"Ele sabia o que eu sentia": como Careca virou amigo de Maradona no Napoli
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Celso de Campos Júnior, Giancarlo Lepiani e eu publicamos em 2018 o livro "Copa Loca - As inacreditáveis histórias da Argentina nos Mundiais". E o personagem mais explorado, como não poderia deixar de ser, é Diego Armando Maradona. A obra de 216 páginas segue à venda no site da editora, a Garoa Livros, e o prefácio foi escrito a partir de um depoimento de Careca, que narrou assim a sua relação com o Diez no Napoli:
De meus dias de jogador, carrego ainda algumas amizades leais e verdadeiras, e sem dúvida uma delas é com Diego Maradona. Era um sonho meu jogar ao lado dele, e a forma como ele me recebeu quando cheguei ao Napoli, em 1987, só fez aumentar ainda mais meu respeito por ele. Nos aproximamos dentro e fora de campo, em uma relação de companheirismo e transparência.
Assim como todos no Brasil, sofri bastante com a eliminação na Copa do Mundo da Itália, em 1990. Nosso time jogou mais, mas eles passaram da forma que passaram. No final do jogo, não me esqueço do ato de carinho que o Diego teve comigo, atravessando praticamente o campo inteiro para me dar um abraço, trocar a camisa e falar algumas palavras de conforto. Ele sabia o que eu estava sentindo, e sabia que eu teria feito o mesmo por ele.
Isso resume bem nossa união. Foram quatro anos juntos em Nápoles, onde ganhamos muitos títulos e nos divertimos bastante. Ele na posição dele, eu na minha, a gente se completava. Como Brasil e Argentina.
O bom futebol não tem bandeira. Quando se faz por merecer, o reconhecimento é mais do que justo, não importa quem esteja do outro lado. É por isso que tenho uma admiração muito grande pela Argentina, que sempre apresentou uma seleção forte, com jogadores de qualidade.
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