Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Brasil vs Estados Unidos: a nova tendência da elite do circuito mundial
A temporada masculina da World Surf League começou... diferente.
De cabeça pra baixo? Mais ou menos! E a língua portuguesa —que tomou conta da elite circuito mundial nos últimos anos— foi substituída pelo inglês nesses primeiros meses.
Motivo? O time americano! Demorou é verdade... mas agora cresceu e está aparecendo.
Claro... o havaiano John John Florence conquistou o bi em 2016/2017. E tem sido o único para fazer frente à seleção verde e amarela.
Só que todo mundo sabe: no surfe, Havaí é Havaí, não Estados Unidos.
E o país do Tio Sam estava carente de vitórias.
OK OK... Talvez você esteja se perguntando: Como assim carente, se o maior de todos, esse da foto aí abaixo, é americano?
Pois é.
Kelly Slater, sozinho, sem dúvida tem potencial para encerrar essa conversa.
Mas apesar de não parecer, ele é exceção... e não só por ter 11 títulos conquistados... mas por ser um dos poucos da super potência a chegar a eles.
O 'Careca' é o principal protagonista do esporte há 30 anos. Mas o único que levou a bandeira americana ao topo neste período.
Tudo bem, CJ Hobgood foi o 'campeão' em 2001. Mas neste ano o circuito não terminou, por causa dos ataques terroristas ao país.
Por isso, pra mim, o nome dele é irrelevante neste seleto rol.
Além deles, aí sim... teve o tricampeão Tom Curren, cracaço que fez o nome durante as décadas de 1980 e 1990.
Então, voltamos a Slater.
E ao início do calendário de 2022 da WSL, quando o domínio da liga mudou de mãos (por enquanto, é bom que se diga).
Kelly alcançou o eneacampeonato em 2012... estava sem taça no Championship Tour desde agosto de 2016, quando bateu John John no Tahiti... e às vésperas de completar 50 anos, era difícil imaginar que ele atropelasse toda a concorrência.
"Impossible is nothing".
Em condições clássicas, KS levantou o troféu de Pipeline pela 8ª vez, e depois de um longo hiato voltou a usar a lycra amarela de líder do ranking.
A meu ver... era o empurrão que os outros americanos precisavam.
Um choque de ânimo em caras como Kolohe Andino, Conner Coffin e Nat Young, que apesar dos nomes pesados e de estarem entre os tops faz tempo, ainda sequer venceram na elite do tour.
E para os mais jovens, uma injeção de adrenalina.
Jake Marshall é o estreante.
Griffin Colapinto, o cara com todas as manobras no arsenal, e a capacidade de assumir o cedro.
Estreou em 2018 diante dos olhares e holofotes. Nos 3 primeiros anos chegou 6 vezes nas semifinais... só que nunca numa decisão.
Até o evento de Portugal, nesta semana.
Em Peniche, o mais velho dos irmãos 'Cola' só não fez chover.
Tirou a única nota 10 do ano até aqui.
E eliminou brasileiros, americanos e campeões mundiais.
Na sequencia: Jadson André, Kelly Slater, Kolohe Andino, John John Florence... e Filipe Toledo na estreia como finalista.
Uma vitória merecida, que ninguém contestou,
Primeira conquista de um surfista californiano no CT desde Bobby Martinez em 2009.
É cedo pra afirmar categoricamente que os americanos serão a 'nova pedra no sapato' dos brasileiros.
Mas tô apostando nisso. Neste momento, o placar é EUA 2x0.
Lembrando que nos últimos anos, eles estavam sendo 'goleados'. Confesso que ver o Brasil sem nenhum título após 3 etapas me estranha e incomoda.
No ranking atual, Kelly está em 2º e Colapinto em 7º.
Filipinho é o melhor brazuca, em 4º. Caio Ibelli ali pertinho, em 6º. Ah... Italo Ferreira, depois do começo irregular, também tá chegando e já é o 10º.
A briga tá parelha... tá boa!
E o resto da galera?
Se para os havaianos está tudo bem, afinal Barron Mamiya venceu a 2ª prova em Sunset Beach, para os australianos o sinal de alerta fica ainda mais vermelho.
Em 2021, a galera aussie até deu as caras, com o título de Jack Robinson no México.
Agora em 2022, só resultados decepcionantes.
Pipeline, o rookie Callum Robson foi o melhor, sem sequer passar das oitavas.
Sunset: Ethan Ewing até deu sinais de reação, ficando em 3º.
Supertubos: Callum Robson, Connor O'Leary e Jackson Baker terminaram apenas em 9º.
E Jack Robinson, que considero o maior talento do país na atualidade... ocupa a 18ª posição na classificação geral.
Ou seja, brigar pelo título parece algo inatingível para a nação mais vencedora do mundial.
O alento é que os dois próximos campeonatos são lá... em Bells Beach e Margaret River.
Ah... ia quase esquecendo de um detalhe bem importante. O mais regular da temporada é japonês, tá?
Kanoa Igarashi é novo líder da classificação geral.
Só para bagunçar um pouquinho mais essa torre de babel das ondas.
Ranking após 3 etapas:
1- Kanoa Igarashi (JPN) - 17.290 pts
2- Kelly Slater (EUA) - 14.650 pts
3- Barron mamiya (HAW) - 14.650 pts
4- Filipe Toledo - 14.400 pts
5- Seth Moniz (HAW) - 13.875 pts
6- Caio Ibelli - 13.500 pts
7- Griffin Colapinto (EUA) - 12.660 pts
10- Italo Ferreira - 10.735 pts
11- Miguel Pupo - 9.670 pts
12- Kolohe Andino (EUA) - 9.395 pts
13- Jake Marshall (EUA) - 9.295 pts
17- Nat Young (EUA) - 7.970 pts
18- Conner Coffin (EUA) - 7.405 pts
21- Samuel Pupo - 7.405 pts
25- João Chumbinho - 5.980 pts
27- Deivid Silva - 4.915 pts
28- Jadson André - 4.915 pts
Veremos os próximos capítulos!
E vai, Brasil!!!
por @thiago_blum / @surf360_
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