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Tatiana Weston-Webb: 'Orgulho de representar o Brasil neste ano histórico'
Já passou da hora de toda reportagem sobre ela abordar as mesmas questões. Não é preciso dizer: 'nasceu lá, cresceu acolá... E blá blá blá'.
Sim, ela nasceu em Porto Alegre e se mudou com dois meses para o Havaí, nos Estados Unidos, onde foi criada e não demorou para pegar as primeiras ondas. Mas ela é muito mais do que isso.
Tatiana Weston-Webb é nossa. Defende o país há anos, esteve no time na estreia do surfe olímpico no Japão, a bandeira brasileira está nas mangas da lycra de competição... E no coração.
Mais que brasileira, ela é a única representante verde e amarela na principal divisão da World Surf League.
A craque e guerreira solitária, que vai estar em Trestles para o WSL Finals pelo segundo ano seguido, na busca de um título inédito para o surfe feminino da nossa nação.
No ano passado, ela fez a final. Só não venceu a mais temida das adversárias - a pentacampeã Carissa Moore - porque a havaiana estava mais descansada.
Neste ano foram duas vitórias, nas etapas de Peniche (Portugal) e Jeffreys Bay (África do Sul).
Cascuda e determinada, Tati vai para a decisão com a bagagem de quem sabe bem do que vai precisar para erguer o troféu.
Para fazer história, terá que surfar quatro ou cinco baterias em poucas horas, já que o evento será definido em um único dia de disputa.
Como terminou a temporada regular em terceiro, vai estrear contra a vencedora do duelo entre a australiana Stephanie Gilmore (nº 5) e a costa-riquenha Brisa Hennessy (nº 4).
Se passar, pega a francesa Johanne Defay (nº 2) para então fazer uma melhor de três baterias contra Carissa outra vez.
Se tem alguém capaz de atropelar geral e alcançar o feito é TWW.
Direto dos Estados Unidos, Tati falou com o 'Surfe 360', sobre o orgulho de representar o Brasil e a força do surfe feminino, cada vez mais presente nas praias e ondas de todo o planeta.
Você viveu a mesma situação no ano passado. Tem pensado na estratégia para esse WSL Finals? Vai mudar algo ou acredita que tudo foi bem feito e o título não veio por detalhe?
"Ano passado o vice-campeonato foi importante e deixou aprendizados, independente do resultado. Acho essencial estar em constante evolução e querendo melhorar cada vez mais. O título é a coroação de um trabalho bem feito, quando ele não vem por tão pouco, não significa que devemos jogar tudo fora. As estratégias variam de acordo com a adversária, previsão do mar, mas é algo adaptável que pode mudar durante a bateria. Com certeza devemos pensar em extrair o que ficou de melhor, e aprender com as quedas para não cometer os mesmos erros. Eu acho que o mais importante é ter comprometimento e dedicação, conciliados com muito treinamento, é uma boa forma para conseguir disputar em alto nível novamente e quem sabe dessa vez conquistar o título."
Desta vez você terá que passar uma fase a mais que em 2021, ou seja, serão no mínimo quatro baterias para levar a taça, duas a mais que a Carissa Moore, que só entra na decisão. A questão física te preocupa?
"Estou treinando e me preparando para que isso não seja um empecilho nas finais. Como temos a previsão de todas as baterias no mesmo dia, vai ser bem puxado, mas o momento e a performance naquele dia vai ser algo muito importante. Preciso estar focada e conseguir um bom desempenho, os resultados são naturais e vão ser consequência de toda a preparação que tenho feito até aqui."
A temporada foi equilibradíssima, e você foi a única a vencer duas etapas. Isso pode ser uma vantagem no aspecto psicológico?
"Foi muito legal vencer em Peniche e também em J-Bay. É sempre muito difícil ganhar uma etapa, fiquei muito feliz, pois a vitória traz confiança. As finais normalmente são muito disputadas e todos os adversários se preparam intensamente para realizar o melhor possível. Estou motivada para vencer, porém ninguém tem vantagem e agora na Finals é importante transformar a confiança e a boa sequência de resultados em um bom surfe durante a decisão."
Neste ano serão cinco países diferentes entre as finalistas. Como avalia a evolução do surfe feminino ao redor do mundo, principalmente fora dos centros principais?
"Acho que isso reforça o tamanho da competitividade dentro do CT, acredito que as mulheres competirem nas mesmas etapas e no mesmo momento que os homens, ajuda e faz parte dessa evolução. Quando vemos surfistas que também são muito qualificadas e não estão na final, por conta dos cortes, nos faz pensar que cada vez mais o surfe feminino está evoluindo e rompendo barreiras. Hoje as mulheres estão surfando em um nível muito alto e tenho orgulho de estar representando o Brasil na final."
Considero que 2022 foi histórico para as mulheres no mundial, com eventos marcantes em lugares novos, como Teahupoo, Pipeline e G-Land. Como analisa essa temporada?
"Realmente foi uma temporada marcante e a igualdade entre homens e mulheres no CT é algo que temos que enfatizar, é muito bom para as meninas que também gostam de surf e sonham com essa modalidade puderam ver as mulheres em ondas mais verticais e de consequência. Na última etapa antes das finais, no Taiti, pudemos ver como o nível está alto e todas as meninas mostraram um desempenho excelente em Teahupoo. Fico muito feliz em ter conquistado duas etapas, esse ano está sendo muito especial, espero coroar com chave de ouro e conquistar o título em Trestles, na Califórnia."
por @thiago_blum / @surf360_
agradecimento: Cidinha Santos / @evvacomunicacao
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