Chefe em campo, Mascherano tem tudo para ser um senhor treinador
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Considerações totais a Javier Mascherano na aposentadoria como jogador do Estudiantes de La Plata. Discreto e maduro, honrou o apelido de El Jefecito que recebeu ainda adolescente. Sem dramas pelo que encerra e sem apuros pelo que vem. Um chefe ("jefecito" é "chefinho") de fato.
A imagem que muitos brasileiros têm de Mascherano - "volante que só batia" - não condiz com o olhar argentino para sua trajetória. Tanto é assim que ele foi convocado para a seleção azul e branca pela primeira vez antes mesmo de estrear nos profissionais do River Plate. O técnico da Argentina era ninguém menos que Marcelo Bielsa: "Tranquilos, o tempo me dará razão", repetia quando era questionado pela incomum presença de um Masche de 19 anos naquele 2003.
O volante que soube ser zagueiro no Barcelona de Guardiola - o maior time da história para muitos - asfaltou uma estrada sem buraco e de contorno preciso na ribanceira. Foi o recordista de presenças na seleção argentina, 147 jogos, e o que mais perdeu finais: cinco. Quatro Copas Américas (2004, 2007, 2015 e 2016) e uma Copa do Mundo, a de 2014, no Brasil.
Qualquer um imagina o peso de tantas derrotas em uma torcida apaixonada e triunfalista, e ainda assim Mascherano resistiu a todas. Só deixou de vestir azul e branco quando realmente chegou ao seu limite (Mundial 2018), e não quando alguém pediu.
Não precisou da cinta de capitão para impor liderança e entrega aos demais - outro sinal de discrição e sabedoria. Deu aulas de como "deixar a vida" em um campo de futebol.
Por falar em aulas, foi, de novo, sábio ao fazer o seu curso de técnico ainda quando jogava. Aproveitou o tempo livre sozinho na China para mergulhar nos estudos e receber o diploma de treinador antes mesmo dos 35 anos. Hoje com 36, é dono de um centro de formação de juvenis e está apto a dirigir qualquer clube da Argentina ou da América do Sul. A AFA e o Estudiantes, que o conhecem de perto, já fizeram suas propostas de trabalho.
No Mundial de Clubes de 2015, antes de enfrentar o Barcelona que contava com Mascherano em campo, Marcelo Gallardo, badalado técnico do River, falou sobre os tempos em que ambos jogavam em Núñez e que Masche, com pouco mais de 20 anos, já preenchia o roteiro do bom treinador: entendia a tática, era apaixonado pelo conhecimento, sabia tratar os jogadores.
Poucos elogios são maiores, e poucas perspectivas são melhores - Mascherano, afinal, foi moldado por gente da talha de Guardiola, Bielsa, Pekerman, Sabella e tantos (Basile, Sampaoli, Passarella...) outros.
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