhor: caras conhecidas que ainda não tem títulos na elite mostraram que tem totais condições de chegar ao topo do pódio no Championship Tour.

Vamos aos fatos.

gabriel - GettyImages - GettyImages
Gabriel Medina levantando o troféu do tri campeonato mundial de surfe
Imagem: GettyImages

De 2019 pra cá —lembrando que em 2020 não houve competição— foram 18 etapas, com 12 títulos e 11 vices, juntando o trio Gabriel Medina, Italo Ferreira e Filipe Toledo... e com uma 'participação especial' de Deivid Silva.

Além disso, 5 campeonatos tiveram finais com 2 deles se enfrentando.

Um domínio absoluto. Com direito a um feito histórico no ano passado.

Pela 1ª vez nos esportes individuais, o país ocupou todas as posições do top 3 final de um ranking mundial.

Filipe - WSL - WSL
Filipe Toledo campeão em Margaret River no ano passado
Imagem: WSL

A última ocasião que não vimos a bandeira brasileira na água numa decisão foi em junho de 2019, quando o havaiano John John Florence bateu o americano Kolohe Andino em Margaret River na Austrália.

Medina foi campeão 5 vezes (entre eles no WSL Finals que lhe garantiu o mundial em 2021) e 5 vices.

Italo venceu 4 vezes (entre elas em Pipieline onde levantou o mundial de 2019) e 2 vices.

Filipinho comemorou 3 canecos e 2 vices.

DVD estreou numa decisão no ano passado e ficou em 2º no México.

Em 2022, por enquanto, nenhuma disputa de final, mas como já disse... calma, tudo vai bem, obrigado.

Miguel - WSL - WSL
Miguel Pupo em Pipeline
Imagem: WSL

O time brasileiro começou 2022 desfalcado de Gabriel Medina (pediu dispensa das provas no Havai para cuidar do corpo e da mente) e de Yago Dora, 9º colocado em 2021 (se lesionou às vésperas do início da temporada).

italo - WSL - WSL
Italo Ferreira na abertura do mundial da WSL em Pipeline
Imagem: WSL

A responsabilidade nas etapas de Pipeline e Sunset Beach então, ficou para as manobras de Italo e Filipe.

Apesar de surfar bem demais, a dupla não repetiu a excelência de outras atuações.

Italo ficou em 9º nos tubos de Pipe e 17º nas direitas de Sunset,

Filipe parou nas oitavas nos 2 campeonatos, Derrotas precoces e posições diferentes do habitual no ranking, mas nada assim tão surpreendente.

Ambos ainda estão 'esquentando as quilhas'.

E foi aí que apareceu um quarteto de peso para segurar a onda da turma... e carregar o Brasil até as fases decisivas.

Dois experientes, dois novatos.

chumbinho - WSL - WSL
João Chumbinho entocado na bomba de Pipeline
Imagem: WSL

De um lado, Caio Ibelli e Miguel Pupo. Dou outro, João 'Chumbinho' Chianca e Samuel Pupo.

Juntos, eles fizeram a torcida 'esquecer' os famosos.

Caio e Miguel tiveram as melhores performances da carreira em Pipe. Só pararam nas semifinais. Ibelli, que entrou no tour como suplente, repetiu o resultado em Sunset e está na 4ª posição no geral.

Samuca e Chumbinho estrearam como veteranos. Primeira temporada... batismo de fogo logo na meca do surfe.

Atuaram como dois veteranos. Pupo ficou em 5º em Pipe e 17º em Sunset. Chianca em 9º e 17º. Começo pra lá de promissor.

E ainda temos Jadson André e Deivid Silva, sempre muito regulares.

O time segue forte. E já de olho nas próximas missões.

Deivid - WSL - WSL
Deivid Silva atacou as direitas e finalizou na 9ª posição
Imagem: WSL

A próxima parada é logo ali, em Peniche, Portugal, a partir de 3 de março.

Pico onde o Brasil coleciona troféus. Italo venceu em 2018 e 2019, Filipe foi campeão em 2015.

Sem contar os títulos de Medina (2017) e Adriano de Souza (2011).

Confio que teremos brazuca na decisão de novo nas ondas de Supertubos.

Vale a aposta? Me cobrem, então!!

por @thiago_blum / @surf360_