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Surfe 360°

REPORTAGEM

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Ivan Martinho, CEO da WSL: "Ainda temos muito espaço para desenvolver"

Filipe Toledo comemora título da etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe, em Saquarema - Thiago Diz/World Surf League
Filipe Toledo comemora título da etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe, em Saquarema Imagem: Thiago Diz/World Surf League

Colunista do UOL

27/08/2022 04h00

O surfe é um dos esportes que mais crescem no mundo.

Não por acaso, foi uma das modalidades mais vistas durante os Jogos de Tóquio, quando estreou oficialmente como esporte olímpico.

Se a febre é global... ganha nuances gigantescas no Brasil, onde os ídolos que hoje dominam o circuito mundial alimentam sonhos de norte a sul do nosso riquíssimo litoral.

Sucesso na água... e fora dela.

Segundo o 'Relatório de Impacto Econômico' produzido pela EY, empresa líder em consultoria e serviços profissionais, o 'Oi Rio Pro', etapa da elite da World Surf League realizada junho, em Saquarema, movimentou RS 73 milhões na cidade, com 100% de ocupação na rede hoteleira durante os 8 dias de competição.

E teve mais:

  • +30 horas de transmissão ao vivo nos canais SporTV
  • + 30 milhões de reais de retorno de mídia para patrocinadores
  • 2,9 milhões horas assistidas (streaming e tv)
  • 990 publicações nas plataformas da WSL

Saquarema teve seu pico de procura e menções não só nas redes sociais do evento ou da WSL, como também em buscas.

Segundo dados do Google Trends, a cidade teve um expressivo aumento de interesse do público em geral durante os dias da competição.

O brasileiro Filipe Toledo, campeão dessa edição, também foi um dos mais buscados no período. Matérias com impacto na imprensa geraram mais de mil artigos.

filipe toledo - Daniel Smorigo/World Surf League - Daniel Smorigo/World Surf League
Filipe Toledo dá aéreo que rendeu nota 10 na final do Oi Rio Pro 2022, em Saquarema
Imagem: Daniel Smorigo/World Surf League

O evento também teve repercussão internacional em sites especializados e em matéria de página inteira, com destaque na capa, do jornal americano The New York Times.

Passada a empolgação e a emoção, os diversos braços da entidade forte do surfe trabalham para expandir ainda mais as metas.

Para saber mais sobre o momento atual e os planos da WSL Latin America, o 'Surfe 360' bateu um papo rápido com Ivan Martinho, CEO da entidade.

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Ivan Martinho, CEO da WSL América Latina
Imagem: Divulgação

Nunca o surfe teve tantas marcas querendo ter suas imagens associadas ao esporte. A que você atribui esse sucesso? O surfe hoje é certeza de bom negócio?

A WSL é a casa dos melhores surfistas e das melhores ondas do mundo. Surfe competitivo é o nosso DNA, mas na medida que fomos expandindo nossas formas de contar as histórias sob a ótica do lifestyle do esporte, sempre impulsionadas pelos resultados espetaculares dos ídolos brasileiros, ampliamos também nosso alcance e frequência na mídia em geral, passamos a somar a fundamental presença nos veículos especializados com aqueles de outros segmentos que nunca tinham falado de surfe. Com isso, atingimos novos tipos de audiência, aumentando o buzz constante, trazendo mais atenção 365 dias do ano e, consequentemente, resultados formidáveis para tradicionais e novos parceiros, que, ao perceberem esse movimento, aceitaram investir uma vez que já tinham valores e propósito alinhados com a WSL e nossa modalidade.

O número de fãs explodiu em crescimento na última década. Em que patamar o surfe está em relação aos esportes mais comuns nas grandes mídias?

Pensar em 45 milhões é um número animador sem dúvida, mas acreditamos que ainda temos muito espaço para desenvolver. O surfe não tem resistência como alguns outros esportes, carrega mensagens positivas, atuais e necessárias e, além disso, é aspiracional, uma combinação vencedora para seguirmos crescendo e investindo nas atuais e futuras gerações.

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Tatiana Weston-Webb, única brasileira na elite da WSL
Imagem: WSL

Onde você acredita que ainda é preciso investir para que o surfe brasileiro se estabeleça ainda mais como a principal potência mundial? O Brasil é referência quando o assunto é surfe de competição no masculino, mas ainda não tem muitas representantes entre as mulheres. Existe algum plano de crescimento para o surfe feminino?

Temos muitas oportunidades no surfe feminino e também nas novas gerações. Criar mecanismos que sejam capazes de atrair e viabilizar a carreira de talentos espalhados pelos litorais de todo país, é um trabalho diário em que todos os esforços contam, associações, federações, confederação, nós como Liga, o estímulo das prefeituras e governos e principalmente as marcas, que a medida que vão se familiarizando com essa plataforma poderosa para contar histórias e se aproximar de consumidores através da paixão, de um elenco de atletas tão diverso e talentoso que existe Brasil afora, passam a investir cada vez mais, estabelecendo assim um ciclo virtuoso sem volta.

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Torcedores na praia de Itaúna no último dia do Oi Rio Pro 2022, em Saquarema
Imagem: Thiago Diz/World Surf League

O CT de Saquarema foi um espetáculo dentro e fora da água, na parte logística, estrutural, repercussão na mídia e de presença de público. Você acha que a partir deste campeonato, os eventos alcançaram outro patamar? E podemos sonhar em receber uma edição do WSL Finals?

Ficamos muito felizes e orgulhosos com o resultado do Oi Rio Pro, as inovações funcionaram muito bem, o público compareceu em peso (40 mil pessoas por dia), os parceiros comerciais ficaram extremamente satisfeitos e impressionados e ainda batemos recorde de audiência. Esse sucesso nos motiva a seguir firmes em nosso propósito de desenvolver o esporte e uma semana depois já estávamos concentrados nos próximos eventos e desafios que estão por vir, afinal, o Brasil que já era referência dentro da água, agora fora da água também e temos que remar muito pra manter essa posição.

por @thiago_blum / @surf360_