São Paulo revê estádio dos paus e pedras em Waldir Peres
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Pressão e agressão. A dupla bélica que tanto acompanhou o futebol argentino é cada vez mais rara, e uma prova disso virá no River Plate x São Paulo de hoje no Estádio Libertadores de América.
O estádio do Independiente vai ser a casa do River nesta e nas próximas partidas por um motivo que não tem nada a ver com o antijogo (justamente o contrário). O técnico Marcelo Gallardo resolveu levar sua equipe para lá justamente pela qualidade do gramado. O Monumental de Núñez está em reformas e será liberado só em março.
Tal mudança de paradigma acontece em um estádio histórico para o São Paulo. Foi lá, em Avellaneda, que a equipe sentiu na própria carne as agruras da Libertadores na decisão de 1974. Quando o estádio ainda se chamava Doble Visera, a torcida do Independiente superlotou as arquibancadas e não teve pudores em disparar paus, pedras e blocos de cimento na cabeça do goleiro Waldir Peres.
Falei com Waldir sobre essas agressões em 2015. "No segundo tempo, tacaram um pedaço de concreto que quase arrancou a minha orelha", disse, rindo, dois anos antes de sua morte, aos 66, vítima de um infarto fulminante. O relato da "Folha de S.Paulo" no dia seguinte à decisão registrou dois atendimentos médicos - o primeiro deles ainda aos 9 minutos de jogo.
Aproveitando o goleiro convalescente, o Independiente venceu aquela decisão por 2 a 0, gols de Balbuena e Bochini. A primeira final, no Pacaembu, terminou 2 a 1 para o Tricolor (gols de Pedro Rocha, Mirandinha e Saggioratto).
O jogo-desempate, em Santiago (Chile), foi vencido pelos argentinos por 1 a 0, gol de Pavoni, dando ao clube de Avellaneda seu terceiro título seguido na Libertadores. Aquele time era, para a torcida do Independiente, como este River é hoje para os seus fanáticos. Vivendo o grande, talvez maior momento da sua história, vide as cinco eliminações seguidas impostas ao Boca Juniors.
Ao contrário de 46 anos atrás, as arquibancadas de Avellaneda estarão totalmente vazias. "Un esqueleto de multitudes", na definição sempre certeira do escritor uruguaio Mario Benedetti.
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