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Tales Torraga

Argentina ignora Maradona e o bom futebol

Colunista do UOL

12/11/2020 22h54

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Insensível e antipática, a seleção argentina não fez nenhuma menção a Diego Maradona no 1 a 1 com o Paraguai. Nenhuma faixa desejando boa recuperação, nenhuma camisa em respeito ao seu maior capitão, nenhuma frase nas redes sociais, nenhum cartaz na Bombonera vazia.

Absolutamente nada. E absolutamente incompreensível.

Argentina - AFA Divulgação - AFA Divulgação
Lautaro Martínez e Nico González comemoram gol
Imagem: AFA Divulgação

Na absurda comemoração dos 60 anos de Maradona no estádio do Gimnasia, Chiqui Tapia, presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino), entregou uma placa ao dopado e atordoado Diez e repetiu elogios sobre sua importância. Maradona vestia um agasalho especial, com um dos patrocinadores da seleção. E hoje, recém-operado do cérebro, depois de um diagnóstico de depressão, nenhuma referência a ele. Terrível.

O desempenho da Argentina não chegou a ser terrível, mas também esteve longe de empolgar.

O Paraguai jogou melhor no primeiro tempo, e o 1 a 1, com a furiosa cabeçada do lateral-esquerdo improvisado Nico González, deu até a entender que o placar parcial era injusto. O desempenho na segunda metade foi melhor. Lo Celso, que entrou no lugar do lesionado Palacios, acabou sendo um dos pontos altos.

E pouco mais. A bola no pé não significou contundência, e o 1 a 1 com o Paraguai reforçou o sabor amargo entre os argentinos sempre que a seleção joga em casa. A última boa atuação pelas Eliminatórias? No distante novembro de 2016, um 3 a 0 sobre a Colômbia em San Juan, quando o técnico ainda era Patón Bauza.

Os pontos que escaparam na noite portenha agora precisam vir em Lima, onde a azul e branca encara o Peru às 21h30 de terça (17), contra um adversário em teoria mais forte que o de hoje. A Argentina terminou a partida extremamente cansada, especialmente Messi.

É bem provável que o técnico Lionel Scaloni também termine cansado, mas das tradicionais críticas que acometem o comandante da seleção sempre que ela joga mal em casa. É assim, afinal, desde os tempos de Menotti e Bilardo.