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Filipe, Italo, Caio, Miguel, Samuel e Jadson; Brasil segue com 6 no mundial
As ondulações foram teimosas durante toda a janela de espera.
E as finais do 'Margaret River Pro', 5ª etapa da temporada da World Surf League, só irão acontecer no último dia.
Nesta terça, o mar subiu de novo... e bastante. E o evento que define os 22 classificados que vão seguir na segunda metade do mundial teve disputas decisivas.
Rolaram as 16 baterias do round 3... e vários nomes pesados eliminados da elite.
Para o Brasil, boas e más notícias. Duas confirmações bem distintas... duas "despedidas" doloridas.
Começamos com a emoção dos vencedores. brazucas seguem na chave, em busca do título em Margs.
O primeiro a enfrentar as condições complicadíssimas no pico principal da praia foi Samuel Pupo.
Um dos estreantes do tour, Samuca começou o torneio dentro da lista de corte, mas precisava avançar para não precisar de nenhum outro resultado para se confirmar.
O paulista fez uma bateria equilibrada e tensa diante do local Connor O'Leary. E esperou o último minuto para virar a disputa e carimbar a permanência entre os melhores.
Logo em seguida, veio o confronto mais aguardado do dia: Italo Ferreira versus João Chianca.
Em 7º no geral e já garantido, Italo de olho na escalada do ranking. Para Chumbinho, era vencer... ou perder a vaga.
O potiguar fez o surfe competente de sempre, e com notas acima de 6 colocou pressão no adversário.
O carioca de Saquarema deu o troco, anotou a nota mais alta (7,77) e virou o placar.
Mas o campeão mundial e olímpico teve calma para reassumir a ponta e seguir no evento.
Chumbinho não aguentou mais uma eliminação precoce e chorou abraçado ao amigo Samuel. Agora, é levantar a cabeça e buscar a reclassificação a partir do Challenger Series, a divisão de acesso.
Em seguida, o clima de tristeza deu lugar a uma sequencia de ótimos resultados.
O próximo da lista foi Miguel Pupo, que fez uma batalha de "veteranos" diante de Owen Wright.
O mais velho dos Pupo ditou o ritmo da bateria desde os primeiros minutos, marcou um 7,50 de cara e deu poucas chances ao australiano.
Mesmo com uma segunda nota baixa, o brasileiro alcançou mais uma vez as oitavas de final em 2022: 11,50 a 8,93.
Owen, o mais experiente do clã Wright (que também conta com a bicampeã mundial Tyler e Mikey) e um dos mais antigos na elite, ainda tem chances de se manter no CT, mas precisa torcer.
Miguel pode fechar a 1ª metade da temporada entre os top 5.
Com a lycra amarela e o tradicional 77 nas costas, Filipe Toledo encarou as direitas com a velocidade e radicalidade de sempre.
Hábil e conhecedor do poder das ondas de Margaret, Filipinho foi cirúrgico contra Ryan Callinan. Esperou os momentos certos, escolheu bem, aproveitou o desespero do adversário e consolidou o resultado.
Se já era considerado um dos favoritos ao título, FT chega no dia final embalado para subir no pódio mais uma vez.
E haja preparo físico. Campeão e vice da etapa terão que disputar 4 baterias nesta quarta-feira.
Já era tarde quando os últimos 3 brasileiros competiram.
Caio Ibelli enfrentou o português Frederico Morais. Após duas semifinais no Havaí (Pipeline e Sunset), Ibelli havia parado na 3ª fase nos dois eventos seguintes (Portugal e Bells Beach).
No oeste australiano, não deixou a oportunidade passar. Fez um dos maiores somatórios do round (15,00) e voltou a fazer parte das oitavas.
Pausa dramática... para a vitória mais emblemática e incrível da semana.
Em cena, Jadson André! Contra ele, ninguém menos que o eterno Kelly Slater, 50 anos e 11x campeão mundial.
Jaddy chegou na Austrália com a corda no pescoço. Em Bells Beach não surfou o suficiente e ficou em 17º lugar.
Ou seja... era a última chance... justamente diante do maior de todos os tempos.
Duvido que ele... alguém por lá, ou que estivesse vendo pela TV, não tenha voltado 12 anos no tempo... e revisado a vitória histórica do potiguar no CT de Santa Catarina. O único título de Jadson na elite foi em 2010, ano de estreia dele... contra Kelly Slater.
Não dava pra desperdiçar a chance. Bye Bye, 'uncle KS... see you in G-Land, Indonésia'.
É isso aí. Slater fora do caminho, e Jadson com vaga assegurada para o resto do ano e também em 2023.
A terça-feira só não terminou perfeita porque Deivid Silva perdeu na última heat.
Uma derrota muito doída para o havaiano Barron Mamiya. Não só pela derrota em si, mas porque DVD praticamente não conseguiu surfar.
Pegou apenas uma onda... como se não tivesse pego, na verdade. Marcou 0,13 e deu adeus ao campeonato.
Assim como João Chumbinho, Deivid vai agora atravessar a Austrália.
No sábado começa o 'Gold Coast Pro', 1º dos 8 torneios do Challenger Series, circuito que vai classificar surfistas para o CT no ano que vem.
Força aí, meu camarada... tudo vai dar certo!
Outras surpresas em Margaret? Dois nomes que estiveram no WSL Finals em 2021 - os únicos não-brasileiros - também ficaram pelo caminho. O americano Conner Coffin (4º colocado) e o australiano Morgan Cibilic (5º) não passaram do round 3 e vão tentar a reclassificação para a elite através da divisão de acesso.
Confira os próximos confrontos da chave masculina:
HEAT 1: John John Florence (HAW) vs. Kolohe Andino (EUA)
HEAT 2: Callum Robson (AUS) vs. Griffin Colapinto (EUA)
HEAT 3: Matthew McGillivray (AFS) vs. Samuel Pupo
HEAT 4: Italo Ferreira vs. Miguel Pupo
HEAT 5: Filipe Toledo vs. Nat Young (EUA)
HEAT 6: Caio Ibelli vs. Ethan Ewing (AUS)
HEAT 7: Jadson André vs. Jordy Smith (AFS)
HEAT 8: Jack Robinson (AUS) vs. Barron Mamiya (HAW)
A chave feminina já está nas semifinais. Na 1ª, duelo entre a jovem havaiana Gabriela Bryan e a experiente americana Courtney Conlogue. A outra bateria reúne as novatas australianas Bronte Macaulay e Isabella Nichols.
A 5ª etapa do calendário termina na madrugada de hoje para amanhã.
por @thiago_blum / @surf360_
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