Times argentinos fazem pacto para ganhar Libertadores em nome de Maradona
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Em meio ao tributo a Diego Maradona no futebol argentino neste fim de semana, dirigentes de Racing, Boca Juniors e River Plate trocaram mensagens combinando um esforço coletivo para conquistar a Libertadores da América deste ano. Para o trio, esta será a melhor homenagem possível à memória do maior jogador da história do país.
O que Racing, Boca e River sonham mesmo é com a repetição da final de 2018, quando River e Boca decidiram a Libertadores e o clube de Núñez levou a melhor. Os três entendem que uma eventual finalíssima argentina em 30 de janeiro no Maracanã seria especialmente lucrativa pelas inevitáveis menções a Maradona, ajudando a reforçar seus cofres, cada vez mais combalidos.
Pelo que demonstrou, a Conmebol tampouco torceria o nariz à decisão "100% argentina e maradoniana". A entidade se referiu a Diego na semana passada como o maior jogador de todos os tempos, incomodando a CBF.
Conhecendo o impacto da figura de Maradona nos gramados argentinos, a pressão dirigencial soa até desnecessária. Além dos cifrões, o apelo esportivo é mais que suficiente para Racing, River e Boca se matarem pelo título.
O Racing, que enfrenta o Flamengo hoje às 21h30, conta com um técnico que escolheu trabalhar com futebol como forma de nutrir sua loucura por Maradona. De tão fissurado pelo Diez, o treinador Sebastián Beccacece, de 39 anos, comemorou um gol no ano passado imitando justamente o famoso grito de Diego na Copa de 1994.
Outros veteranos do elenco, como Licha López (37) e Ivan Pillud (34), também são crias "maradonianas" que deram entrevistas emocionadas ao citar a paixão pelo ídolo.
Histórico rival do Boca de Maradona, o River também vê fortes motivos econômicos para integrar o pacto. O clube está remodelando o Monumental de Núñez e espera voltar a ser a casa da seleção argentina, razão suficiente para abrir uma seção alusiva a Maradona em seu museu.
O estudo para ampliar o espaço já começou, e o clube quer aproveitar os visitantes do mundo inteiro que vão à Argentina para as homenagens póstumas a Diego. Colocar a Libertadores "maradoniana" nesta seção deixaria o passeio ainda mais atrativo, entendem os responsáveis.
Há, ainda, a tocante relação entre Maradona e Marcelo Gallardo, técnico do River. Embora não fossem necessariamente próximos ou amigos, Diego e Gallardo nutriram afeto e respeito durante os últimos 25 anos, tanto que Marcelo foi fotografado consolando Claudia, ex-mulher de Maradona, no caótico velório do Diez na semana passada.
Do binômio Boca-Maradona, quase tudo já foi dito, mas vale situar a homenagem do time à filha do Diez no último domingo, além da histórica amizade de Diego com Carlitos Tevez. Os dois se viram pela última vez justamente na Bombonera, em março, quando deram até um selinho.
Não foi o primeiro. Em 2004, depois de ganhar a Olimpíada de Atenas, Tevez já havia cumprimentado o ídolo desta maneira.
O atual técnico do Boca, Miguel Ángel Russo, jogou pela seleção argentina e foi companheiro de Maradona no começo dos anos 1980.
Hoje com 64 anos, Russo ficou muito abalado com a morte do colega, o que despertou preocupação no clube por conta do seu recentemente tratamento contra o câncer.
Boca e Racing estão no mesmo lado da chave e podem se cruzar nas quartas de final se superarem Inter e Flamengo, respectivamente. Já o River não tem adversários argentinos até uma eventual decisão.
Maradona, curiosamente, jamais disputou uma Libertadores, seja como jogador ou técnico.
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