Agora vacinado, Kelly Slater continua atacando o governo da Austrália

São 30 anos na principal divisão do Circuito Mundial: 56 vitórias.

Muitas delas na Austrália, em estados, condições e ondas diferentes. Kelly Slater tem muitos amigos e sempre manteve uma excelente relação com surfistas e fãs australianos. Um verdadeiro caso de amor com o "país mais surfe" do planeta.

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Até... bom... até o assunto Covid tomar conta do mundo. E a vacinação ou a não-vacinação... virar polêmica.

Com o avanço da imunização mundial, a Austrália foi um dos países com regras mais rígidas. Sem abrir exceções.

Quando o tenista sérvio Novak Djokovic foi proibido de competir no Australian Open e forçado a deixar o país por ser assumidamente contra a obrigatoriedade da vacina, Slater —outro antivax convicto— foi um dos famosos que o apoiaram e demonstraram indignação com a atitude do governo australiano.

Mas onde gostamos de vê-lo é dentro d'água. No mar, foi, é e vai sempre ser o maior de todos.

Enfim... a nova temporada começou. Com a Austrália no calendário, lógico... dois eventos confirmados para abril.

A pergunta pairava no ar: "Será que KS vai abrir mão de estar em Bell Beach e Margaret River, no ano que chega aos 50 e pode ser o último dele no tour?"

Veio a largada em Pipeline. E quem venceu a 1ª etapa? Kelly.

E fim da dúvida. Com a liderança do ranking e o sonho de chegar ao 12º título mundial, o 'Careca' declarou que vai estar em todos os eventos.

Ou seja... ligando "lé com cré", é o mesmo que dizer que deu o braço a torcer e está vacinado.

Fim da rusga com o governo australiano? Não!

Sempre que tem a chance, Slater cutuca as autoridades... o que se repetiu por causa das inundações que assustaram o país.

A costa leste da Austrália foi devastada na semana passada. O número de mortos da crise atualmente é de 17 — seis em New South Wales e 13 em Queensland.

No Instagram, Kelly fez questão de condenar o fato de que as comunidades locais foram abandonadas, para fazer grande parte do trabalho de limpeza por conta própria.

"A falta de assistência federal nas zonas de inundação no norte de NSW tem sido nada menos do que estarrecedora. As histórias de amigos são difíceis de compreender", escreveu.

O alvo principal foi o primeiro-ministro Scott Morrison, o mesmo que se colocou à frente e foi irredutível no caso Djokovic.

Morrison foi amplamente criticado por não implantar serviços de emergência e militares, no que muitos acreditam que deveria ter sido tratado como um estado de calamidade.

"Nem mesmo uma menção às milhares de pessoas que mantiveram este país à tona na última semana, enquanto você não ativou nenhuma equipe de emergência?! Isso foi necessário no primeiro dia", escreveu o surfista e ambientalista local, Brinkley Davies.

Kelly reforçou a critica: "Mas o encontro das comunidades locais tem sido inspirador para assistir de longe. Portanto, enquanto o deputado Scott Morrison e seus companheiros se dão tapinhas nas costas ou zombam das pessoas que 'vivem nas eucaliptos', as comunidades continuarão a realizar as tarefas em mãos para ajudar seus vizinhos."

Pois é.

Daqui um mês, a galera desembarca no território 'down under'.

E ao que tudo indica, um dos maiores esportistas de todos os tempos não vai usar apenas pranchas e manobras para mostrar as garras.

por @thiago_blum / @surf360_