Pelé no Boca: como argentinos tentaram tirar o Rei da aposentadoria em 1978
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Talvez poucos no Brasil saibam, mas a admiração de Pelé pelo Boca Juniors é tema recorrente na Argentina. Os torcedores do Boca vão além: repetem sempre que faltou pouco para "o maior jogador do mundo vestir a maior camisa do mundo".
De fato, o adversário do Santos na semifinal da Libertadores amanhã (13) fez duas propostas ao rei do futebol. A primeira em 1968, quando houve este amistoso aqui. Conhecendo a boa relação de Pelé com o volante e capitão Rattín, o presidente Alberto Jacinto Armando (que hoje batiza a Bombonera) pediu para seu atleta levar o Rei para jantar nas tradicionais cantinas do bairro de La Boca para ele "se sentir em casa e conhecer a paixão argentina".
Os outros brasileiros que jogavam (ou jogaram) no Boca, como Orlando e Paulo Valentim, também foram acionados na tentativa de convencer Pelé, que detalhou o encontro à revista El Gráfico em 1999: "O presidente virou um grande amigo meu, foi uma ótima experiência. Fiquei pensando como seria receber o apoio daquela imensa massa gritando meu nome. Alguns dos meus melhores momentos como jogador e como homem foram vividos na Bombonera e no bairro de La Boca". Então por que houve a recusa?
"Pelé já estava tão integrado com o Santos que não havia mesmo nada que a gente pudesse fazer", contou Luis Bortnik, lendário braço-direito do presidente do Boca, em uma entrevista publicada no jornal "Olé" também em 1999.
A fixação do Boca por Pelé gerou até um segundo convite quando o Rei tinha já abandonado os gramados. Foi em 1978, antes da Copa do Mundo da Argentina. "Sim, logo quando saiu do Cosmos [outubro de 1977], uma das primeiras coisas que fizemos foi telefonar e conferir suas intenções", seguiu o dirigente xeneize em outra entrevista publicada pelo "Olé" na decisão da Libertadores-2003, conquistada pelo Boca justamente contra o Santos.
O assédio do Boca ante Pelé contou até com dois amigos argentinos que defenderam o Santos ao seu lado: o zagueiro Ramos Delgado e o atacante César Luis Menotti, técnico da seleção argentina em 1978: "Ele tinha 37 anos, mas você acha que não jogaria bem? Que nada, seria importante igual. Nunca vi um jogador ter os movimentos dele. Levitava no ar, parecia um puma", contou o técnico à coluna em um encontro no microcentro portenho em 2016.
Pelé preferiu não estender as súplicas xeneizes. Naquele 1978, seguiu vivendo nos Estados Unidos (onde fez propagandas do Atari) e viajando o mundo (onde vestiu a camisa do Fluminense em uma ação de marketing na Nigéria).
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